terça-feira, 18 de janeiro de 2011

1983 - O grande intelectual católico


Jornal do Brasil: Segunda-feira, 15 de agosto de 1983
O escritor Alceu de Amoroso Lima morreu aos 90 anos. Alceu foi erudito, professor universitário, critico de idéias, ensaísta e líder social. Sua obra, que abrange um conjunto de 80 livros publicados, girou em torno de problemas religiosos, filosóficos, literários, jurídicos, econômicos, pedagógicos, sociais.

Nasceu no Cosme Velho, no Rio de Janeiro no dia 11 de dezembro de 1893, em plena Revolta da Armada.

Machado de Assis, que era seu vizinho, escreveu versos de ocasião para o seu batizado. Estudou as primeiras letras em casa, com um renovador da pedagogia, João Kopke. Entrou para a Faculdade de Direito pela faculdade do Rio de Janeiro em 1909, e em 1912 dirige a revista Época, à qual dá um cunho mais literário que jurídico. Diplomado em 1913, viaja pela quarta vez à Europa. Estava em Paris quando começou a guerra de 1914, e teve que retornar ao Brasil. Trabalhou então como advogado e como adido ao Itamarati, antes de assumir a direção jurídica de uma fábrica da sua família. Casou-se e do casamento nasceriam sete filhos, ao longo dos vinte anos.

A 17 de junho de 1919 nasceram juntos O Jornal e a crítica literária sob o pseudônimo Tristão de Athayde, o qual foi, ao longo da década de 20, intérprete do modernismo. Através do rodapé de crítica de Tristão de Athayde, várias gerações descobriram o valor da literatura e se orientaram a respeito de livros e autores. Conheceu Jackson de Figueiredo, pensador católico e fundador do Centro Dom Vital. Tornaram-se amigos e corresponderam-se por dez anos, até a morte prematura de Jackson em 1928.

Neste ano converteu-se ao catolicismo e tornou-se um dos mais respeitados paladinos da Igreja Católica no Brasil.

Liberal, critico e grande pensador

No exercício dessa crítica militante, ele nunca se prendeu a grupos ou a modismos.

Participou ativamente dos movimentos políticos e sociais dos anos 30. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1935.

Em 1941, participou da fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Publicou dezenas de livros sobre os temas mais variados. Presidente do Centro Dom Vital e diretor da revista de cultura A Ordem durante quarenta anos, quis dar ao catolicismo uma dimensão cultural e uma perspectiva de abertura e diálogo.

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