sexta-feira, 11 de março de 2011

Como ser banqueiro e cristão

ZP11031009 - 10-03-2011
Permalink: http://www.zenit.org/article-27459?l=portuguese
Em “Al trabajo con Dios”, Ken Costa explica como conciliar fé e trabalho

ROMA, quinta-feira, 10 de março de 2011 (ZENIT.org) – "Muitos de nós se cansam de imaginar Deus como um criador que está trabalhando incansavelmente 24 horas por dia. Eu o imagino mais como um ator afastado do palco e relegado a um show dominical para um público cada vez menor.”
"Por isso, falar sobre a fé ativa no local de trabalho pode parecer excêntrico. Mas, se percebêssemos que nosso trabalho é precioso para Deus, não faríamos outra coisa a não ser levar a fé para o trabalho."
Quem disse estas palavras não foi um sacerdote, nem um bispo, nem um religioso, mas o diretor de um banco, cujo nome é Ken Costa e que recentemente escreveu um livro intitulado “Al trabajo con Dios” ("Trabalhando com Deus", ed. Messaggero Padova), que está gerando comentários consideráveis.
Ken Costa é um dos dirigentes bancários mais importantes da nossa geração, conhecido por sua paixão, criatividade, liderança e pensamento estratégico em sua vida profissional; também é uma pessoa de profunda fé cristã.
Acredita-se que Deus e os negócios não se misturam. No entanto, o autor do livro explica que "o Deus que criou e sustenta o mundo é também o Deus do local de trabalho" e que, "se a fé cristã não for relevante no trabalho, não será relevante em lugar nenhum”.
A partir da leitura do Evangelho, Costa se convenceu de que “o capitalismo democrático, apesar de todos os seus defeitos, era o sistema econômico que melhor servia o bem comum e que melhor refletia os princípios do Novo Testamento de justiça, de liberdade individual”.
"A economia de mercado - observou ele - é um bom servo, mas um amo ruim: é necessário trabalhar dentro de um contexto moral mais amplo, que considere preciosos todos os seres humanos e preciosos todos os recursos do mundo, precisamente porque têm valor para Deus."
"Sem uma estrutura baseada em valores - afirmou -, a economia de mercado é fraca em seus próprios alicerces."
Sobre a presença de Deus e seu espaço no trabalho cotidiano, Costa disse que "a vida do cristão no trabalho é uma tensão em direção ao bem. Dia a dia, podemos perceber a vida de Deus, enquanto evitamos a escuridão. Nós tentamos caminhar ao longo deste estreito limite, procurando alcançar a luz".
"Algumas pessoas pensam que a fé nos torna imunes a fazer escolhas erradas... Eu gostaria que fosse assim. Deus nos dá os recursos espirituais para crescer através da fraqueza e recuperar-nos quando sucumbimos às tentações onipresentes", acrescentou.
Quando perguntado sobre "por que trabalhamos?”, Costa respondeu com muitas razões contidas na Bíblia, ou seja: criar riqueza, sustentar a nós mesmos e nossas famílias, sentir-nos realizados e ter um objetivo, evitar ser um fardo para outros, ser novas pessoas, através de um esforço colaborativo.
O autor afirma estar convencido de que "Deus tem no coração o bem da sociedade" e, por isso, quando questionado sobre sua fé, responde: "Meu local trabalho é o meu lugar de oração".
(Antonio Gaspari)

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