domingo, 15 de janeiro de 2012

A Contradição de Dawkins

Li há poucos dias, num jornal de larga circulação, uma entrevista que entre si fazem dois declarados ateus. É claro, falam às soltas, e sem nenhum cuidado para com outras opiniões. Trata-se do conhecido militante ateu Dawkins (não garanto pela grafia), do Reino Unido. Assume a postura de "palmatória do mundo". Entre outras iniciativas, assumiu a árdua tarefa de comprovar (vejam só), que Hitler era cristão, e que seus colaboradores diretos eram...católicos. Até então eu só ouvira falar de tramas do nazismo contra ordens religiosas, de resistências de líderes católicos ao totalitarismo, da organização da juventude católica contra os absurdos do nazismo. Talvez ele tenha informações, desconhecidas pelos habitantes do lado de cá do Atlântico. Está suposto por Dawkins, que a primeira guerra mundial (como todas as demais guerras), não teriam existido se o mundo fosse dirigido por ateus e agnósticos. Eu até lhe concedo que nós cristãos cometemos erros, dos quais nos penitenciamos. Mas a imensa maioria das guerras não tiveram motivações religiosas, mas patrióticas, de vingança, de poder. Mas a maior invectiva do autor é reservada aos fautores das guerras, dos ódios, que não são outros se não os seguidores de religiões. Todas as guerras nascem, segundo ensina, da perversidade mental dos que acreditam em Deus. São eles que matam, que torturam os inocentes, bombardeiam cidades, dinamitam pontes e poços de petróleo, enfim, semeiam o ódio e a morte por toda a parte. Sua acusação é total e irrestrita. Agora, eu gostaria de perguntar ao famoso escritor: o que ele deseja alcançar com seus ataques virulentos contra os seguidores das diversas religiões, e contra os católicos em particular? Sem fazer uso de refinada psicologia, digo que quer "matar", "extirpar" e "acabar com os cristãos". Trata-se de extermínio por meios morais. Daquilo de que ele acusa os religiosos, ele próprio faz uso. Não suporta seguidores de Jesus. Por isso os quer deletar. O mandamento bíblico de "não matar" não se aplicaria ao genocídio que ele próprio quer promover. Se o famoso suporta um conselhinho de um pobre admirador de Cristo, eu lhe diria para refletir no que falou o maior homem do mundo: "Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz". Ele é garantia de nossa paz. *** Dom Aloísio Roque Oppermann Arcebispo de Uberaba (MG)

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