domingo, 3 de julho de 2011

A democracia favorece a religião?




Os países muçulmanos acham que não. Sua aversão a esse regime é notória. No dia em que se instalar um governo verdadeiramente democrático naquela região, adeus unidade religiosa daqueles povos. Hoje, por força de suas leis, e levados por suas práticas de grande imposição, em certas nações nem se admite que cristãos se vistam com trajes do país... No Brasil, aparentemente, o Império favorecia a religião católica.Desde o tempo da república, no entanto, a porcentagem de católicos entrou em constante declínio. Acabou a proteção do Estado, e entrou o conceito de Estado laico. Mas interpretado em sentido quase ateu, como no famoso "Programa Nacional de Direitos Humanos - 3" do governo anterior. Embora não se consiga apontar os países que tem verdadeiras democracias - quase todas são maquiadas - o fato é que em todas as chamadas democracias a religião católica tem extremas dificuldades para se manter. Por que seria isso?Quero alertar aos menos avisados de que sou a favor do "Estado Laico", e a favor dos regimes democráticos de governo. Mas fico perplexo diante do crescimento gigantesco do mal em todas as democracias. A instalação pacífica de qualquer entidade, que consiga convencer o público - mesmo sem o mínimo conteúdo de verdade - é progressiva. A democracia tem uma fraqueza congênita: ela não possui armas para se defender de seus inimigos, nem protege seus grupos internos, entregues à sanha dos mais espertos. Tem a intuição de que o povo, no seu conjunto, acaba acertando.  A religião católica é fraca no seio das democracias: não consegue se defender dos impérios econômicos; nem dos seus perseguidores. Nem ao menos tem força para desmascarar os ilusionistas da prosperidade e da saúde completas. Precisamos competir, sem ter armas. Só nos resta empatar muito na instrução, no aprofundamento da fé, e no exemplo da caridade fraterna. Somos, de fato, como pobres "ovelhas no meio de lobos" (Mt  10, 16). Sem eufemismos, não levamos vantagem diante da audácia da falsidade.***Dom Aloísio Roque Oppermann scj Arcebispo de Uberaba - MG

0 comentários:

Postar um comentário