terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CARDEAL GEORGE PELL: "SEM DEUS NAO SOMOS NADA"

ZP09100517 - 05-10-2009 Permalink: http://www.zenit.org/article-22870?l=portuguese Intervenção no "Festival de Ideias Perigosas" Ópera de Sydney nd Por Inma Álvarez SYDNEY, segunda-feira, 5 de outubro de 2009 (ZENIT.org) .- "Continuarei acreditando no Deus Único e Verdadeiro do Amor porqué sustento Que nenhum ATEU PoDE explicar o sorriso de Criança UMA". ASSIM afirmou o cardeal George Pell, arcebispo de Sydney, no Festival de Ideias Perigosas ("Festival de Ideias Perigosas") celebrado Neste Fim de Semana no Opera House de Sydney. O cardeal Pell participou los hum debate Público não quali estiveram also Presentes o Escritor antirreligioso inglês Christopher, com UMA Intervenção intitulada "A religião envenena tudo" ("A religião envenena tudo"), eA conhecida feminista e acadêmica Germaine Greer, Que falou Sobre a Liberdade " , a idéia mais perigosa de todas "(" Liberdade, uma IDEIA Mais perigosa de TODAS "). Segundo comunicou uma ZENIT um Arquidiocese de Sydney, o purpurado referiu si à Questão da existência de Deus enquanto à Relação Entre Fé e Ciência, e enquanto AO ateísmo e laicismo AO ocidental. QUANTO à Questão da Relação Entre Ciência e Fé, o cardeal Pell afirmou Opaco "Ainda Que muitas Pessoas, inclusive anti-teístas OS e OS provocadores, ainda consideram Deus Como hum Inimigo, OS Recentes Desenvolvimentos em Física e biologia reforçaram um Consideração de Deus Como hum Matemático de Primeira categoria ". O purpurado afirmou Opaco "Não É Possível Chegar um Deus no marco da Ciência, porqué Deus está online fóruns do Espaço e do Tempo". Citando Anthony Flew, hum Filosofo e ATEU conhecido e influente, Que Recentemente Mudou de Opinião proclamando Que HÁ UM Deus, o cardeal Pell Disse Que quando si estuda uma Interação dos Corpos físicos, Como Partículas subatômicas como, FAZ-SE Ciência. "Quando perguntamos nn Como OU ESTAS Por quê existem Partículas, Física parágrafo Vamos da uma metafísica, estamos Fazendo Filosofia", acrescentou. "O Deus Sobre o quali estamos Discutindo Não É UM Deus de Ossos, nao hum Deus Contratado parágrafo preencher vazios de Nosso Conhecimento Atual, Que si preencherão quando um avançar Ciência". "E o Conjunto do Universo o quali si explicativo Por si MESMO, inclusive um Infraestrutura e OS Elementos Que conhecemos cientificamente", afirmou o cardeal Pell. Ateísmo UO anticristianismo? Perguntado Por quê muitos australianos São nao crentes, ateus agnósticos UO, o cardeal Disse Que apenas 17% da População nao aceita uma existência de Deus. Afirmou Que uma Ausência de Deus no debate Australiano nao si um desen nenhuma TEORIA POLÍTICA anglófona, Mas sim à hostilidade laicista par com o Cristianismo. "Com frequencia, Deus Vê si Preso nd hostilidade laicista parágrafo com uma Defesa Cristã da Vida Humana, Princípio e especialmente AO AO final, à Defesa Crista do matrimônio, da Família e do vinculo da Sexualidade com Amor e vida". "Nestes Conflitos Culturais si Encontra um Origem da Maior Parte do Ódio um Deus e à religião, enquanto Que OS Novos atos de Violência de UMA minoria de terroristas muçulmanos dram EAo laicisitas Ocidentais Novos Motivos par atacar TODAS como Religiões. Contudo, e Muito Mais Seguro OS atacar cristãos ", Disse o cardeal Pell. O purpurado acrescentou Que par medir um Popularidade Internacional de Deus, então E Preciso Olhar parágrafo Tendências Atuais como indicam Que Que a China, não final do Século XXI, poderá ter uma População Cristã Maior do Que QUALQUÉR País do Mundo. Em SUAS CONCLUSÕES, declarou-se "assustado" ao ver tantas Pessoas no Ocidente incapazes de CRER, especialmente como Nações vinculadas culturalmente com o Cristianismo EO judaísmo. "Para Mim, uma Questão e Muito Importante parágrafo serviços deixada à polêmica UO à autocomplacência", acrescentou. "Vou continuar 'crendo no Único e Verdadeiro Deus do amor, porqué sustento Que nenhum ATEU PoDE explicar o sorriso de Criança UMA". "Contra Isto É, o tsunami Recente also nn recorda brutalmente o Problema do Sofrimento dos inocentes. Mas ESSE Sofrimento e Pior si nao HÁ Vida DEPOIS parágrafo equilibrar o Balanço da Desgraça e da injustiça, e Pior ainda nao HÁ SE Inocência UO culpabilidade, si nao HÁ Bem mal Nem, SE TEM Tudo o Significado moral da espuma los UMA onda ".

VISÃO CRISTÃ DA ECONOMIA

Artigo para dia 1º de fevereiro de 2012, quarta-feira: Dom Fernando Arêas Rifan* Acabo de participar, de 24 a 28 de janeiro, nos Estados Unidos, de um Congresso para Bispos, com a presença de 2 cardeais e 50 Bispos de 18 nacionalidades, promovido pelo Acton Institute, instituição universitária voltada para estudos de economia e sociologia à luz da Doutrina social da Igreja. O congresso deste ano intitulou-se “Economias e culturas em transição: a resposta da Igreja na era secular”. Na palestra inicial, o Cardeal George Pell, de Sydney, Austrália, falou sobre o papel do Bispo Católico na Sociedade Secular atual, explanando sobre a tensão básica que existe entre a cosmovisão judaico-cristã e o secularismo, resultando dela uma grande ameaça para a cultura. O hedonismo, as drogas, o jogo e a pornografia geram enormes mercados. Na nova era tecnológica, a elite cultural que lidera o mundo e são formadores de opinião, desestima a religião, considerando-a antiquada. Ele frisou que as palavras secularismo e laicismo acabam sendo eufemismos para significar ateísmo. Mostrando que a Igreja tem uma visão coerente dos problemas sociais, ele insistiu na fidelidade ao Magistério, lembrando que não podemos ser católicos de “buffet”, escolhendo só o que nos agrada da Doutrina católica. Entre as muitas palestras, ressalto a de Dr. Samuel Gregg, doutor em Filosofia da Universidade de Oxford e autor de vários livros, que versou sobre a crise econômica e cultural da Europa, sugerindo que a Igreja não deve se envolver no diagnóstico das causas nem se ocupar da promoção de soluções econômicas específicas, mas atacar a crise nas áreas da moral e da cultura, recordando às pessoas que vivem na mentira, que isto tem consequências no mundo, inclusive na economia. Discorrendo sobre os efeitos culturais do capitalismo, o Dr. Michael Matheson Miller, graduado em várias universidades e pesquisador em países da Europa, Ásia e África, falou sobre a retidão da economia de mercado, as críticas aos efeitos negativos do capitalismo, dos quais muitas vezes ele não é a causa, mas a ocasião, dando a fórmula para a crise: a razão reabilitada e purificada pela Fé, o progresso temperado pela Esperança e a liberdade purificada e orientada para o Amor. O Padre Roberto Sirico, diretor, tratou do tema solidariedade e subsidiariedade, dois conceitos inseparáveis da visão social cristã, sobretudo no trato com a pobreza. Muito interessante foi a palestra do Sr. Frank Hanna, banqueiro e empresário, falando sobre a sua visão cristã do capital e da empresa. Em sua explanação, ele disse que tem 50 milhões de dólares, perguntando-nos quantos de nós seriam tão ricos como ele. Todos riram. E ele disse que essa nossa admiração era devido ao fato de que se costuma definir riqueza como sinônimo de bens materiais, uma visão de fundo marxista. Discorreu sobre o que é realmente riqueza, falando sobre o pecado contra a esperança, que destrói a riqueza, mesmo material. As virtudes e não os vícios são a maior riqueza que podemos ter. *Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quando a religião é uma desgraça...

Após os atentados que, no dia do Natal de 2011, mataram dezenas de católicos na Nigéria - atentados que foram repetidos nos primeiros dias de janeiro de 2012, com outras tantas vítimas -, dentre os muitos leitores que se manifestaram em portais da internet, gravei a opinião de dois deles. O primeiro, que se assina simplesmente "Ateu", escreveu: «Quando alguém adota uma religião - qualquer uma: cristianismo, judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo, espiritismo - a primeira coisa que morre nele é a humanidade. Depois, a tolerância, a compaixão e o senso de justiça. E tenho dito!». O segundo, cujo nome - não sei se fictício - é Tonho, parece querer justificar os desmandos atuais de algumas religiões trazendo à memória as culpas da Igreja Católica na Idade Média: «Já não houve fundamentalismo católico? A Santa Inquisição? Os acusados de heresia não eram queimados vivos em praça pública?». Mais do que com Tonho, preciso concordar com o ateu: a religião é uma desgraça para todos quando, ao invés de um encontro com um Deus que é sempre e somente amor, ela se transforma numa ideologia a serviço dos interesses humanos. Não será por isso que aumenta constantemente o número dos ateus? Se a religião não é capaz de transformar as pessoas em cidadãos que atuam por um mundo justo e fraterno, para nada serve. Sobre os massacres ocorridos na Nigéria, a Organização das Nações Unidas assim se manifestou: «A ONU condena nos termos mais fortes esses ataques e expressa suas condolências ao povo da Nigéria, assim como às famílias que perderam entes queridos. O Secretário-Geral apela mais uma vez para se pôr fim a todos os atos de violência sectária no país, e reitera sua firme convicção em que nenhum objetivo pode ser justificado com o recurso da violência». "Nenhum objetivo", muito menos a religião, cuja tarefa principal deveria ser a promoção da paz e da concórdia. É o que declarou também o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi: «O atentado contra as igrejas na Nigéria, precisamente no dia de Natal, manifesta infelizmente mais uma vez um ódio cego e absurdo, que não tem nenhum respeito pela vida humana». Mas não é apenas na Nigéria que a religião é instrumentalizada pela maldade humana. No Iraque, nenhuma missa foi celebrada na noite do Natal, para não pôr em risco a segurança dos fiéis, aterrorizados por inúmeros ataques perpetrados contra eles. (No dia 31 de outubro de 2011, foram mortos 57 cristãos). Outro fato doloroso aconteceu no Tadjiquistão, no dia seguinte ao Natal. Um jovem de 24 anos foi morto a facadas por um grupo de muçulmanos enfurecidos quando ele visitava familiares e amigos na madrugada de segunda-feira, vestido como Ded Moroz - o Papai Noel da tradição russa. De acordo com as fontes policiais, o assassino gritou na hora do crime: "Infiel!". Totalmente diferente deve ser o relacionamento entre as religiões que desejam subsistir. A indiferença, a desconfiança e o ressentimento que as mantêm distantes uma da outra, precisam ser substituídos pela estima, pelo diálogo e pelo encontro. É esta também a convicção do teólogo espanhol, Pe. Andrés Torres Queiruga: «O diálogo não é um capricho, mas constitui uma condição intrínseca da verdade, porque não é possível aproximar-se sozinhos, fechados no egoísmo dos próprios limites, da riqueza infinita da oferta divina. Unicamente juntos, dando e recebendo, num contínuo intercâmbio de descobertas e experiências, de crítica e enriquecimento mútuos, é que se vai construindo na história a resposta à revelação salvífica. Cada religião reflete a verdade à sua maneira e a partir de uma situação particular. Todavia, à medida que elas sobem e se aperfeiçoam, se aproximam entre si, segundo a famosa frase de Teilhard de Chardin: "Tudo o que sobe, converge". Talvez, por isso, convenha ir substituindo - ou pelo menos completando - a palavra "diálogo" pela palavra "encontro". O diálogo pode implicar a conotação de uma verdade que já se possui plenamente e que vai ser "negociada" com o outro, que também já tem a sua. O encontro, pelo contrário, sugere muito mais um sair de si, unindo-se ao outro, para ir em busca daquilo que está diante de todos». *** Dom Redovino Rizzardo Bispo de Dourados (MS)

Luta armada é ensinada nas escolas

Por JOSÉ MARIA E SILVA DOUTRINAÇÃO NAS ESCOLAS Ditadores como Lênin, Fidel e Chávez são heróis nas escolas brasileiras, que, atraves de livros didáticos criminosamente de esquerda, pregam até luta armada. Texto completo Desde que o jornalista Ali Kamel, no jornal O Globo, denunciou a doutrinação de esquerda nos livros didáticos, esse tema se tornou freqüente nas páginas da imprensa. No último número da revista Época, ele foi a manchete de capa, com o título “O que estão ensinando as nossas crianças”, seguido de uma pergunta: “Os livros didáticos refletem ou distorcem a realidade?”. Dentro da revista, a reportagem (longa, para os padrões minimalistas da Época) afirma que “boa parte dos livros didáticos apresentam distorções ideológicas” e promete explicar “por que elas existem e comprometem a educação”. A revista Época fez um levantamento de 20 livros didáticos e 28 apostilas de história e geografia adotados em escolas públicas e particulares do país. E constata: “A maioria dos livros — em especial os de história — é simpática ao socialismo e apresenta o livre mercado como um modelo econômico gerador de desigualdade e pobreza”. Assinada pelos repórteres Alexandre Mansur, Luciana Vicária e Renata Leal, a matéria traz exemplos escabrosos de doutrinação. E não são livros de editoras desconhecidas, mas obras bastante reeditadas de editoras de grande renome no setor dos livros didáticos, como as editoras Moderna, Atual, Saraiva e Scipione. Quando falam das revoluções Russa, Chinesa e Cubana, os autores dos livros analisados não só omitem ardilosamente a trágica história de repressão dos regimes comunistas — que se iguala à repressão do nazismo — como também enaltecem descaradamente as supostas conquistas do socialismo. No caso da Revolução Cubana, por exemplo, o livro História 8, Projeto Araribá, da Editora Moderna, afirma que “os trabalhadores cubanos tiveram acesso facilitado à moradia, à saúde pública e à alimentação”, mas nada diz sobre os 17 mil cadávares produzidos pela ditadura de Fidel Castro, sem contar os presos políticos que continuam morrendo à míngua na ilha-cárcere, por “crimes” como publicar uma crítica ao regime ou tentar fugir do “paraíso socialista” mesmo tendo de enfrentar tubarões em alto mar. Mas a reportagem da revista Época mais esconde do que desnuda a doutrinação dos livros didáticos. Levando em conta a gravidade da ditadura ideológica de esquerda nas escolas, especialmente no livro didático, a matéria é extremamente condescendente com as obras analisadas. Ao falar, por exemplo, que a ênfase dos livros didáticos é desequilibrada em favor da ideologia de esquerda, a revista ressalva: “Isso faz parte do jogo democrático. O que assusta é a quantidade de distorções que os autores fazem em nome da ideologia socialista”. Ora, não se trata de simples distorção, com diz a revista. Em alguns casos, é crime mesmo. E crime duplamente qualificado, por se tratar de crime cometido contra crianças e adolescentes. Luiz Koshiba, autor do livro História: Origens, Estruturas e Processos (Editora Atual, 2000), para o ensino médio, afirma: “Uma vez que os poderosos beneficiários de qualquer sistema baseado na desigualdade social não estão dispostos a abrir mão espontaneamente de seus privilégios, o confronto violento é uma das possibilidades permanentes e inerentes a todo processo de mudança histórica estrutural, o que explica a importância do caráter militar das revoluções”. Esse trecho não é uma análise histórica, circunscrita a uma revolução qualquer do passado, mas uma incitação à revolução violenta no tempo presente. Ou seja, não é história, é crime. Se alguém ainda tem dúvida, que leia o trecho a seguir: “No Rio Grande do Sul, mulheres aprendem a atirar — a busca pela terra prometida sempre se faz através de muita luta”. Esse trecho não foi extraído de um panfleto do MST, assinado por João Pedro Stédile ou José Rainha, mas do livro Brasil: Uma História em Construção (Editora do Brasil, volume 2), dos autores José Rivair de Macedo e Mariley Oliveira. O que é isso senão a incitação à luta armada num Estado de Direito, em que existem advogados, promotores e juízes para dirimir os conflitos entre as partes? Mas a revista Época, ao comentar essa pregação da luta armada, chega a ser cúmplice do crime cometido pelos seus autores. Diz a revista: “O que falta: Há 20 anos não há revoluções armadas no mundo. No Brasil, com a volta da democracia em 1985, os cidadãos têm mudado os rumos do país pelo voto. Já elegeram governos de direita e de esquerda. Países desenvolvidos, como os europeus, oscilam entre governos dos dois tipos dentro de seus regimes democráticos”. A revista não consegue perceber toda a gravidade dessa pregação da luta armada. Seu eufemismo cúmplice chega a ser ridículo. O que significam 20 anos nos cerca de 5 mil anos de história escrita da humanidade para que esse brevíssimo intervalo de tempo possa ser usado como argumento contra a defesa da luta armada? Se Época estivesse mesmo interessada em combater a doutrinação de esquerda nos livros didáticos, ela tinha que deixar claro: autores e editora cometem crime ao pregar para crianças e adolescentes a luta armada como forma de resolver conflitos sociais, como se o país não dispusesse de uma série de mecanismos institucionais que têm esse objetivo, desde pacíficas audiências públicas até passeatas e greves, que também estão previstas na liberdade de expressão e associação, respeitados os direitos individuais e o bem comum. A doutrinação de esquerda nos livros didáticos se deve, sobrtudo, a Paulo A doutrinação de esquerda nos livros didáticos se deve, sobrtudo, a Paulo Freire e seus discípulos , que começaram essa doutrinação ideólogica há cerca de meio século Freire e seus discípulos , que começaram essa doutrinação ideólogica há cerca de meio século A doutrinação esquerdista nas escolas não vai acabar tão cedo. E a razão disso é simples: as pessoas que tomam decisões no Brasil de hoje — em sua esmagadora maioria — já são filhas dessa doutrinação esquerdista, que começou na USP, há cerca de 60 anos, quando o marxista Florestan Fernandes aparelhou o curso de sociologia da USP e começou a produzir lixo ideológico com o nome de pesquisa científica, começando pela tese do marxista enrustido Fernando Henrique Cardoso sobre o negro em Santa Catarina, como se depreende da arguta análise que o jornalista Ali Kamel fez do trabalho acadêmico do ex-presidente, no livro Não Somos Racistas. Desde então, tudo o que sai das universidades brasileiras na área de humanas — e, em muitos casos, até nas ciências exatas e biológicas — são fruto direto ou indireto do marxismo. Nas décadas de 60 e 70, em pleno regime militar, os livros usados nas universidades já eram, em sua maioria, de esquerda, a começar pelo famoso Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, que faz uma descarada defesa da luta armada. E o charlatão Paulo Freire, nunca é demais repetir, é figura sagrada nos aparelhos de pedagogia pelo país afora. E se alguém pensa que Paulo Freire só defendia a luta armada porque o contexto em que escrevia propiciava esses delírios, está muito enganado. A começar porque, se fosse o caso, seus livros não deveriam mais ser lidos, salvo como documentos históricos de uma época. Todavia, Paulo Freire continua sendo cultuado e lido como um autor seminal. E seus discípulos continuam apegados às mesmas idéias que ele defendia no passado. Em 1990, um ano depois da queda do Muro de Berlim, o pedagogo catarinense Moacir Gadotti, 66 anos, livre-docente em educação pela Unicamp e professor titular da USP, publicou, pela Editora Vozes, o livro Uma Só Escola para Todos: Caminhos da Autonomia Escolar. Como principal discípulo de Paulo Freire (presidente, aliás, do Instituto Paulo Freire), Gadotti não iria trair o mestre. Além do onipresente Marx, a obra tem como um de seus grandes referenciais teóricos nada mais nada menos do que Vladimir Lênin, com o livro La Instrucción Pública, das Edições Progresso, de Moscou, datada de 1981. Tratando Lênin como a um santo, como se continuasse não tendo a menor idéia de seus crimes, Moacir Gadotti escreve: “Lênin atribui grande importância à educação no processo de transformação social. Como primeiro revolucionário a assumir o controle de um governo, pôde experimentar na prática a implantação das idéias na educação”. Gadotti compactua com Lênin a tese de que a educação deve ser eminentemente política. E reproduz, com aprovação, as palavras do sanguinário russo: “Nosso trabalho no terreno do ensino é a mesma luta para derrotar a burguesia”. Gadotti teoriza sobre a revolução: “Mesmo sabendo-se que a escola pública não é o agente fundamental da mudança no interior da sociedade capitalista, por este mesmo motivo é que uma escola pública popular, numa perspectiva socialista, deve ter, como programa educacional básico, o engajamento da juventude por um futuro melhor”. Para Moacir Gadotti, assim como para Paulo Freire, a finalidade da educação não é formar o indivíduo para viver no mundo, mas doutriná-lo para que ele o transforme — num mundo socialista, claro. Esse tipo de pregação — levando em conta que tem como alvo as crianças da educação básica — é um verdadeiro estelionato intelectual. Quando o professor socialista doutrina uma criança, antes de revolucionar o mundo, ele está destruindo um lar. Porque se a criança se deixar levar por suas idéias, e em muitos casos ela se deixa levar, fatalmente há de entrar em conflito com os pais em casa. É desse conflito de gerações entre pais e filhos — naturalmente forjado pela idade, mas potencializado pela escola esquerdista de hoje — que brotam as grandes angústias dos adolescentes e jovens, que os levam a buscar refúgio nas drogas e em outras válvulas de escape. Hoje, a escola brasileira, como mostra a doutrinação presente nos livros didáticos, é vocacionada para a revolução socialista. Não significa que ela vá alcançar esse objetivo, mas, sem dúvida, alcançará o desvio liberticida que conduz à libertinagem, cada vez mais presente entre os jovens. Essa total hegemonia do discurso de esquerda faz com que o Brasil já não seja capaz de perceber nem os ataques que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faz à soberania nacional. Numa parceria com a Odebrecht, Chávez bancou a publicação de uma biografia de Simón Bolívar para ser distribuída nas escolas públicas do Brasil, como já ocorreu em Brasília. Se George W. Bush publicasse uma biografia de Lincoln para ser distribuída nas escolas brasileiras, as universidades fariam um tremendo escândalo, acusando os Estados Unidos de intervenção nos assuntos nacionais. Mas como Hugo Chávez é um sucedâneo de Fidel Castro, ele tudo pode, inclusive fomentar a criação dos “círculos bolivarianos” no Brasil, como mostrou o Correio Braziliense, na semana passada. Enquanto a maior parte da imprensa trata Hugo Chávez como um bufão, que por ser bufão, não teria a mesma perspectiva política que Lula, ele vai espalhando seus tentáculos por toda a América Latina. E, cada vez mais, Hugo Chávez transforma a Venezuela numa ditadura. Lá, o direito de ir e vir já foi revogado. Na semana passada, Alejandro Peña Esclusa, ex-candidato à presidência da Venezuela, foi proibido de sair do país para participar de um evento em El Salvador. Não pesa contra ele nenhuma acusação de crime que pudesse impedi-lo de viajar, salvo o fato de ser da oposição e fazer críticas ao regime cada vez mais ditatorial de Hugo Chávez. O emergente ditador venezuelano segue o exemplo do ditador decano Fidel Castro, que não se cansa de escarnecer do Brasil e do mundo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o envio de dois deputados a Cuba para ver como estão os boxeadores cubanos que foram presos e enviados para a ilha-cárcere. Mas Cuba já avisou: não vai conceder visto aos parlamentares brasileiros, mesmo sendo um deles Aldo Rebelo, do PC do B, que apóia Fidel. Segundo o governo cubano, a visita dos brasileiros fere a autonomia do país. Ora, o Brasil tem o dever de saber como estão os boxeadores, até para aplacar a consciência nacional pelo papel de capitão-do-mato que a polícia brasileira exerceu. Essa desfeita de Fidel Castro com o Congresso brasileiro é muito grave, levando em conta o tratamento especial que o Brasil concede a Cuba, desde a época do general Ernesto Geisel, intensificando-se sob os governos Fernando Henrique, Fernando Collor e, agora, Lula. Por que os irmãos Castro têm a desfaçatez de agir assim com seu maior aliado? Porque eles estão certos de que não há opinião pública no Brasil capaz de verbalizar a indignação do país contra seu gesto. Simplesmente, quase todos os formadores de opinião foram educados acreditando no mito vendido nos livros didáticos — o mito de que Cuba é, de fato, o “paraíso socialista”.

Método Paulo Freire, ou Método Laubach?

O Método Laubach de alfabetização de adultos foi criado pelo missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach (1884-1970). Desenvolvido por Laubach nas Filipinas, em 1915, subseqüentemente foi utilizado com grande sucesso em toda a Ásia e em várias partes da América Latina, durante quase todo o século XX. Em 1915, Frank Laubach fora enviado por uma missão religiosa à ilha de Mindanao, nas Filipinas, então sob o domínio norte-americano, desde o final da guerra EUA/Espanha. A dominação espanhola deixara à população filipina uma herança de analfabetismo total, bem como de ódio aos estrangeiros. A população moura filipina era analfabeta, exceto os sacerdotes islamitas, que sabiam ler árabe e podiam ler o Alcorão. A língua maranao (falada pelos mouros) nunca fora escrita. Laubach enfrentava, nessa sua missão, um problema duplo: como criar uma língua escrita, e como ensinar essa escrita aos filipinos, para que esses pudessem ler a Bíblia. A existência de 17 dialetos distintos, naquele arquipélago, dificultava ainda mais a tarefa em meta. Com o auxílio de um educador filipino, Donato Gália, Laubach adaptou o alfabeto inglês ao dialeto mouro. Em seguida adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras. Utilizando essa metodologia, Laubach trabalhou por 30 anos nas Filipinas e em todo o sul da Ásia. Conseguiu alfabetizar 60% da população filipina, utilizando essa mesma metodologia. Nas Filipinas, e em toda a Ásia, um grupo de educadores, comandado pelo próprio Laubach, criou grafias para 225 línguas, até então não escritas. A leitura dessas línguas era lecionada pelo método de aprendizagem acima descrito. Nesse período de tempo, esse mesmo trabalho foi levado do sul da Ásia para a China, Egito, Síria, Turquia, África e até mesmo União Soviética. Maiores detalhes da vida e trabalho de Laubach podem ser lidos na Internet, no site Frank Laubach. Na América Latina, o método Laubach foi primeiro introduzido no período da 2ª Guerra Mundial, quando o criador do mesmo se viu proibido de retornar à Ásia, por causa da guerra no Pacífico. No Brasil, este foi introduzido pelo próprio Laubach, em 1943, a pedido do governo brasileiro. Naquele ano, esse educador veio ao Brasil a fim de explicar sua metodologia, como já fizera em vários outros países latino-americanos. "As cartilhas de Laubach foram copiadas pelos marxistas em Pernambuco, dando ênfase à luta de classes. O autor dessas outras cartilhas era Paulo Freire, que emprestou seu nome à "nova metodologia" como se a ela fosse de sua autoria" Lembro-me bem dessa visita, pois, ainda que fosse muito jovem, cursando o terceiro ano Ginasial, todos nós estudantes sabíamos que o analfabetismo no Brasil ainda beirava a casa dos 76% - o que muito nos envergonhava - e que este era o maior empecilho ao desenvolvimento do país. A visita de Laubach a Pernambuco causou grande repercussão nos meios estudantis. Ele ministrou inúmeras palestras nas escolas e faculdades — não havia ainda uma universidade em Pernambuco — e conduziu debates no Teatro Santa Isabel. Refiro-me apenas a Pernambuco e ao Recife, pois meus conhecimentos dos eventos naquela época não iam muito além do local onde residia. Houve também farta distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão portuguesa ainda não estava pronta. Nessa época, a revistaSeleções do Readers Digestpublicou um artigo sobre Laubach e seu método — muito lido e comentado por todos os brasileiros de então, que, em virtude da guerra, tinham aquela revista como único contato literário com o mundo exterior. Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão. Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua "condição de oprimidas". O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa "nova metodologia" — da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma fosse da sua autoria. Tais cartilhas foram de imediato adotadas pelo movimento estudantil marxista, para a promulgação da revolução entre as massas analfabetas. A artimanha do Sr. Paulo Freire "pegou", e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU. No entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada "Brasília Teimosa", bem como em outras favelas do Recife, em um programa educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade. Os professores eram todos voluntários. Essa foi a famosa Cruzada ABC, que empolgou muita gente, não apenas nas favelas, mas também na cidade do Recife, e em todo o Estado. Esse esforço educacional é descrito em seus menores detalhes por Jules Spach, no seu recente livro, intitulado,Todos os Caminhos Conduzem ao Lar(2000). "A 'bolsa-escola' de Cristovam Buarque não é novidade. Foi adotada há décadas por discípulos de Laubach e criticada pela esquerda na época. A bolsa-escola já era defendida por Antônio Almeida, um educador do século XIX" O Método Laubach foi também introduzido em Cuba, em 1960, em uma escola normal em Bágamos. Essa escola pretendia preparar professores para a alfabetização de adultos. No entanto, logo que Fidel Castro assumiu o controle total do poder em Cuba, naquele mesmo ano, todas as escolas foram nacionalizadas, inclusive a escola normal de Bágamos. Seus professores foram acusados de "subversão", e tiveram de fugir, indo refugiar-se em Costa Rica, onde continuaram seu trabalho, na propagação do Método Laubach, criando então um programa de alfabetização de adultos, chamado Alfalit. A organização Alfalit foi introduzida no Brasil, e reconhecida pelo governo brasileiro como programa válido de alfabetização de adultos. Encontra-se hoje na maioria dos Estados: Santa Catarina (1994), Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, São Paulo, Paraná, Paraíba e Rondônia (1997); Maranhão, Pará, Piauí e Roraima (1998); Pernambuco e Bahia (1999). A oposição ao Método Laubach ocorreu desde a introdução do mesmo, em Pernambuco, no final da década de 1950. Houve tremenda oposição da esquerda ao mencionado programa da Cruzada ABC, em Pernambuco, especialmente porque o mesmo não conduzia à luta de classes, como ocorria nas cartilhas plagiadas do Sr. Paulo Freire. Mais ainda, dizia-se que o programa ABC estava "cooptando" o povo, comprando seu apoio com comida, e que era apenas mais um programa "imperialista", que tinha em meta unicamente "dominar o povo brasileiro". Como a fome era muito grande na Brasília Teimosa, os dirigentes da Cruzada ABC, como maneira de atrair um maior número de alunos para o mesmo, se propuseram criar uma espécie de "bolsa-escola" de mantimentos. Era uma cesta básica, doada a todos aqueles que se mantivessem na escola, sem nenhuma falta durante todo o mês. Essa bolsa-escola tornou-se famosa no Recife, e muitos tentavam se candidatar a ela, sem serem analfabetos ou mesmo pertencentes à comunidade da Brasília Teimosa. Bolsa-escola fora algo proposto desde os dias do Império, conforme pode-se conferir no livro de um educador do século XIX, Antônio Almeida, intituladoO Ensino Público, reeditado em 2003 pelo Senado Federal, com uma introdução escrita por este Autor. No entanto, a idéia da bolsa-escola foi ressuscitada pelo senhor Cristovam Buarque, quando governador de Brasília. Este senhor, que é pernambucano, fora estudante no Recife nos dias da Cruzada ABC, tão atacada pelos seus correligionários de esquerda. Para a esquerda recifense, doar bolsa-escola de mantimentos era equivalente a "cooptar" o povo. Em Brasília, como "idéia genial do Sr. Cristovam Buarque", esta é hoje abençoada pela Unesco, espalhada por todo o mundo e não deixa de ser o conceito por trás do programa Fome Zero, do ilustre Presidente Lula. O sucesso da campanha ABC — que incluía o Método Laubach e a bolsa-escola — foi extraordinário, sendo mais tarde encampado pelo governo militar, sob o nome de Mobral. Sua filosofia, no entanto, foi modificada pelos militares: os professores eram pagos e não mais voluntários, e a bolsa-escola de alimentos não mais adotada. Este novo programa, por razões óbvias, não foi tão bem-sucedido quanto a antiga Cruzada ABC, que utilizava o Método Laubach. A maior acusação à Cruzada ABC, que se ouvia da parte da esquerda pernambucana, era que o Método Laubach era "amigo da ignorância" — ou seja, não estava ligado à teoria marxista, falhavam em esclarecer seus detratores — e que conduzia a "um analfabetismo maior", ou seja, ignorava a promoção da luta de classes, e defendia a harmonia social. Recentemente, foi-me relatado que o auxílio doado pelo MEC a pelo menos um programa de alfabetização no Rio de Janeiro — que utiliza o Método Laubach, em vez do chamado "Método Paulo Freire" — foi cortado, sob a mesma alegação: que o Método Laubach estaria "produzindo o analfabetismo" no Rio de Janeiro. Em face da recusa dos diretores do programa carioca, de modificarem o método utilizado, o auxílio financeiro do MEC foi simplesmente cortado. Não há dúvida que a luta contra o analfabetismo, em todo o mundo, encontrou seu instrumento mais efetivo no Método Laubach. Ainda que esse método hoje tenha sido encampado sob o nome do Sr. Paulo Freire. Os que assim procederam não apenas mudaram o seu nome, mas também o desvirtuaram, modificando inclusive sua orientação filosófica. Concluindo: o método de alfabetização de adultos, criado por Frank Laubach, em 1915, passou a ser chamado de "Método Paulo Freire", em terras tupiniquins. De tal maneira foi bem-sucedido esse embuste, que hoje será quase que impossível desfazê-lo. David Gueiros Vieira é historiador. Artigo copiado de http://paraibarama.blogspot.com/2008/12/mtodo-paulo-freire-ou-mtodo-laubach.html, em 01.02.2011, e publicado originalmente em Mídia Sem Máscara, em 9 março de 2004. BIBLIOGRAFIA AYRES, Antônio Tadeu.Como tornar o ensino eficaz. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro, 1994. BRINER, Bob.Os métodos de administração de Jesus. Ed. Mundo Cristão, S.P., 1997. CAMPOLO, Anthony.Você pode fazer a diferença. Ed. Mundo Cristão, SP, 1985. GONZALES, Justo e COOK, Eulália.Hombres y Ángeles. Ed. Alfalit, Miami, 1999. GONZALES, Justo.História de un milagro. Ed. Caribe, Miami (s.d.). GONZALES, Luiza Garcia de.Manual para preparação de alfabetizadores voluntários. 3ª ed., Alfalit Brasil, Rio de Janeiro, 1994. GREGORY, John Milton.As sete leis do ensino. 7ª ed., Rio de Janeiro, JUERP, 1994. HENDRICKS, Howard.Ensinando para transformar vidas. Ed. Betânia, Belo Horizonte, 1999. LAUBACH, Frank C..Os milhões silenciosos falam. s. l., s.e., s.d. MALDONADO, Maria Cereza.História da vida inteira. Ed. Vozes, 4ª ed., S.P., 1998. SMITH, Josie de.Luiza. Ed. la Estrella, Alajuela, Costa Rica, s.d. SPACH, Jules,Todos os Caminhos Conduzem ao Lar, Recife, PE, 2000.

OS PETARDOS DO HOMEM QUE NUNCA FOI A UM SHOW DE MÚSICA POP,NUNCA ASSISTIU A UM JOGO DE FUTEBOL E SE RECUSA A VER NOVELA DE TV

PAUL JOHNSON Defensores da mentalidade politicamente correta,tremei.Paul Johnson vem aí.Os fãs da fera o consideram um dos mais brilhantes historiadores britânicos.Os detratores ficam horrorizados quando lêem os freqüentes petardos que ele dispara contra,por exemplo,a arte moderna.Colunista da revista Spectator,colaborador do Daily Telegraph,Paul Johnson pode ser acusado de tudo,menos o de ser um historiador pouco ambicioso : depois de escrever “A História dos Judeus”,mergulhou na fundo tarefa de produzir “A História do Cristianismo”,recém-lançado no Brasil. Paul Johnson é um caso clássico de intelectual que nunca teve medo de nadar contra a corrente. Minorias que se julgam perseguidas devem ou não ser criticadas ? Devem,sim,responde a Fera do Tâmisa. Picasso é um grande artista ? Não é não – brada Johnson,autor de um livro de ensaios chamado “To Hell With Picasso” (algo como “Que Picasso vá para o Inferno”).Picasso – garante ele - não passa de um stalinista que apoiou um regime totalitário. A flexibilidade de conceitos morais é uma conquista do pensamento do século XX ? Não é,nunca foi nem poderia ter sido – rebate o impaciente Johnson.O relativismo moral –diz ele - é uma praga que faz os ingênuos acreditarem que não existe nada que seja absolutamente condenável. Aos 73 anos de idade, conservador assumido,crítico feroz da arte moderna,pintor nas horas vagas,religioso praticante e alpinista amador, Johnson é um polemista profissional. Faz parte de uma tribo minoritária: a dos intelectuais que não temem dar opiniões aparentemente fora de moda, fora de lugar e fora dos manuais de “bom comportamento” ideológico.Johnson já foi chamado de reacionário, direitista, manipulador, antiquado, intransigente, preconceituoso: é uma espécie de Paulo Francis às margens do Tâmisa.Horrorizado com o que chamava de “sociedade filistina”,Paulo Francis disse uma vez que se sentia “tecnicamente morto” em meio à vulgaridade generalizada.O incômodo que Francis sentia deve ser igual ao sentimento de inadaptação que abastece a ira de Johnson contra a mediocridade,as nulidades e a empulhação. As universidades, tidas por tantos como templos intocáveis do saber, se transformaram em centros de intolerância, irracionalidade, extremismo e preconceito. São fábricas de ignorantes, uma empulhação custosa, na avaliação devastadora de Johnson.Orgulha-se de jamais ter-se dado ao trabalho de ver um show de música pop ou um jogo de futebol. Opiniões assim renderam a ele uma farta coleção de críticos e detratores. Mas ele não parece disposto a dar trégua. Paul Johnson vem se ocupando da morte de Deus, o grande fato que não aconteceu no século vinte. Grandes tragédias do século XX, como o extermínio de seres humanos em escala industrial nos campos de concentração, poderiam ter contribuído para abalar a fé dos homens em Deus. Mas Paul Johnson diz que a ocorrência de tragédias terminou, paradoxalmente, reforçando a fé. Os descrentes procuraram proteção e consolo na idéia de Deus, porque o culpado de tudo é, como sempre, o homem. "Ao contrário do que se esperava – festeja Johnson -, este não foi o primeiro século do ateísmo". Quando o século XIX acabou, todo mundo esperava que a ciência iria tomar, de uma vez por todas, o lugar da fé. O avanço do conhecimento científico destruiria a idéia de que um Deus,seja qual for, existe. Um século depois,essa previsão falhou. Nesta entrevista,feita em Londres,a Fera do Tâmisa ruge contra a mentalidade politicamente correta,a arte moderna e o relativismo moral. Gravando ! GMN : Qual foi o pecado capital do século XX? Paul Johnson : “É o que chamo de relativismo moral : a negação de que haja valores absolutos.Acontece que há coisas que são absolutamente certas e outras que são absolutamente erradas,sim !. O relativismo moral afirma –pelo contrário - que todo bem ou todo mal é relativo.Todos os valores seriam relativos,portanto. Vejo o relativismo moral sob toda maldade totalitária e todo tipo de pecado do século XX. Precisamos voltar -acho que já estamos voltando- a cultivar valores absolutos”. GMN : O senhor diz que já não há uma idéia absoluta sobre o que é errado e o que é certo.Pode dar um exemplo do que é certo e do que é errado,no mundo de hoje ? Paul Johnson : “O exemplo mais comum é o da sexualidade humana. A maioria das pessoas da minha geração - que viveu a década de trinta - foi educada para acreditar que havia certos e errados absolutos na sexualidade humana. É um fato que o relativismo moral esconde e ofusca.Crianças de hoje não aprendem que há certos e errados ! Aprendem que devem fazer o que os outros fazem. Isso é relativismo moral ! É um grande mal. Devemos lutar contra ele”. GMN : O senhor se declara um combatente na guerra das idéias.Qual foi a pior e a melhor idéia política do século XX? Paul Johnson : “A pior idéia - que começou antes da Primeira Guerra,ainda por volta de 1910 - é a de que o Estado faz as coisas de uma maneira melhor do que os indivíduos. Mas há poucas coisas em que o Estado é melhor que o indivíduo. A verdade é que a idéia de que o Estado age bem é a pior de todas. Aprendemos agora esta lição.A melhor idéia é a seguinte : sempre que possível, os indivíduos devem ser deixados sós para fazerem o que puderem com os próprios recursos. Quanto maior a liberdade, maior a justiça, maior a eficiência e maior a felicidade humana. O Brasil é um desses países que têm um futuro incrível.Chegará a esse futuro,dourado e glorioso,se acreditar mais em liberdade individual e menos no Estado”. GMN : Por que o senhor diz que a mentalidade politicamente correta é uma nova forma de totalitarismo? Paul Johnson : “Não gosto que venham me dizer como pensar,que palavras e expressões devo ou não usar.Para mim, esta é a origem do totalitarismo. Hoje,o totalitarismo vem começando de novo,no campus das universidades,nos Estados Unidos,sob o disfarce politicamente correto. Temos de lutar – muito ! - contra este fenômeno,antes que o totalitarismo disfarçado de posições politicamente corretas se estabeleça de verdade”. GMN : Quanto o senhor pagaria por um quadro de Picasso? Por que o senhor é tão rigoroso na hora de julgar mestres da arte moderna, como Picasso e Cézanne? Paul Johnson : “A arte precisa ter um propósito moral. Acontece que nunca pude detectar qualquer propósito moral claro na obra de Picasso. Era um homem perverso e imoral.Não vejo,em nenhuma de suas obras,um esforço para mostrar a arte com um propósito moral.Tal esforço é a essência do grande artista. Então,desconsidero Picasso completamente”. GMN : A obra mais famosa de Picasso, "Guernica", é uma denúncia contra a violência do totalitarismo. Por que é,então,que o senhor diz que não havia nenhum sentido moral na obra de Picasso? Paul Johnson : “Porque Picasso não lutava contra o totalitarismo ! Picasso não era comunista : era stalinista ! . Ficou do lado da União Soviética totalitária,durante quase toda a vida. É um escândalo ! Não acreditava na liberdade, exceto para si próprio”. GMN : O senhor diz que a religião aprendeu a absorver todos os impactos da ciência. Agora que até seres humanos podem ser criados em laboratório, o senhor acredita que a fé religiosa vai sobreviver? Paul Johnson : “A rapidez no avanço da ciência, especialmente nas ciências da vida – aquelas que afetam os seres humanos – vem tornando a religião mais importante do que nunca. Porque,em cada estágio do avanço da ciência,devemos trazer Deus à discussão. Devemos dizer: "Isso é moral? É Justo? É algo que se encaixa no plano divino para a Humanidade? Ou é algo que vai contra ele?". O fator "Deus" na ciência é,hoje,mais importante do que nunca”. GMN : Um astronauta, que é um homem da ciência, diz que procurou sinais de Deus numa viagem pelo espaço, mas não encontrou nada. Que argumento o senhor usaria para convencer este astronauta de que,por trás do vazio do espaço,existiria um Deus? Paul Johnson : “Quando nos deparamos com um evento científico supremo, o modo de reagir a ele é uma questão de imaginação. Quando Robert Oppenheimer viu a primeira Bomba H explodir, em Alamos, ele citou Bhagavad Gita: "Eu me tornei a morte, o destruidor de mundos". Um homem pode ver algo miraculoso ou científico,sem que tenha reação alguma. Se ele for um homem de grande imaginação, pode ter uma enorme reação. Quando,a bordo de um avião,a cerca de doze mil metros de altura,vejo o amanhecer,esta cena,para mim,é uma revelação da existência de Deus.De qualquer maneira,não preciso estar no espaço para fazer esta constatação. A maioria das pessoas,igualmente,não precisa : basta que tenham imaginação para que Deus venha à tona”. GMN : O senhor consegue irritar as feministas e os esquerdistas com suas opiniões. Os dois são seus inimigos prediletos? Paul Johnson : “Não sou,certamente,um inimigo das feministas. Sou pró-mulher : acredito que o século XXI será o século das mulheres. Dei palestras em Londres para milhares de senhoras japonesas : disse que elas têm o dever de tomar o poder que hoje parece disponível para elas no Japão – que era uma sociedade muito machista. Sou muito a favor das mulheres. Quanto à esquerda, não gosto de dividir pessoas em setores rígidos - esquerda e direita. Posso até dizer que sou radical - especialmente nas questões femininas,por exemplo.O meu ponto de vista é o de que todos os assuntos devem estar abertos à discussão. Não estou do lado da esquerda ou da direita : estou do lado da razão e da justiça”. GMN : Por que o senhor diz que a esquerda tenta deixar os outros deprimidos? O senhor tem tomado Prozac? Paul Johnson : “Não estou de forma alguma deprimido! O século XX foi,como um todo, um fracasso horrível. Mas aprendemos muitas lições. Aguardo ansioso pelo século XXI. Não estou nem um pouco deprimido : penso que vai ser um grande século. Tenho uma imensa confiança : previa-se que Deus desapareceria da vida das pessoas.Mas Deus estará forte e vivendo nos corações de bilhões de homens, mulheres e crianças. É uma constatação que me torna o contrário de um deprimido: eu estou otimista”. GMN : Se é verdade que a idéia de Deus sobreviveu, quais são os três argumentos que o ssenhor usaria para convencer um ateu a acreditar em Deus? Paul Johnson : “A primeira razão é a verdade. Deus existe - e a verdade é mais importante do que tudo. A segunda é a felicidade: com Deus,estamos mais felizes, mais satisfeitos, mais seguros do que sem Deus. A terceira razão : sob o ponto de vista puramente social, um mundo em que Deus fosse amplamente acreditado e respeitado seria um mundo muito mais seguro e melhor”. GMN : O senhor diz que o ex-primeiro ministro britânico John Major é um político de segunda categoria. O senhor compraria um carro usado de John Major? Paul Johnson : “Quando estou viajando no exterior,sempre me pergunto : “Tenho ou não orgulho de ser inglês ?". Quando Margaret Thatcher era nossa primeira-ministra,eu achava que tinha orgulho de ser inglês.Andava de cabeça erguida em qualquer país.Quando John Major estava no governo,eu andava encolhido. Não tinha orgulho de ser inglês. O que espero é que,com Tony Blair,eu possa andar de cabeça erguida como fazia com Margaret Tatcher.É um homem de personalidade,dono de convicções fortes.Crê que há coisas que são certas e há coisas que são erradas sob o ponto de vista moral.É um homem religioso : acredita que crenças religiosas podem ser transformadas em ações políticas. É jovem, idealista, vigoroso”. GMN : O senhor - que é um conservador - hoje apóia o Partido Trabalhista, na figura de Tony Blair. Por que essa mudança? Paul Johnson : “Não acredito muito em partidos políticos.Não sou um homem que tenha fé em partidos.Não estou,portanto,preocupado com o Partido Trabalhista ou com o Partido Conservador.Acredito em líderes.Se o político é um bom líder,com fortes convicções morais,força de vontade e senso de justiça,para mim não faz diferença se ele ou ela é trabalhista ou conservador.Thatcher – líder do Partido Conservador - tinha esses atributos.Por essa razão,eu a apoiava.Por ter também esses atributos,o trabalhista Tony Blair merece o meu apoio.O que eu busco é uma liderança”. GMN : O senhor diz que a moda é uma conspiração de costureiros para ver até onde eles podem forçar as mulheres a fazer macaquices. A moda é um sintoma da decadência? Paul Johnson : “Não há nada de novo nesse fenômeno.A “alta moda de Paris” existe desde 1850 : é um século e meio de vida.Os estilistas –principalmente porque,na maioria,são homossexuais - sempre transformam as mulheres em macacas.Acham que as mulheres aceitarão o que eles fazem.As mulheres - não apenas as ricas - compram as roupas oferecidas pelos estilistas.Há coisas idiotas.Como essas roupas são fabricadas em massa – e levadas às lojas - não apenas as mulheres ricas,mas também as mulheres comuns,usam o que esses estilistas produzem.As mulheres é que escolhem.Ninguém faz uma mulher vestir roupas idiotas se ela não quiser”. GMN : Quem será a próxima vítima de Paul Johnson ? Paul Johnson : “Quero levar ao Parlamento uma lei de privacidade que impeça a mídia de invadir a privacidade alheia.Ingleses e americanos não têm essa lei.Quero que a Inglaterra tenha”. GMN : É possível resumir o Século em uma só palavra? Paul Johnson : “Não em uma palavra, mas em uma frase: "O Século XX foi um desastre total,suavizado pela capacidade humana de aprender lições da História". (1997) Paul Johnson por Paul Johnson : “De todas as calamidades que se abateram sobre o Século XX,além das duas guerras mundiais,a expansão da educação universitária nos anos cinquenta e sessenta é a mais duradoura.É um mito a crença de que as universidades são o berço da razão.São o abrigo de todo tipo de extremismo,irracionalidade,intolerância e preconceito;um lugar onde o esnobismo intelectual e social é propositadamente instilado e onde professores passam para os estudantes os seus próprios pecados de orgulho”. “A nova forma de totalitarismo – a Mentalidade Politicamente Correta – é,inteiramente,uma invenção universitária”. “O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo.Perdemos duas gerações – meio-século- na busca pela feiúra.Talentos da pintura,desenho e escultura se perderam”. “Nunca fui a um concerto de música pop ou a um jogo de futebol,nunca acompanhei novela de TV,nunca vi “A Ratoeira” ou “E o Vento Levou”,nunca concluí a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”,nunca li a revista “The Economist” ou “Time Out”,nunca tive um carro,nunca passei do limite da conta bancária,nunca compareci a tribunal.Ninguém nunca me ofereceu drogas,convidou-me para uma orgia ou me vendeu um contraceptivo.Jamais tive a menor vontade de possuir um quadro de Picasso,ter uma Ferrari,vestir um Armani ou morar em Aspen”. “Jamais matei um peixe,caçei uma raposa ou esmaguei uma aranha – se bem que,uma vez,tentei esmagar uma tarântula no Recife” “Já fiz Charles de Gaulle se benzer,Churchill chorar e o Papa sorrir” “Considero-me um típico inglês do meu tempo,classe e idade,cujos pontos-de-vista,simpatias e antipatias são compartilhadas com multidões.Posso estar errado a esse respeito.Quando perguntada o que pensa sobre mim,minha mulher Marigold respondeu : “Difícil”. (Trechos de “To Hell With Picasso”;Editora Weidenfeld & Nicolson,Londres) Posted by geneton at março 18, 2004 12:53 PM

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DECLARAÇÃO GRAVISSIMUM EDUCATIONIS SOBRE A EDUCAÇÃO CRISTÃ

PROÉMIO Importância e actualidade O sagrado Concílio Ecuménico considerou atentamente a gravíssima importância da educação na vida do homem e a sua influência cada vez maior no progresso social do nosso tempo(1). Na verdade, a educação dos jovens, e até uma certa formação continuada dos adultos torna-se, nas circunstâncias actuais, não só mais fácil mas também mais urgente. Com efeito, os homens, mais plenamente conscientes da própria dignidade e do próprio dever, anseiam por tomar parte cada vez mais activamente na vida social , sobretudo, na vida económica e política (2); os admiráveis progressos da técnica e da investigação científica e os novos meios de comunicação social dão aos homens a oportunidade de, gozando por vezes de mais tempo livre, conseguirem mais facilmente a cultura intelectual e moral e de mútuamente se aperfeiçoarem, mercê dos laços de união mais estreitos quer com os grupos quer mesmo com os povos. Por isso, em toda a parte se fazem esforços para promover cada vez mais a educação; declaram-se e registam-se em documentos públicos os direitos fundamentais dos homens e, em particular, dos filhos e dos pais, relativos à educação (3); com o aumento crescente do número de alunos, multiplicam-se e aperfeiçoam-se as escolas e fundam-se outros centros de educação; cultivam-se, com novas experiências, os métodos de educação e de instrução; realizam-se grandes esforços para que tais métodos estejam à disposição de todos os homens, embora muitas crianças e jovens ainda não possuam a formação mais elementar, e tantos outros careçam de educação adequada, na qual se cultivem simultâneamente a verdade e a caridade. Visto que a santa Mãe Igreja, para realizar o mandato recebido do seu fundador, de anunciar o mistério da salvação a todos os homens e de tudo restaurar em Cristo, deve cuidar de toda a vida do homem, mesmo da terrena enquanto está relacionada com a vocação celeste (4), tem a sua parte no progresso e ampliação da educação. Por isso, o sagrado Concílio enuncia alguns princípios fundamentais sobre a educação cristã mormente nas escolas, princípios que serão depois desenvolvidos por uma Comissão especial e aplicada nos diversos lugares pelas Conferências episcopais. Direito universal à educação 1. Todos os homens, de qualquer estirpe, condição e idade, visto gozarem da dignidade de pessoa, têm direito inalienável a uma educação (5) correspondente ao próprio fim (6), acomodada à própria índole, sexo, cultura e tradições pátrias, e, ao mesmo tempo, aberta ao consórcio fraterno com os outros povos para favorecer a verdadeira unidade e paz na terra. A verdadeira educação, porém, pretende a formação da pessoa humana em ordem ao seu fim último e, ao mesmo tempo, ao bem das sociedades de que o homem é membro e em cujas responsabilidades, uma vez adulto, tomará parte. Por isso, é necessário que, tendo em conta os progressos da psicologia, pedagogia e didáctica, as crianças e os adolescentes sejam ajudados em ordem ao desenvolvimento harmónico das qualidades físicas, morais e intelectuais, e à aquisição gradual dum sentido mais perfeito da responsabilidade na própria vida, rectamente cultivada com esforço contínuo e levada por diante na verdadeira liberdade, vencendo os obstáculos com magnanimidade e constância. Sejam formados numa educação sexual positiva e prudente, à medida que vão crescendo. Além disso, de tal modo se preparem para tomar parte na vida social, que, devidamente munidos dos instrumentos necessários e oportunos, sejam capazes de inserir-se activamente nos vários agrupamentos da comunidade humana, se abram ao diálogo com os outros e se esforcem de boa vontade por cooperar no bem comum. De igual modo, o sagrado Concílio declara que as, crianças e os adolescentes têm direito de serem estimulados a estimar rectamente os valores morais e a abraçá-los pessoalmente, bem como a conhecer e a amar Deus mais perfeitamente. Por isso, pede insistentemente a todos os que governam os povos ou orientam a educação, para que providenciem que a juventude nunca seja privada deste sagrado direito. Exorta, porém, os filhos da Igreja a que colaborem generosamente em todo o campo da educação, sobretudo com a intenção de que se possam estender o mais depressa possível a todos e em toda a parte os justos benefícios da educação e da instrução(7). Natureza e fim da educação cristã 2. Todos os cristãos que, uma vez feitos nova criatura mediante a regeneração pela água e pelo Espírito Santo(8), se chamam e são de facto filhos de Deus, têm direito à educação cristã. Esta procura dar não só a maturidade da pessoa humana acima descrita, mas tende principalmente a fazer com que os baptizados, enquanto são introduzidos gradualmente no conhecimento do mistério da salvação, se tornem cada vez mais conscientes do dom da fé que receberam; aprendam, principalmente na acção litúrgica, a adorar Deus Pai em espírito e verdade (cfr. Jo. 4,23), disponham-se a levar a própria vida segundo o homem novo em justiça e santidade de verdade (EL 4, 22-24); e assim se aproximem do homem perfeito, da idade plena de Cristo (cfr. Ef. 4,13) e colaborem no aumento do Corpo místico. Além disso, conscientes da sua vocação; habituem-se quer a testemunhar a esperança que neles existe (cf. 1 Ped. 3,15), quer a ajudar a conformação cristã do mundo, mediante a qual os valores naturais assumidos na consideração integral do homem redimido por Cristo, cooperem no bem de toda a sociedade (9). Por isso, este sagrado Concílio lembra aos pastores de almas o dever de dispor as coisas de maneira que todos os fiéis gozem desta educação cristã, sobretudo os jovens que são a esperança da Igreja (10). Os educadores: pais, sociedade civil e Igreja 3. Os pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de educar a prole e, por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais educadores (11). Esta função educativa é de tanto peso que, onde não existir, dificilmente poderá ser suprida. Com efeito, é dever dos pais criar um ambiente de tal modo animado pelo amor e pela piedade para com Deus e para com os homens que favoreça a completa educação pessoal e social dos filhos. A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. Mas, é sobretudo, na família cristã, ornada da graça e do dever do sacramento do Matrimónio, que devem ser ensinados os filhos desde os primeiros anos, segundo a fé recebida no Baptismo a conhecer e a adorar Deus e a amar o próximo; é aí que eles encontram a primeira experiência quer da sã sociedade humana quer da Igreja; é pela família, enfim, que eles são pouco a pouco introduzidos no consórcio civil dos homens e no Povo de Deus. Caiam, portanto, os pais na conta da importância da família verdadeiramente cristã na vida e progresso do próprio Povo de Deus(12). O dever de educar, que pertence primariamente à família, precisa da ajuda de toda a sociedade. Portanto, além dos direitos dos pais e de outros a quem os pais confiam uma parte do trabalho de educação, há certos deveres e direitos que competem à sociedade civil, enquanto pertence a esta ordenar o que se requer para o bem comum temporal. Faz parte dos seus deveres promover de vários modos a educação da juventude: defender os deveres e direitos dos pais e de outros que colaboram na educação e auxiliá-los; segundo o princípio da subsidiariedade, ultimar a obra da educação, se falharem os esforços dos pais e das outras sociedades, tendo, todavia, em consideração, os desejos dos pais; além disso, fundar escolas e instituições próprias, na medida em que o bem comum o exigir (13). Finalmente, por uma razão particular pertence à Igreja o dever de educar, leão só porque deve também ser reconhecida como sociedade humana capaz de ministrar a educação, mas sobretudo porque tem o dever de anunciar a todos os homens o caminho da salvação, de comunicar aos crentes a vida de Cristo e ajudá-los, com a sua contínua solicitude, a conseguir a plenitude desta vida (14). Portanto, a Igreja é obrigada a dar, como mãe, a estes seus filhos aquela educação, mercê da qual toda a sua vida seja imbuída do espírito de Cristo; ao mesmo tempo, porém, colabora com todos os povos na promoção da perfeição integral da pessoa humana, no bem da sociedade terrestre e na edificação dum mundo configurado mais humanamente (15). Meios da Igreja para a educação cristã 4. No desempenho do seu múnus educativo, a Igreja preocupa-se com todos os meios aptos, sobretudo com aqueles que lhe pertencem; o primeiro dos quais é a instrução catequética (16) que ilumina e fortalece a fé, alimenta a vida segundo o espírito de Cristo, leva a uma participação consciente e activa no mistério de Cristo (17) e impele à acção apostólica. A Igreja aprecia muito e procura penetrar e elevar com o seu espírito também os restantes meios, para cultivar as almas e formar os homens, como são os meios de comunicação social (18), as múltiplas organizações culturais e desportivas, os agrupamentos juvenis e, sobretudo, as escolas. Importância das escolas 5. Entre todos os meios de educação, tem especial importância a escola (19), que, em virtude da sua missão, enquanto cultiva atentamente as faculdades intelectuais, desenvolve a capacidade de julgar rectamente, introduz no património cultural adquirido pelas gerações passadas, promove o sentido dos valores, prepara a vida profissional, e criando entre alunos de índole e condição diferentes um convívio amigável, favorece a disposição à compreensão mútua; além disso, constitui como que um centro em cuja operosidade e progresso devem tomar parte, juntamente, as famílias, os professores, os vários agrupamentos que promovem a vida cultural, cívica e religiosa, a sociedade civil e toda a comunidade humana. É bela, portanto, e de grande responsabilidade a vocação de todos aqueles que, ajudando os pais no cumprimento do seu dever e fazendo as vezes da comunidade humana, têm o dever de educar nas escolas; esta vocação exige especiais qualidades de inteligência e de coração, uma preparação esmeradíssima e uma vontade sempre pronta à renovação e adaptação. Obrigações e direitos dos pais 6. Os pais, cujo primeiro e inalienável dever e direito é educar os filhos, devem gozar de verdadeira liberdade na escolha da escola. Por isso, o poder público, a quem pertence proteger e defender as liberdades dos cidadãos, deve cuidar, segundo a justiça distributiva, que sejam concedidos subsídios públicos de tal modo que os pais possam escolher, segundo a própria consciência, com toda a liberdade, as escolas para os seus filhos (20). De resto, é próprio do poder público providenciar para que todos os cidadãos possam alcançar uma justa participação na cultura e sejam preparados para exercer devidamente os deveres e os direitos civis Portanto, o mesmo poder público deve defender o direito das crianças a uma adequada educação escolar, velar pela competência dos professores e pela eficácia dos estudos, atender à saúde dos alunos e, em geral, promover todo o trabalho escolar, tendo em consideração o dever da subsidiariedade e, portanto, excluindo o monopólio do ensino, que vai contra os direitos inatos da pessoa humana, contra o progresso e divulgação da própria cultura, contra o convívio pacífico dos cidadãos e contra o pluralismo que vigora em muitíssimas sociedades de hoje (21). O sagrado Concílio, porém, exorta os fiéis a colaborarem espontâneamente quer para encontrar os métodos aptos de educação e de organização dos estudos, quer para formar professores capazes de educar rectamente os jovens; secundem com o seu auxílio, sobretudo mediante associações dos pais, todo o trabalho da escola e em particular a educação moral que na escola deve ser ministrada (22). Solicitude pelos alunos das escolas não-católicas 7. Tendo, além disso, a consciência do dever gravíssimo de cuidar zelosamente da educação moral e religiosa de todos os seus filhos, a Igreja sabe que deve estar presente com o seu particular afecto e com o seu auxílio aos que são formados em escolas não católicas: quer pelo testemunho de vida dos professores e directores, quer pela acção apostólica dos colegas (23), quer sobretudo pelo ministério dos sacerdotes e dos leigos que lhes ensinam a doutrina da salvação, adaptada à idade e condição, e os auxiliam espiritualmente com iniciativas oportunas segundo as circunstâncias. Lembra, porém, aos pais o grave dever que lhes incumbe de tudo disporem, ou até exigirem, para que os seus filhos possam gozar de tais auxílios e progredir harmónicamente na formação cristã e profana. Por isso, a Igreja louva aquelas autoridades e sociedades civis que, tendo em conta o pluralismo da sociedade hodierna e atendendo à justa liberdade religiosa, ajudam as famílias para que a educação dos filhos possa ser dada em todas as escolas segundo os princípios morais e religiosos das mesmas famílias (24). Escolas católicas: importância. Direito da igreja 8. A presença da Igreja no campo escolar manifesta-se de modo particular por meio da escola católica. É verdade que esta busca, não menos que as demais escolas, fins culturais e a formação humana da juventude. É próprio dela, todavia, criar um ambiente de comunidade escolar animado pelo espírito evangélico de liberdade e de caridade, ajudar os adolescentes para que, ao mesmo tempo que desenvolvem a sua personalidade, cresçam segundo a nova criatura que são mercê do Baptismo, e ordenar finalmente toda a cultura humana à mensagem da salvação, de tal modo que seja iluminado pela fé o conhecimento que -os alunos adquirem gradualmente a respeito do mundo, da vida e do homem (25). Assim, a escola católica, enquanto se abre convenientemente às condições do progresso do nosso tempo, educa os alunos na promoção eficaz do bem da cidade terrestre, e prepara-os para o serviço da dilatação do reino de Deus, para que, pelo exercício duma vida exemplar e apostólica, se tornem como que o fermento salutar da comunidade humana. Por isso, visto que a escola católica tanto pode ajudar na realização da missão do Povo de Deus, e tanto pode servir o diálogo entre a Igreja e a comunidade humana, para benefício dos homens, também nas circunstâncias actuais conserva a sua gravíssima importância. Por tal motivo, este sagrado Concílio proclama mais uma vez que a Igreja tem o direito, já declarado em muitíssimos documentos do magistério (26), de livremente fundar e dirigir escolas de qualquer espécie e grau, recordando que o exercício de tal direito muito pode concorrer para a liberdade de consciência e defesa dos direitos dos pais, bem como para o progresso da própria cultura. Lembrem-se, porém, os professores de que sobretudo deles depende que a escola católica possa realizar os seus intentos e iniciativas (27). Sejam, por isso, preparados com particular solicitude, para que estejam munidos de ciência quer profana quer religiosa, comprovada pelos respectivos títulos, e possuam a arte de educar, de harmonia com o progresso dos nossos dias. Unidos entre si e com os alunos pela caridade, e imbuídos de espírito apostólico, dêem testemunho de Cristo, mestre único, quer com a vida quer com a doutrina. Colaborem, sobretudo, com os pais; juntamente com eles, tenham na devida consideração, em toda a obra educativa, a diferença sexual e o fim próprio atribuído pela Providência divina a cada sexo na família e na sociedade; esforcem-se por suscitar a acção pessoal dos alunos, e, depois de acabado o curso escolar, continuem a acompanhá-los com o conselho, a amizade e com a organização de associações peculiares imbuídas de verdadeiro espírito eclesial. .O sagrado Concílio declara que o ministério destes professores é um autêntico apostolado, muito oportuno e necessário também nos nossos dias, e, ao mesmo tempo, um verdadeiro serviço prestado à sociedade. E aos pais católicos recorda o dever de confiarem os seus filhos, quando e onde puderem às escolas católicas, de as sustentarem segundo as suas forças e de colaborarem com elas para bem dos próprios filhos (28). Diversas espécies de escolas católicas 9. É necessário que todas as escolas, de qualquer modo dependentes da Igreja, sejam conformes a este modelo de escola católica, embora esta possa revestir várias formas segundo as condições de lugar (29). Sem dúvida a Igreja estima profundamente também as escolas católicas que, sobretudo nos territórios das novas cristandades, são frequentadas por alunos não católicos. De resto, devem ter-se em conta as necessidades do nosso tempo na fundação e organização das escolas católicas. Por isso, se por um lado devem continuar a ser promovidas as escolas inferiores e médias que constituem o alicerce da educação, também devem ser tidas em muita conta aquelas que as condições hodiernas exigem dum modo particular, como são as chamadas escolas profissionais (30) e técnicas, as instituições destinadas à educação dos adultos, à promoção dos socorros sociais bem como àqueles que, por defeito da natureza, necessitam de cuidado particular, e as escolas em que os professores são preparados em função quer da formação religiosa quer das demais formas de educação. O sagrado Concílio exorta veementemente tanto os pastores da Igreja como os fiéis a que, não omitindo nenhum sacrifício, ajudem as escolas católicas na realização cada vez mais perfeita do seu múnus, e, antes de mais, remediando as necessidades daqueles que são pobres de bens temporais ou privados do auxílio e do afecto da família ou desprovidos do dom da fé. Faculdades e Universidades católicas 10. A Igreja acompanha igualmente com zelosa solicitude as escolas de nível superior, sobretudo as Universidades e as Faculdades. Mais ainda naquelas que dela dependem, procura de modo orgânico que cada disciplina seja de tal modo cultivada com princípios próprios, método próprio e liberdade própria da investigação científica, que se consiga uma inteligência cada vez mais profunda dela, e, consideradas cuidadosamente as questões e as investigações actuais, se veja mais profundamente como a fé e a razão conspiram para a verdade única, segundo as pisadas dos doutores da Igreja, mormente de S. Tomás de Aquino (31). E assim se consiga a presença pública, estável e universal da mentalidade cristã em todo o esforço de promoção da cultura superior, e que os alunos destas instituições se façam homens verdadeiramente notáveis pela doutrina, preparados para aceitar os mais importantes cargos na sociedade e ser testemunhas da fé no mundo (32). Nas Universidades católicas onde não existe nenhuma Faculdade de sagrada teologia, funde-se um Instituto ou uma cátedra de sagrada teologia, na qual se dêem lições adaptadas também a alunos leigos. Visto que as ciências progridem sobretudo mercê de investigações especiais de maior alcance científico, favoreçam-se o mais possível nas Universidades e Faculdades católicas aqueles institutos cujo fim primário é a promoção da investigação científica. O sagrado Concílio muito recomenda que se fundem Universidades e Faculdades católicas, convenientemente distribuídas pelas diversas partes da terra, de tal maneira, porém, que brilhem não pelo número mas pela dedicação à ciência; e facilite-se a entrada aos alunos de maior esperança, embora de pouca fortuna, sobretudo aos oriundos das nações jovens. Já que a sorte da sociedade e da própria Igreja está intimamente relacionada com o bom aproveitamento dos jovens dados aos estudos superiores (33), os pastores da Igreja não só tenham grande cuidado pela vida espiritual dos alunos que frequentam as Universidades católicas, mas, solícitos da formação espiritual de todos os seus filhos, nas reuniões episcopais oportunamente convocadas, providenciem para que também junto das Universidades não católicas haja residências e centros universitários católicos, nos quais sacerdotes, religiosos e leigos, cuidadosamente escolhidos e preparados, dêem um auxílio espiritual e intelectual permanente à juventude universitária. Porém, os jovens de melhor talento quer das Universidades católicas quer das outras, que pareçam aptos para o ensino e para a investigação, sejam cultivados com especial cuidado e preparados para o exercício do magistério. Faculdades de ciências sagradas 11. A Igreja espera muitíssimo do trabalho das Faculdades de ciências sagradas (34). Com efeito, a elas confia o gravíssimo dever de preparar os próprios alunos não só para o ministério sacerdotal mas, sobretudo, quer para ensinarem nas cátedras dos estudos eclesiásticos superiores, quer para fazerem progredir as disciplinas com o próprio esforço, quer para receberem os encargos mais pesados do apostolado intelectual. Da mesma maneira, é dever dessas Faculdades investigar mais profundamente os vários campos das disciplinas sagradas, de tal maneira que se consiga uma inteligência cada vez mais profunda da Sagrada Escritura, se patenteie mais plenamente o património da sabedoria cristã transmitido pelos antepassados, se promova o diálogo com os irmãos separados e com os não cristãos e se dê resposta às questões nascidas do progresso da ciência (35). Por isso, as Faculdades eclesiásticas, depois de oportunamente revistas as suas leis, promovam zelosamente as ciências sagradas e as outras com elas relacionadas e, usando os métodos e instrumentos mais modernos, formem os alunos para mais altas investigações. A coordenação das escolas católicas 12. Como a colaboração, que em nível diocesano, nacional e internacional se torna cada vez mais urgente e adquire mais força, é igualmente muito necessária no campo escolar, deve procurar-se com todas as forças que entre as escolas católicas se favoreça uma apta coordenação, e, entre elas e as restantes escolas se intensifique a cooperação exigida pelo bem de toda a comunidade humana (36). Da maior coordenação e colaboração, sobretudo no âmbito dos Institutos académicos, se colherão frutos mais abundantes. Por isso, em todas as Universidades colaborem as várias Faculdades entre si, tanto quanto o seu objecto o permitir. Também as próprias Universidades cooperem entre si com esforços unidos, organizando conjuntamente congressos internacionais, distribuindo entre si o trabalho de investigação científica, comunicando umas às outras as próprias descobertas, permutando temporáriamente os professores, e promovendo tudo quanto favoreça uma maior ajuda mútua. CONCLUSÃO Conclusão: exortação aos educadores e alunos O sagrado Concílio exorta vivamente os jovens a que, conscientes ,s da importância do múnus educativo, estejam preparados para o receberem os com ânimo generoso, sobretudo naquelas regiões em que, por falta de professores, a educação da juventude está em perigo. O mesmo sagrado Concílio, enquanto se confessa muito grato aos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que se ocupam com dedicação evangélica na obra excelente da educação e do ensino de qualquer espécie e grau, exorta-os a que perseverem generosamente no trabalho começado e a que de tal modo se esforcem por sobressair em encher os alunos do espírito de Cristo, na arte pedagógica e no estudo das ciências que não só promovam a renovação interna da Igreja mas também conservem e aumentem a sua presença benéfica no mundo hodierno, sobretudo no intelectual. Roma, 28 de Outubro de 1965. PAPA PAULO VI Notas 1. Entre muitos documentos que ilustram a importância da educação, cfr. sobretudo: Bento XV, Carta apostólica Communes Litteras, 10 abril 1919: AAS 11 (1919) p. 172. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 31 dez. 1929: AAS 22 (1930) p. 49-86. Pio XII, Alocução aos jovens da A. C. italiana, 20 abril 1946: Discorsi e Radiomessaggi VIII p. 53-57. -Alocução aos Pais de família franceses, 18 set. 1951: Discorsi e Radiomessaggi XIII, p. 241-245. João XXIII, Mensagem no 30° ano da publicação da encíclica Divini Illius Magistri, 30 dez. 1959: AAS 52 (1960) p. 57-59. Paulo VI, Alocução aos membros da F. I. D. A. E. (Federação dos Institutos dependentes da autoridade eclesiásticas), 30 dez, 1963: Encicliche e Discorsi di Paolo VI, I, Roma, 1964, p. 601-603. Vejam-se, além disso, as Actas e os Documentos da preparação do Concílio Ecuménico Vaticano II, série I, Antepreparatória, vol. III p. 363-364, 370-371, 373-374. 2. Cfr. João XXIII, Encíclica Mater et Magistra, 15 maio 1961: AAS 53 (1961) p. 413, 415-417, 424. — Encíclica Pacem in terris, 11 abril 1963: AAS 55 (1963) p. 278 s. 3. Cfr. Profissão universal dos direitos humanos (Déclaration des droits de 1'homme), 10 de dez. 1948, ratificada pela assembleia geral das Nações Unidas; e cfr. Déclaration des droits de 1'enfant, 20 nov. 1959; Protocole additionnel à Ia convention de sauvegarde des droits de 1'homme et des libertés fondamentales, Paris, 20 março 1952; a respeito da Profissão universal dos direitos humanos, cfr. João XXIII, Encíclica Pacem in terris, 11 abril 1963: AAS 55 (1963) p. 295 s. 4. Cfr. João XXIII, Encíclica Mater et Magistra, 15 maio 1961: AAS 53 (1961) p. 402. Conc. Vat. II, Const. dogmática De Ecclesia, Lumen gentium, n. 17: AAS 57 (1965) p. 21. 5. Pio XII, Radiomensagem, 24 dez. 1942: AAS 35 (1943) p. 12, 19. João XXIII, Encíclica Pacem in terris 11 abril 1963: AAS 55 (1963) p. 259 s. Cfr. também as declarações dos direitos do homem mencionados na nota 3. 6. Cfr. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 31 dez. 1929: AAS 22 (1930) p. 50 s. 7. Cfr. João XXIII, Encíclica Mater et Magistra, 15 maio 1961: AAS 53 (1961) p, 441. s. 8. Cfr. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1. c., p. 83. 9. Cfr. Conc. Vat. II, Const. Dogmática De Ecclesia, Lumen gentium, n. 36: AAS 57 (1965) p, 41. s. 10. Cfr. Conc. Vat. II, Decreto De pastorali Episcoporum munere in Ecclesia, Christus Dominus, n. 12-14. 11. Cfr. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1. c., p. 59 s.; Encíclica Mit brennender Sorge, 14 março 1937: AAS 29 (1937) p. 164 s. Pio XII, Alocução ao 1.° Congresso nacional da Associação italiana de Professores católicos (A. I, M. C.), 8 set. 1946: Discorsi e Radiomessaggi, VIII p. 218 12. Cfr. Conc. Vat. II, Const. dogm. De Ecclesia, Lumen gentium, n. 11 e 35: AAS 57 (1965) p. 16 e 40 s. 13. Cfr. Pio XI, Encícl. Divini Illius Magistri, 1. c., p. 63 s. Pio XII, Radiomensagem, 1 jun. 1941: AAS 33 (1941), p, 200; Alocução ao l.o Congresso nacional da Associação italiana de Professores católicos, 8 set. 1946: Discorsi e Radiomessaggi, VIII p. 218. Acerca do princípio de subsidiariedade, cfr. João XXIII, Encicl. Pacem in terris, 11 abril 1963: AAS 55 (1963) p. 294. 14. Cfr. Pio XI, Encícl. Divini Illius Magistri, 1. c., p. 53 s., 56 s — Encicl. Non abbiamo bisogno, 29 jun. 1931: AAS 23 (1931) p. 311 s. Pio XII, Carta da Secret. de Estado à 28ª, Semana Social italiana, 20 set. 1955: L'Osservatore Romano de 29 set. 1955. 15. A Igreja louva as autoridades civis, locais, nacionais e internacionais que, conscientes das necessidades mais urgentes de hoje, se empenham em fazer com que todos os povos possam chegar a uma maior educação e civilização. Cfr. Paulo VI, aloc. na Assembleia geral das Nações Unidas, 4. out. 1965: AAS 57 (1965), p. 877-885. 16. Cfr. Pio XI, Motu proprio Orbem catholicum, 29 jun. 1923: AAS 15 (1923) p. 327-329. Decreto Provido sane, 12 jan. 1935: AAS 27 (1935) p. 145-152. Conc. Vat. II, Decreto De pastorali Episcoporum munere in Ecclesia, Christus Dominus, n. 13 e 14. 17. Cfr. Conc. Vat. II, Const. De Sacra Liturgia, Sacrosanctum conciliam, n. 14: AAS 56 (1964), p. 104. 18. Cfr. Conc. Vat. II, Decreto De instrumentis communicationis socialis, Inter mirifica, n. 13 e 14: AM 56 (1964) p. 149, s. 19. Cfr. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1. c., p. 76; Pio XII, Alocução à Associação aos Professores Católicos da Baviera, 31 dez. 1956: Discorsi e Radiomessaggi XVIII p. 746. 20. Cfr. Conc. Prov. de Cincinnati III, a. 1861: Collectio Lacensis, III, col. 1240 c/d; Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1. c., p. 60, 63 s. 21. Cfr. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1. c., p. 63; Enciclica Non abbiamo bisogno, 29 jun. 1931: AAS 23 (1931) p. 305. Pio XII, Carta da Secretaria de Estado à 28ª Semana social italiana, 20 set. 1955: L'Osservatore romano, 29 set. 1955. Paulo VI, Alocução à Associação Cristã dos Operários italianos (A. C. L. L), 6 out. 1963: Encicliche e Discorsi di Paolo VI, I, Roma, 1964, p. 230. 22. Cfr. João XXIII, Mensagem no 30° ano da publicação da Encíclica Divini Illius Magistri, 30 dez. 1959: AAS 52 (1960) p. 57. 23. A Igreja aprecia muito a acção apostólica, que também em tais escolas os professores e os alunos católicos podem realizar. 24. Cfr. Pio XII, Alocução à Associação dos Professores Católicos da Baviera, 31. dez. 1956: Discorsi e Radiomessaggi XVIII, p. 745 s. 25. Cfr. Conc. Prov. Westminster I, a. 1852: Collectio Lacensis III, col. 1334, a/b. - Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1, c., p. 77 s.-Pio XII, Alocução à Associação dos Professores católicos da Baviera, 31 dez. 1956: Discorsi e Radiomessaggi, XVIII, p. 746-Paulo VI, Alocução dos membros da F. I. D. A. E. (Federação dos Institutos dependentes da autoridade eclesiástica), 30 dez. 1963: Encicliche e Discorsi di Paolo VI, I, Roma, 1964, p. 602 s. 26. Cfr. antes de mais os documentos mencionados na nota n. 1; além disso, este direito da Igreja é manifestado por muitos Concílios provinciais, bem como em recentissimas declarações de muitas Conferéncias episcopais. 27. Cfr. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, 1. c., p. 80, s — Pio XII, Alocução à Associação católica italiana dos Professores das escolas secundárias (U. C. I. I. M.), 5 jan. 1954: Discorsi e Radiomessaggi, XV, p. 551-556-João XXIII, Alocução ao sexto Congresso da Associação italiana dos Professores Católicos (A, I. M. C.), 5 set. 1959: Discorsi, Messaggi, Colloqui, I, Roma, 1960, p. 427-431. 28. Cfr. Pio XII, Alocução à Associação Católica italiana dos Professores das escolas secundárias (U. C. I. I. M.), 5 jan. 1954, 1. c., p. 555. 29. Cfr. Paulo VI, Aloc. ao Secretariado internacional de Educação católica (O. I. E. C.). 25 fev. 1964: Encicliche e Discorsi di Paolo VI, II, Roma, 1964, p. 232. 30. Cfr. Paulo VI, Aloc. à Associação Cristã dos Operários de Itália (A.C.L.I.), 6 out. 1963: Encicliche e Discorsi di Paolo VI, I, Roma, 1964, p. 229. 31. Cfr. Paulo VI, Aloc. ao VI Congresso Tomista Internacional, 10 set. 1965: AAS 57 (1965) p. 788-792. 32. Cfr. Pio XII, Alocução aos professores e alunos dos Institutos Superiores Católicos de França, 21 set. 1950: Discorsi e Radiomessaggi, XII, p. 219-221; Carta ao XXII Congresso «Pax Romana», 12 ago. 1952: Discorsi e Radiomessaggi, XIV, p. 567-569-João XXIII, Alocução à Federação das Universidades Católicas, 1 abril 1959: Discorsi, Messaggi, Colloqui, I, Roma 1960, p. 226-229.-Paulo VI, Alocução ao Senado Académico da Universidade Católica de Milão, 5 abril 1964: Encicliche e Discorsi di Paolo VI, II, Roma, 1964, p. 438-443. 33. Cfr. Pio XII, Alocução ao Senado Académico e aos alunos da Universidade de Roma, 15 jun. 1952: Discorsi e Radiomessaggi XIV, p. 208: «A direcção da sociedade de amanhã está principalmente depositada na mente e no coração dos universitários de hoje». 34. Cfr. Pio XI, Constituição apostólica Deus scientiarum Dominus, 24 maio 1931: AAS 23 (1931) p. 245-247. 35. Cfr. Pio XII, Encíclica Humani Generis, 12 ago. 1950: AAS 42 (1950) p. 568 s; 578.—Paulo VI, Encíclica Ecclesiam Suam, parte III, 6 ago. 1964: AAS 56 (1954) p. 637.— Conc. Vat. II, Decreto De Oecumenismo, Unitatis Redintegratio: AAS 57 (1965) p. 90-107. 36. Cfr. João XXIII, Encíclica Pacem in terris, 11 abril 1963: AAS 55 (1963) p. 284 e passim.

A ESCOLA CATÓLICA NO LIMIAR DO TERCEIRO MILÉNIO

CONGREGAÇÃO DA EDUCAÇÃO CATÓLICA (dos Seminários e dos Institutos de Estudo) A ESCOLA CATÓLICA NO LIMIAR DO TERCEIRO MILÉNIO Introdução 1. No limiar do terceiro milénio a educação e a escola católica encontram-se perante novos desafios criados pelo contexto sócio-político e cultural. Trata-se especialmente da crise de valores, que, sobretudo nas sociedades ricas e desenvolvidas, assume muitas vezes as formas de subjectivismo difuso, de relativismo moral e de niilismo, exaltados pelos meios de comunicação social. O profundo pluralismo, que invade a consciência social, dá origem a comportamentos diferentes, às vezes de tal maneira antitéticos que acabam por destruir qualquer identidade comunitária. As rápidas mudanças estruturais, as profundas inovações técnicas e a globalização da economia incidem cada vez mais sobre a vida do homem em todas as partes do mundo. Contrariamente à perspectiva dum desenvolvimento para todos, assistimos ao crescimento acentuado da diferença entre os povos ricos e os povos pobres e a enormes ondas migratórias dos países do subdesenvolvimento para os do desenvolvimento. O fenómeno duma sociedade multicultural que se torna cada vez mais multiracial, multi-étnica e multireligiosa, traz consigo não só enriquecimento, mas também novos problemas. A isto se junta, nos países de antiga evangelização, uma marginalização crescente da fé cristã como ponto de referência e luz na interpretação efectiva e convicta da existência. 2. No campo da educação as funções educacionais alargaram-se, tornaram-se mais complexas e especializadas. As ciências da educação, que antes se concentravam no estudo da criança e na preparação do mestre, tiveram de abrir-se às diferentes idades da vida, aos diversos âmbitos e situações para além da escola. Novas exigências acentuaram a exigência de novas matérias, de novas competências e de novas figuras educativas para além daquelas tradicionais. Deste modo educar, trabalhar na escola no contexto actual é algo de particularmente difícil. 3. Perante este horizonte a escola católica é chamada a uma renovação corajosa. A preciosa herança de uma longa experiência de séculos manifesta, com efeito, a vitalidade própria sobretudo na capacidade de inovação sapiente. É assim necessário que também no nosso tempo a escola católica saiba afirmar-se de maneira eficaz, persuasiva e actual. Não se trata de pura adaptação, mas de impulso missionário: é o dever fundamental da evangelização, de ir até onde está o homem para que acolha o dom da salvação. 4. Por isso a Congregação da Educação Católica, nestes anos de preparação imediata para o grande jubileu do ano 2000, na grata efeméride dos trinta anos da instituição do ofício escolas(1) e dos vinte anos do documento A escola católica, publicado a 19 de Março de 1977, com a finalidade de « chamar a atenção sobre a natureza e sobre as notas características de uma escola que quer definir-se e apresentar-se como 'católica' »,(2) pretende agora, com esta circular, dirigir-se a quantos estão empenhados na educação escolar, desejando fazer chegar-lhes uma palavra de encorajamento e de esperança. Esta carta propõe-se particularmente partilhar a alegria pelos frutos positivos da escola católica e também as preocupações pelas dificuldades que ela encontra. Além disso, sustentados pelo ensino do Concílio Vaticano II, pelas inumeráveis intervenções do Santo Padre, pelas Assembleias ordinárias e especiais do Sínodo dos Bispos, pelas Conferências episcopais e pela solicitude pastoral dos Ordinários diocesanos e das Organizações internacionais católicas com finalidades educativas e escolares, parece-nos oportuno chamar a atenção para algumas características fundamentais da escola católica, que consideramos importantes pela eficácia da sua obra educativa na Igreja e na sociedade: a escola católica como lugar de educação integral da pessoa humana através dum projecto educativo claro que tem o seu fundamento em Cristo;(3) a sua identidade eclesial e cultural; a sua missão de caridade educativa; o seu serviço social; o estilo educativo que deve caracterizar a sua comunidade educante. Alegrias e fadigas 5. É com satisfação que recordamos o caminho positivo realizado pela escola católica nestes últimos decénios. Antes de mais, devemos considerar o contributo que ela dá à missão evangelizadora da Igreja em todo o mundo, compreendidas as áreas em que não é possível nenhuma outra acção pastoral. Além disso a escola católica, não obstante as dificuldades, continuou a ser corresponsável pelo desenvolvimento social e cultural das várias comunidades e povos, de que faz parte, partilhando as suas alegrias e esperanças, os sofrimentos, as dificuldades e o empenho num autêntico progresso humano e comunitário. Nesta perpectiva é necessário mencionar o contributo precioso que ela dá ao seu desenvolvimento espiritual e material, colocando-se ao serviço dos povos mais desfavorecidos. Sentimos o dever de apreciar o contributo dado pela escola católica à inovação pedagógica e didáctica e o grande empenhamento de tantos fiéis e sobretudo dos consagrados e leigos que vivem a sua função docente como vocação e autêntico apostolado.(4) Finalmente não podemos esquecer o contributo dado pela escola católica à pastoral de conjunto e em especial à pastoral familiar, sublinhando, a propósito, o trabalho discreto de inserção na dinâmica educativa entre pais e filhos e, dum modo especial, o apoio simples e profundo, rico de sensibilidade e delicadeza, oferecido às famílias « débeis » ou « desagregadas » cada vez mais numerosas sobretudo nos países desenvolvidos. 6. A escola é, sem dúvida, uma encruzilhada sensível da problemática que agita este inquieto final de fim de milénio. A escola católica confronta-se com jovens e adolescentes que vivem as dificuldades do tempo actual. Encontramo-nos diante de alunos que ressentem a fadiga, são incapazes de sacrifício e de constância e não encontram modelos válidos de referência, a começar pelos familiares. Não só são cada vez mais indiferentes ou não praticantes, mas mostram-se mesmo sem qualquer formação religiosa ou moral. A isto se junta, em muitos alunos e nas famílias, um sentido de profunda apatia pela formação ética e religiosa, de modo que no fundo o que se pede à escola católica é só um diploma ou, quando muito, uma instrução qualificada e uma habilitação profissional. O clima descrito produz um certo cansaço pedagógico, que, no contexto actual, se junta à dificuldade crescente em conjugar o ser professor com o ser educador. 7. Entre as dificuldades há também situações de ordem política, social e cultural que impedem ou tornam difícil a frequência da escola católica. O drama da miséria difundida e da fome no mundo, os conflitos e guerras civis, a degradação urbana, a difusão da criminalidade nas grandes áreas metropolitanas de tantas cidades, não consentem a plena realização de projectos formadores e educacionais. Noutras partes do mundo são os governos a colocar obstáculos, se não mesmo a impedir de facto a acção da escola católica, não obstante o progresso de mentalidades, praxes democráticas e sensibilidade crescente em relação aos direitos humanos. Ulteriores dificuldades são criadas pelos problemas económicos. Esta situação de impacto sobre a escola católica acentua-se nos estados em que não é previsto nenhum contributo do governo para as escolas não estatais. Isto torna os encargos económicos das famílias, que não escolhem as escolas estatais, quase insustentável e coloca uma hipoteca séria à própria sobrevivência das escolas. Além disso as dificuldades económicas, para além de incidirem sobre o recrutamento e sobre a continuidade da presença dos professores, podem produzir o efeito de excluir das escolas católicas quem não tem meios suficientes, provocando assim uma selecção dos alunos, o que faz perder à escola católica uma sua característica fundamental, que é a de ser escola para todos. Com o olhar voltado para diante 8. O olhar dirigido às alegrias e às fadigas da escola católica, sem pretender exaurir a sua amplidão e profundidade, leva-nos a pensar no contributo que ela pode dar para a formação das novas gerações no limiar do terceiro milénio, conscientes, como escreve João Paulo II, de que « o futuro do mundo e da Igreja pertence às gerações jovens, que, nascidas neste século, serão maduras no próximo, o primeiro do novo milénio ».(5) A escola católica deve ser capaz de fornecer aos jovens os instrumentos cognoscitivos para encontrar lugar numa sociedade fortemente caracterizada por conhecimentos técnicos e científicos, mas, ao mesmo tempo, digamos primariamente, deve poder dar-lhes uma sólida formação de orientação cristã. Estamos por isso convencidos de que para fazer da escola católica um instrumento educativo no mundo de hoje é necessário revigorar algumas das suas características fundamentais. A pessoa e a sua educação 9. A escola católica caracteriza-se por ser uma escola para a pessoa e das pessoas. « A pessoa de cada um, com as suas necessidades materiais e espirituais, é central na mensagem de Jesus: por isso a promoção da pessoa humana é o fim da escola católica ».(6) Esta afirmação, sublinhando a relação vital do homem com Cristo, recorda que na Sua pessoa se encontra a plenitude da verdade acerca do homem. Por isso a escola católica, obedecendo à solicitude da Igreja, empenha-se em promover o homem na sua integridade, consciente de que todos os valores humanos encontram a sua realização plena e portanto a sua unidade em Cristo.(7) Esta consciência manifesta a centralidade da pessoa no projecto educacional da escola católica, reforça o seu empenhamento educativo e torna-a apta a educar personalidades fortes. 10. O contexto sócio-cultural de hoje corre o risco de colocar na sombra « o valor educativo da escola católica, no qual consiste principalmente a sua razão de ser e pelo qual ela é autêntico apostolado ».(8) Com efeito, se é verdade que nos últimos anos se constata uma grande atenção e uma crescente sensibilidade da opinião pública, das organizações internacionais e dos governos às questões da escola e da educação, deve-se notar também uma difusa redução da educação aos aspectos puramente técnicos e funcionais. As próprias ciências pedagógicas e educacionais mostram-se mais decididas no tocante à vertente do reconhecimento fenomenológico e da prática didáctica, do que em relação ao valor propriamente educativo, centrado sobre valores e horizontes de forte significado. A fragmentação da educação, o caracter genérico dos valores, a que frequentemente se recorre para obter amplo e fácil consenso, a custo, porém, dum ofuscamento perigoso do conteúdo, tendem a adormecer a escola num presumivel neutralismo, que enfraquece o potencial educativo e se reflecte negativamente sobre a formação dos alunos. Pretende-se esquecer que a educação pressupõe e envolve sempre uma determinada concepção do homem e da vida. Na prática, a maior parte das vezes, à pretendida neutralidade escolar corresponde a remoção da referência religiosa no campo da cultura e da educação. Pelo contrário, um enquadramento pedagógico correcto deve considerar o âmbito mais decisivo dos fins e tratar não só do « como », mas também do « porque », superando o mal entendido duma educação neutral, dando de novo ao processo educativo aquele caracter de unidade que impede a dispersão nos riachos dos diversos conhecimentos e aquisições e mantendo como centro a pessoa na sua identidade global, transcendental e histórica. A escola católica, com o seu projecto educativo inspirado no evangelho, é chamada a receber este desafio e a responder-lhe com a convicção de que « o mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo incarnado ».(9) A escola católica no coração da Igreja 11. A complexidade do mundo contemporâneo convence-nos de quanto seja necessário voltar a dar importância à consciência da identidade eclesial da escola católica. Da identidade católica emergem, com efeito, as características da originalidade da escola, que se « estrutura » como uma realidade eclesial, lugar de autêntica e específica acção pastoral. Ela partilha a missão evangelizadora da Igreja e é o lugar previlegiado no qual se realiza a educação cristã. Nesta direcção « as escolas católicas são, ao mesmo tempo, lugares de evangelização, de educação integral, de inculturação e de aprendizagem do diálogo de vida entre jovens de religiões e meios sociais diferentes ».(10) O caracter eclesial da escola católica faz parte, portanto, da sua essência de instituição escolar. Ela é verdadeira e propriamente uma realidade eclesial em razão da sua actividade escolar, na qual « harmonicamente se fundam a fé, a cultura, a vida ».(11) É preciso reafirmar com força que a dimensão eclesial não constitui uma nota a mais, mas é qualidade própria e específica, caracter distintivo que penetra e plasma cada momento da acção educativa, parte fundante da sua própria identidade e ponto focal da sua missão.(12) A promoção de tal dimensão é o objectivo de toda a componente da comunidade educativa. 12. Portanto, em virtude da sua identidade a escola católica é lugar de experiência eclesial, da qual a comunidade cristã é a matriz. Recordamos a propósito que ela realiza a própria vocação de ser experiência verdadeira de Igreja só na medida em que se enquadra no seio de uma pastoral orgânica da comunidade cristã. De modo muito especial, a escola católica permite encontrar os jovens num ambiente favorável à formação cristã. Infelizmente é necessário registar que em certos casos a escola católica não é vista como parte integrante da realidade pastoral, mas, por vezes, é considerada quase estranha à comunidade. É urgente, promover uma nova sensibilidade das comunidades paroquiais e diocesanas, para que se sintam chamadas em primeira pessoa a ter cuidado da educação e da escola. 13. A vivência eclesial conhece a escola católica sobretudo como expressão de Institutos religiosos, os quais, por carisma religioso ou por atenção específica, a ela generosamente se dedicaram. No tempo actual não faltam dificuldades devidas à preocupante redução numérica, mas também a mal-entendidos graves, que correm o risco de conduzir ao abandono da missão educadora. Quer dizer, por um lado o trabalho escolar separa-se da acção pastoral, enquanto por outro, a actividade concreta encontra dificuldades em harmonizar-se com as exigências específicas da vida religiosa. As fecundas intuições dos santos fundadores, antes e mais radicalmente que qualquer outra argumentação, mostram o caracter infundado e a precariedade de semelhantes afirmações. Parece-nos oportuno recordar que a presença dos consagrados no interior da comunidade educativa é indispensável enquanto « as pessoas consagradas são capazes de desenvolver uma acção educativa particularmente eficaz »(13) e são exemplo de como « dar-se » sem reservas e gratuitamente ao serviço dos outros no espírito da consagração religiosa. A presença das religiosas e dos religiosos, juntamente com os sacerdotes e os leigos, oferece aos alunos « uma imagem viva da Igreja e torna mais fácil o conhecimento das suas riquezas ».(14) Identidade cultural da escola católica 14. Da natureza da escola católica provém também um dos elementos mais expressivos da originalidade do seu projecto educativo: a síntese entre cultura e fé. Com efeito, o saber, colocado no horizonte da fé, torna-se sabedoria e visão de vida. A tensão em harmonizar razão e fé, que é a alma de cada uma das disciplinas, dá-lhes unidade, articulação e coordenação, sublinhando, no seio do saber escolar, a visão cristã do mundo, da vida, da cultura e da história. No projecto educativo da escola católica não há por isso separação entre momentos de aprendizagem e momentos de educação, entre momentos do conhecimento e momentos da sabedoria. Cada uma das disciplinas não apresenta só conhecimentos a adquirir, mas também valores a assimilar e verdades a descobrir.(15) Tudo isto exige um ambiente caracterizado pela procura da verdade, no qual os educadores, competentes, convictos e coerentes, mestres de saber e de vida, sejam ícone, imperfeito é claro, mas não ofuscado do único Mestre. Nesta perspectiva no projecto educativo cristão todas as disciplinas colaboram, com o seu saber específico e próprio, para a construção de personalidades amadurecidas. « O cuidado da instrução é amor » (Sab 6,17) 15. Na dimenssão eclesial se fundamenta também a característica da escola católica como escola para todos, particularmente para os mais débeis. Historicamente a maior parte das instituições educativas escolares católicas surgiram como resposta às exigências das classes menos favorecidas do ponto de vista social e económico. Não é novidade dizer que as escolas católicas tiveram origem numa profunda caridade educativa para com os jovens e adolescentes abandonados a si mesmos e privados de qualquer forma de educação. Em muitas áreas do mundo ainda hoje é a pobreza material que impede muitos jovens e adolescentes de ter acesso à instrução e a uma adequada formação humana e cristã. Noutras são as novas formas de pobreza a interpelar a escola católica, que como no passado pode encontrar-se a viver situações de incompreensão, de desconfiança e de falta de meios. As meninas pobres que no século XV eram instruídas pelas Ursolinas, os adolescentes que Calasanzio via correr e gritar pelas ruas de Roma, que o De la Salle encontrava nas aldeias pobres de França, ou os acolhidos por Dom Bosco, podemos hoje encontrá-los entre os que perderam o sentido autêntico da vida e estão privados de qualquer impulso de ideal, aos quais não são propostos valores e não conhecem mais a beleza da fé, que provêm de famílias desagregadas e incapazes de amor, vivem muitas vezes em situações de miséria material e espiritual, são escravos dos novos ídolos da sociedade, aos quais espera um futuro de desemprego e marginalização. É a estes novos pobres que, em espírito de amor, se dirige a escola católica. Neste sentido, nascida do desejo de oferecer a todos, sobretudo aos pobres e marginalizados a possibilidade da instrução, de acesso ao trabalho e de formação humana e cristã, pode e deve encontrar lugar no contexto das velhas e novas formas de pobreza aquela síntese original de paixão e de amor educativo, expressão do amor de Cristo pelos pobres, pelos pequenos, pela multidão à procura da verdade. A escola católica ao serviço da sociedade 16. A escola não pode ser pensada separadamente das outras instituições da educação nem conduzida como corpo à parte, mas deve relacionar-se com o mundo da política, da economia, da cultura e com a sociedade no seu conjunto. Compete à escola católica enfrentar com determinação a nova situação cultural, colocar-se como instância crítica dos projectos de educação parciais, exemplo e estímulo para as outras instituições de educação, tornar-se fronteira avançada da preocupação educativa da comunidade eclesial. Deste modo se torna claro o caracter público da escola católica, que não surge como uma iniciativa privada, mas como expressão da realidade eclesial, por sua natureza revestida de caracter público. Ela realiza um serviço de utilidade pública e, embora se apresente clara e declaradamente na perspectiva da fé católica, não é reservada só aos católicos, mas abre-se a todos os que mostrem apreciar e partilhar uma proposta de educação qualificada. Esta dimensão de abertura, é particularmente evidente nos países de maioria não cristã e em vias de desenvolvimento, onde desde sempre as escolas católicas são, sem descriminação alguma, promotoras de progresso civil e de promoção da pessoa.(16) Além disso as instituições escolares católicas, em paridade com as escolas estatais, realizam uma função pública, garantindo com a sua presença o pluralismo cultural e educativo e sobretudo a liberdade e o direito da família poder ver realizado o endereço educativo que pretende dar à formação dos seus filhos.(17) 17. Nesta perspectiva a escola católica deve estabelecer um diálogo sereno e construtivo com os estados e a comunidade civil. O diálogo e a colaboração devem basear-se no repeito mútuo, no reconhecimento recíproco da própria missão e no serviço comum ao homem. Para realizar isto a escola católica insere-se de boa vontade nas organizações escolares das diversas nações e na legislação de cada um dos estados, quando estes respeitam os direitos fundamentais da pessoa, a começar pelo respeito da vida e da liberdade religiosa. A relação correcta entre estado e escola, não só católica, explica-se não tanto a partir das relações institucionais mas sobretudo a partir do direito da pessoa a receber uma educação adequada segundo a livre escolha. Direito ao qual se responde segundo o princípio da subsidariedade.(18) Com efeito, « o poder público, a quem compete defender e proteger as liberdades dos cidadãos, atendendo à justiça distributiva, deve procurar que os subsídios públicos sejam distribuídos de modo que os pais possam, com inteira liberdade e segundo a sua consciência, escolher as escolas para os filhos ».(19) No quadro não só da proclamação formal, mas do exercício efectivo deste direito fundamental do homem, coloca-se em alguns países, o problema crucial do reconhecimento jurídico e financeiro da escola não estatal. Fazemos nosso o desejo mais uma vez expresso por João Paulo II para que em todos os países democráticos « se dê finalmente actuação concreta a uma verdadeira paridade às escolas não estatais, que seja ao mesmo tempo respeitosa do seu projecto de educação ».(20) Estilo educativo da comunidade educante 18. Para concluir queremos demorar-nos brevemente sobre o estilo e o papel da comunidade educativa constituída pelo encontro e pela colaboração das diversas presenças: alunos, pais, professores, instituição de gestão e pessoal não docente.(21) A propósito, justamente se chama a atenção para a importância do clima relacional e do estilo das relações. No curso da idade evolutiva são necessárias as relações pessoais com educadores marcantes e os próprios conhecimentos têm maior impacto na formação do estudante se colocados num contexto de empenhamento pessoal, de reciprocidade autêntica, de coerência de atitudes, de estilos e de comportamentos quotidianos. Neste horizonte é de promover, na salvaguarda das respectivas atribuições, a ideia da escola como comunidade, que constitui um dos enriquecimentos da instituição escolar contemporânea.(22) Importa, portanto, recordar em sintonia com o Concílio Vaticano II,(23) que a dimensão comunitária na escola católica não é uma simples categoria sociológica, mas tem também um fundamento teológico. A comunidade de educação, globalmente considerada, é deste modo chamada a promover o objectivo duma escola como lugar de formação integral através da relação interpessoal. 19. Na escola católica « a primeira responsabilidade no criar o estilo original cristão respeita aos educadores, como pessoas e como comunidade ».(24) O ensino é uma actividade de grande importância moral, uma das mais altas e criativas do homem: o professor, com efeito, não ecreve sobre matéria inerte mas no próprio espírito dos homens. Assume, por isso, um valor de extrema importância a relação pessoal entre o professor e o aluno, que não se deve limitar a um simples dar e haver. Além disso devemos estar cada vez mais conscientes de que os professores e educadores vivem uma vocação cristã específica e uma também específica participação na missão da Igreja e de « que sobretudo deles depende que a escola católica possa levar a efeito os seus propósitos e iniciativas ».(25) 20. Na comunidade educacional têm uma especial importância os pais, que são os primeiros e naturais responsáveis da educação dos seus filhos. Infelizmente hoje assiste-se a uma tendência generalizada de delegar este dever originário. Torna-se portanto necessário não só dar impulso às iniciativas que exortem ao empenho, mas que ofereçam um concreto e correcto sustentáculo e empenhem as famílias no projecto educativo(26) da escola católica. Objectivo constante da educação escolar é portanto o encontro e o diálogo com os pais e as famílias, que deve ser promovido também através da criação das associações de pais, para poder definir com o seu contributo insubstituível aquela personalização que torna eficaz o projecto educacional. Conclusão 21. O Santo Padre ilustrou, com uma expressão sugestiva, que a via do homem é a estrada de Cristo e da Igreja.(27) Tal via não pode ser estranha aos passos dos evangelizadores, os quais percorrendo-a se encontram com a a urgência do desafio da educação. O empenho na escola resulta assim uma missão insubstituível, convertendo-se mesmo numa opção profética de investimento na escola católica com homens e meios. No limiar do terceiro milénio temos consciência da grandeza do dom que a Igreja, naquele « Pentecostes » que foi o Concílio Vaticano II, concedeu à escola católica, a qual « visto que tão grandemente pode ajudar a cumpir a missão do povo de Deus e a promover o diálogo entre a Igreja e a comunidade humana, para benefício das duas, conserva também, na actuais circunstâncias, a sua gravíssima importância ».(28) Prot. N. 29096. Roma, 28 de Dezembro de 1997, festa da Sagrada Família. Pio Card. Laghi Prefeito José Saraiva Martins Arceb. tit. de Tuburnica Secretário (1) A Sagrada Congregação da Educação Católica, nova denominação da Sagrada Congregação dos Seminários e das Universidades, segundo a Constituição Regimini ecclesiae universae, publicada dia 15 de Agosto 1967 e entrada em vigor no dia 1 de Março de 1968 (AAS, LIX [1967] pp. 885-928), vinha estruturada em três ofícios. Com esta reorganização foi instituído o Ofício para as escolas católicas, com o objectivo de « desenvolver ulteriormente » os princípios fundamentais da educação, sobretudo nas escolas (cfr. Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum educationis, Introdução). (2) S. Congregação da Educação Católica, A escola católica, n. 2. (3) Cfr. S. Congregação da Educação Católica, A escola católica, n. 34. (4) Cfr. Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã, Gravissimum educationis, n. 8. (5) João Paulo II, Carta apostólica Tertio millenio adveniente, n. 58. (6) Cfr. João Paulo II, Discurso ao I Convénio Nacional da Escola Católica na Itália, em « L'Osservatore Romano », 24 de Novembro 1991, p. 4. (7) Cfr. S. Congregação da Educação Católica, A escola católica, n. 35. (8) S. Congregação da Educação Católica, A escola católica, n. 3. (9) Conc. Ecum. Vat. II, Const. pastoral da Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et Spes, n. 22. (10) João Paulo II, Exort. apostólica Ecclesia in Africa, n. 102. (11) Congregação da Educação Católica, Dimensão religiosa da educação na escola católica, n. 34. (12) Cfr. Congregação da Educação Católica, Dimensão religiosa da educação na escola católica, n. 33. (13) João Paulo II, Exort. apostólica Vita Consecrata, n. 96. (14) João Paulo II, Exort. apostólica Christifideles laici, n. 62. (15) Cfr. Congregação da Educação Católica, A escola católica, n. 39. (16) Cfr. Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum educationis, n. 9. (17) Cfr. Santa Sé, Carta dos direitos da família, art. 5. (18) Cfr. João Paulo II, Exort. apostólica Familiaris consortio, n. 40: cfr. Congregação da Doutrina da Fé, Instr. Libertatis conscientia, n. 94. (19) Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum educationis, n. 6. (20) João Paulo II, Carta ao Preposito Geral dos Esculópios, in « L'Osservatore Romano », 28 de Junho de 1997, p. 5. (21) Cfr. S. Congregação da Educação Católica, O leigo católico testemunha da fé na escola, n. 22. (22) Cfr. Ibid. (23) Cfr. Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum educationis, n. 8. (24) Congregação da Educação Católica, Dimensão religiosa da educação na escola católica, n. 26. (25) Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum educationis, n. 8. (26) Cfr. João Paulo II, Exort. apostólica Familiaris consortio, n. 40. (27) Cfr. João Paulo II, Carta Encíclica Redemptor hominis, n. 14. (28) Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum educationis, n. 8.