sábado, 2 de outubro de 2010

Bispos do Equador chamam à serenidade e diálogo ante violenta crise

América
QUITO, 01 Out. 10 / 05:03 pm (ACI).- A Conferência Episcopal do Equador fez um chamado à serenidade e ao diálogo positivo diante dos violentos fatos ocorridos no país protagonizados pela força pública e que levaram a que o Presidente Rafael Correia decrete o "estado de exceção" durante uma semana no qual o exército terá sob sua responsabilidade a segurança nacional. A seguir a nota íntegra:

"As reclamações de vários setores da sociedade equatoriana nos últimos meses desembocaram na rebeldia da força pública no dia de hoje. Procedeu-se por vias de fato e lesada a dignidade da Assembléia Nacional e do Senhor Presidente da República, enquanto brotos anárquicos semearam grave inquietação em todo o país.

Para chegar à solução da crise à vista, queremos fazer um urgente chamado a todos os equatorianos, para que conservem a serenidade e assumam a paz social, não a confrontação, como atitude fundamental.

Reconheçamos que as violências causam transtornos extremamente daninhos e duradouros, causadores de prejuízos, às vezes irreversíveis, à respeitabilidade das instituições democráticas, à vida e posses dos cidadãos, à solidez do sistema social.

Pedimos aos setores que se sentiram prejudicados, especialmente aos irmãos policiais e militares, que se reintegrem à honrosa função que lhes corresponde como guardiães do Estado de Direito, único marco possível da vida democrática. Suas queixas e reivindicações têm leito legal que jamais podem abandonar.

Pedimos ao Governo e à Assembléia Nacional que, longe de impor suas decisões em forma unilateral, abram-se a um autêntico processo de diálogo, que leve a uma convivência construtiva e consertada; que confirmem sua legitimidade cada dia por seu respeito a outros e evitando a tentação de utilizar o poder a eles conferido fora dos limites do Estado de Direito.

Somente um diálogo assíduo, audaz e construtivo, poderá nos levar a um Equador melhor. É importante neste momento que a liberdade de expressão cidadã através dos meios de comunicação fique inteiramente garantida.

Pedimos a Deus, que olhe por nós e nos conduza, para que volte imediatamente a paz social. Contribuamos cada um com a parte que nos corresponda".

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