quinta-feira, 30 de setembro de 2010

México: livro recupera o papel da Igreja na Independência

ZP10092910 - 29-09-2010
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Cardeal Rivera recorda que os “pais da pátria” foram sacerdotes

Por Jaime Septién

MÉXICO, quarta-feira, 29 de setembro de 2010 (ZENIT.org - El Observador) -Como parte da comemoração pelo bicentenário da independência do México, foi apresentado na semana passada, no arcebispado do México, o livro "A independência traída", do jornalista e comunicador católico Carlos Villa Roiz.

O livro de Villa Roiz, subdiretor de informação do Departamento de Comunicação Social do Arcebispado do México, foi apresentado pelo Cardeal Rivera Carrera, pelo sacerdote e historiador Gustavo Watson Marrón e também pelo diretor de texto, que narra o papel dos sacerdotes durante o processo de independência (1810-1821), Carlos Trillas.

Durante sua palestra, o Cardeal Rivera Carrera expressou uma revisão justa e equilibrada da história que poderá gerar um autêntico projeto de nação: "Hoje se sente - destacou - que o México necessita de um projeto de nação, mas para que esse seja autêntico é necessário conhecer nossa história, conhecer as raízes, não pode ser feito um projeto de nação negando nossa história, sem levar em conta os valores e as deficiências de nossa cultura mexicana. O narrar dos dados históricos não basta, é indispensável contar as causas".

A historiografia oficial mexicana tende a "esquecer" da participação dos sacerdotes e dos leigos católicos nos movimentos de independência e revolução que iniciaram-se em 1810 e 1910, respectivamente. E quando se "lembram" que os pais da pátria eram sacerdotes (Higaldo, Morelos, Matamoros) tendem a ignorar estes assuntos, acusando a Igreja de ser parte da "reação".

O arcebispo primaz do México explicou que o clero mexicano teve uma atitude importante durante o processo de independência, mas lamentou que esta participação muitas vezes tenha sido negada ou silenciada: "Eu acredito - disse Rivera Carrera - que necessitamos conhecer a história na íntegra. O autor se esforça em mostrar-nos estes personagens com suas virtudes e com seus defeitos humanos".

Por sua vez, o sacerdote e historiador Gustavo Watson Marrón, diretor do Arquivo Histórico da Arquidiocese do México, reconheceu que "A independência traída" tem como objetivo "fazer com que não nos esqueçamos dos sacerdotes que tomaram as armas para buscar uma pátria livre para todos os nascidos nestas terras, e que muitos deles deram suas vidas por esta causa".

Carlos Villa Roiz, precisou que seu livro pretende fazer justiça história ao maior número possível de clérigos, dado que foram mais de 400 deles os que participaram na independência mexicana.

"Cada líder, com sua personalidade, organizou batalhões para levar ao feliz término este gesto histórico. As ideias políticas duvidia; em contrapartida, a religião unia. Nada colocava em discussão o valor do cristianismo no meio de uma sociedade dividida e irreconciliável", disse Villa Roiz.

Na opinião do autor do livro "A independência traída" isso pode "ajudar a refrescar a memória sobre a importância do clero durante o processo de independência do México; e ainda mais, durante a revolução mexicana, que abriu um longo caminho de mártires que começaram a ser beatificados durante o pontificado de João Paulo II e continuaram no presente, com o Papa Bento XVI".

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