ZP11042009 - 20-04-2011
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Convida a unir-se à vontade de Deus acima de tudo, como Jesus
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de abril de 2011 (ZENIT,org) - O Papa Bento XVI dedicou a audiência de hoje a refletir sobre o significado profundo da agonia de Cristo no Getsêmani.
De
fato, o sofrimento de Cristo no Horto das Oliveiras ocupou quase toda a
catequese sobre a paixão e morte, enfocando todo o tríduo pascal a
partir de uma ótica diferente da dos anos anteriores, nos quais ele
explicava cada uma das celebrações.
O Papa sublinhou a
importância, depois dos ofícios da Quinta-Feira Santa e do lava-pés, de
participar da adoração eucarística, que precisamente faz memória deste
momento especialmente duro da vida de Jesus.
No Getsêmani,
"Jesus diz aos seus: ficai aqui e vigiai; e este apelo à vigilância se
refere de modo preciso a este momento de angústia, de ameaça, no qual
chegará o traidor, mas concerne também a toda a história da Igreja",
explicou.
Esta exortação de Cristo é "uma mensagem permanente
para todos os tempos, porque a sonolência dos discípulos não era só o
problema daquele momento, mas o grande problema de toda a história".
Esta
sonolência, afirmou, é a insensibilidade da alma frente ao poder do
mal, frente a Deus: "esta é a nossa verdadeira sonolência; esta
insensibilidade diante da presença de Deus que nos torna insensíveis
também diante do mal".
A vontade de Deus
Depois, o Papa quis falar sobre a oração de Jesus no Getsêmani: "Não se faça a minha vontade, mas a tua".
Esta
vontade de Cristo, explicou o Papa, é que "não deveria morrer", "que se
afaste dele esse cálice do sofrimento: é a vontade humana, da natureza
humana, e Cristo sente, com toda a consciência do seu ser, a vida, o
abismo da morte, o terror do nada, essa ameaça do sofrimento".
No horto, Jesús transforma "esta vontade natural sua em vontade de Deus, em um "sim" à vontade de Deus".
"Entrar
na vontade de Deus não é uma oposição à pessoa, não é uma escravidão
que violenta a minha vontade, mas é entrar na verdade e no amor, no
bem", recordou.
Jesús, afirmou o Papa, convida todos a "entrar
nesse seu movimento: sair do nosso ‘não' e entrar no ‘sim' do Filho.
Minha vontade existe, mas a decisiva é a vontade do Pai, porque esta é a
verdade e o amor".
Sumo Sacerdote
Por último, o
Papa explicou como, no Getsêmani, Jesus se converte no verdadeiro Sumo
Sacerdote, prefigurado no sacerdócio levítico.
A Carta aos
Hebreus, afirmou, "nos dá uma profunda interpretação desta oração do
Senhor, deste drama do Getsêmani. Diz que estas lágrimas de Jesus, esta
oração, estes gritos de Jesus, esta angústia, tudo isso não é
simplesmente uma concessão à fraqueza da carne, como poderia ser dito".
"Precisamente
assim, Ele realiza a tarefa do Sumo Sacerdote, porque o Sumo Sacerdote
deve levar o ser humano, com todos os seus problemas e sofrimentos, à
altura de Deus."
Esta "humilhação do Getsêmani é essencial para a
missão" de Jesus, afirmou o Papa. "Ele leva consigo o nosso sofrimento,
nossa pobreza, e os transforma segundo a vontade de Deus. E assim abre
as portas do céu, abre o céu: esta cortina do Santíssimo, que até agora o
homem fechava contra Deus, é aberta pelo seu sofrimento e pela sua
obediência."
"O critério que guiou cada escolha de Jesus durante
toda a sua vida foi a firme vontade de amar o Pai, de ser um com o Pai,
de ser-lhe fiel; esta decisão de corresponder ao seu amor o impulsionou
a abraçar, em toda circunstância, o projeto do Pai."
"Disponhamo-nos
a acolher, também nós, em nossa vida, a vontade de Deus, conscientes de
que, na vontade de Deus, ainda que pareça dura, em contraste com as
nossas intenções, encontra-se o nosso verdadeiro bem, o caminho da
vida", concluiu.
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