sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Revolução Francesa que não é contada nos livros de História

A revolução Francesa de 1789 é considerada um marco histórico, que delimita o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. Geralmente elogiada pelos historiadores e professores como redentora da humanidade,tendo feito a libertação do atraso e obscurantismo do Antigo Regime, das Monarquias absolutas, da sociedade hierarquizada e ainda fortemente influenciada pela fé e pela Igreja.
As ideias liberais e o espírito anticlerical e deísta dos iluministas, o enfraquecimento da fé pelo avanço da Reforma Protestante, do Galicanismo, e do Jansenismo, a decadência moral e religiosa do povo, o crescimento da mentalidade burguesa capitalista valorizando o lucro como fundamento da economia, o absolutismo monárquico que envolvia as nações em guerras e mantia um excessivo luxo das cortes, endividando o Estado e aumentando a pressão fiscal sobre a população foram as causas que desencadearam o processo revolucionário. A Revolução teve início quando o Rei Luís XVI convocou os Estados Gerais, Parlamento, para opinar sobre a crise financeira do Estado francês. Dentro do Parlamento, o terceiro Estado, representando a burguesia e as camadas populares reivindicou o fim do voto por ordens e que a votação fosse feita individualmente. Com a recusa do pedido por Luís XVI o terceiro Estado passou a se reunir em separado, formando a Assembleia Nacional Constituinte.
A Assembleia decretou a abolição dos direitos feudais, aboliu os dízimos e confiscou os bens da Igreja(a pretexto de resolver a crise financeira da França), suprimiu as Congregações religiosas que não se dedicassem as escolas e hospitais, proibiu os votos religiosos e votou a Constituição Civil do Clero, que instituía Bispos e párocos eleitos pelo povo, negando assim a jurisdição do Papa. E os Bispos e padres que não juraram a Constituição foram destituídos dos cargos, perseguidos, mortos, deportados.
Na fase da Assembleia Legislativa, comandada por Robespierre, Marat e Danton, as perseguições foram mais violentas. Todas as congregações religiosas foram suprimidas, proibidas as vestes eclesiásticas e o celibato, confiscadas e saqueadas as Igrejas, abolido o culto, presos e deportados os padres não juramentados.
Encheram-se os cárceres. Nos “massacres de setembro” foram mortas 14 mil pessoas, das quais 500 sacerdotes. Cerca de 10 mil padres tiveram de emigrar ou viver na clandestinidade, arriscando a vida.
Proclamada a República(1792), Robespierre iniciou o regime do Terror. A guilhotina fez milhares de vitimas, do rei aos próprios chefes da revolução. Em Paris, de 10 de junho a 27 de julho de 1794, 2425 pessoas subiram ao cadafalso. Navios cheios de deportados eram afundados. Jourdan trucidou 600 padres em Avinhão.
Procurava-se destruir a própria lembrança do Cristianismo. Foi estabelecido o casamento civil, insituido o divorcio, proclamado o ateísmo oficial, substituído o calendário civil pelo republicano, instituído o culto da “deusa razão”, representada por uma comediante que foi “adorada”pelos republicanos em Notre Dame de Paris. E depois de tanto sangue, desentendimentos e intrigas,o próprio Robespierre acabou guilhotinado.
Na fase do Diretório(1795-1799) foi inaugurada a “religião oficial”ou teofilantropia(amigo de Deus e dos homens). Suas grotescas cerimônias levaram-na ao ridículo e a divisão entre seus lideres completou-lhe a ruina.
O espírito cristão reagia. O povo admirou a energia da Igreja na defesa dos seus direitos, ridicularizou o culto caricato dos teofilantropistas, vibrou com a resistência da Vendeia e da Bretanha. Às escondidas o povo era atendido pelos padres não juramentados, recebia orientações e os sacramentos da Igreja.
A loucura revolucionária produziu um autoritarismo mil vezes pior, semeando a insegurança, o terror e a morte, destruindo a arte e arruinando a nação. Decretara a liberdade de religião, mas confiscou as igrejas, proibiu o culto, expulsou os sacerdotes, extinguiu as ordens religiosas e proibiu até as vestes eclesiásticas. Decretara a igualdade civil, mas perseguiu os nobres e se recusou a abolir a escravidão. Decretara a liberdade de pensamento, mas exigiu juramento de ódio à monarquia e proibira o direito de associação, extinguindo as beneméritas corporações profissionais. Destruíra a Bastilha, onde havia apenas 7 presos condenados por crimes comuns, mas encheu as prisões com 200 mil presos. Em nome da liberdade tantos crimes foram cometidos, tantos foram presos, mortos e deportados.

Professor Faria

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