segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Luta armada é ensinada nas escolas

Por JOSÉ MARIA E SILVA DOUTRINAÇÃO NAS ESCOLAS Ditadores como Lênin, Fidel e Chávez são heróis nas escolas brasileiras, que, atraves de livros didáticos criminosamente de esquerda, pregam até luta armada. Texto completo Desde que o jornalista Ali Kamel, no jornal O Globo, denunciou a doutrinação de esquerda nos livros didáticos, esse tema se tornou freqüente nas páginas da imprensa. No último número da revista Época, ele foi a manchete de capa, com o título “O que estão ensinando as nossas crianças”, seguido de uma pergunta: “Os livros didáticos refletem ou distorcem a realidade?”. Dentro da revista, a reportagem (longa, para os padrões minimalistas da Época) afirma que “boa parte dos livros didáticos apresentam distorções ideológicas” e promete explicar “por que elas existem e comprometem a educação”. A revista Época fez um levantamento de 20 livros didáticos e 28 apostilas de história e geografia adotados em escolas públicas e particulares do país. E constata: “A maioria dos livros — em especial os de história — é simpática ao socialismo e apresenta o livre mercado como um modelo econômico gerador de desigualdade e pobreza”. Assinada pelos repórteres Alexandre Mansur, Luciana Vicária e Renata Leal, a matéria traz exemplos escabrosos de doutrinação. E não são livros de editoras desconhecidas, mas obras bastante reeditadas de editoras de grande renome no setor dos livros didáticos, como as editoras Moderna, Atual, Saraiva e Scipione. Quando falam das revoluções Russa, Chinesa e Cubana, os autores dos livros analisados não só omitem ardilosamente a trágica história de repressão dos regimes comunistas — que se iguala à repressão do nazismo — como também enaltecem descaradamente as supostas conquistas do socialismo. No caso da Revolução Cubana, por exemplo, o livro História 8, Projeto Araribá, da Editora Moderna, afirma que “os trabalhadores cubanos tiveram acesso facilitado à moradia, à saúde pública e à alimentação”, mas nada diz sobre os 17 mil cadávares produzidos pela ditadura de Fidel Castro, sem contar os presos políticos que continuam morrendo à míngua na ilha-cárcere, por “crimes” como publicar uma crítica ao regime ou tentar fugir do “paraíso socialista” mesmo tendo de enfrentar tubarões em alto mar. Mas a reportagem da revista Época mais esconde do que desnuda a doutrinação dos livros didáticos. Levando em conta a gravidade da ditadura ideológica de esquerda nas escolas, especialmente no livro didático, a matéria é extremamente condescendente com as obras analisadas. Ao falar, por exemplo, que a ênfase dos livros didáticos é desequilibrada em favor da ideologia de esquerda, a revista ressalva: “Isso faz parte do jogo democrático. O que assusta é a quantidade de distorções que os autores fazem em nome da ideologia socialista”. Ora, não se trata de simples distorção, com diz a revista. Em alguns casos, é crime mesmo. E crime duplamente qualificado, por se tratar de crime cometido contra crianças e adolescentes. Luiz Koshiba, autor do livro História: Origens, Estruturas e Processos (Editora Atual, 2000), para o ensino médio, afirma: “Uma vez que os poderosos beneficiários de qualquer sistema baseado na desigualdade social não estão dispostos a abrir mão espontaneamente de seus privilégios, o confronto violento é uma das possibilidades permanentes e inerentes a todo processo de mudança histórica estrutural, o que explica a importância do caráter militar das revoluções”. Esse trecho não é uma análise histórica, circunscrita a uma revolução qualquer do passado, mas uma incitação à revolução violenta no tempo presente. Ou seja, não é história, é crime. Se alguém ainda tem dúvida, que leia o trecho a seguir: “No Rio Grande do Sul, mulheres aprendem a atirar — a busca pela terra prometida sempre se faz através de muita luta”. Esse trecho não foi extraído de um panfleto do MST, assinado por João Pedro Stédile ou José Rainha, mas do livro Brasil: Uma História em Construção (Editora do Brasil, volume 2), dos autores José Rivair de Macedo e Mariley Oliveira. O que é isso senão a incitação à luta armada num Estado de Direito, em que existem advogados, promotores e juízes para dirimir os conflitos entre as partes? Mas a revista Época, ao comentar essa pregação da luta armada, chega a ser cúmplice do crime cometido pelos seus autores. Diz a revista: “O que falta: Há 20 anos não há revoluções armadas no mundo. No Brasil, com a volta da democracia em 1985, os cidadãos têm mudado os rumos do país pelo voto. Já elegeram governos de direita e de esquerda. Países desenvolvidos, como os europeus, oscilam entre governos dos dois tipos dentro de seus regimes democráticos”. A revista não consegue perceber toda a gravidade dessa pregação da luta armada. Seu eufemismo cúmplice chega a ser ridículo. O que significam 20 anos nos cerca de 5 mil anos de história escrita da humanidade para que esse brevíssimo intervalo de tempo possa ser usado como argumento contra a defesa da luta armada? Se Época estivesse mesmo interessada em combater a doutrinação de esquerda nos livros didáticos, ela tinha que deixar claro: autores e editora cometem crime ao pregar para crianças e adolescentes a luta armada como forma de resolver conflitos sociais, como se o país não dispusesse de uma série de mecanismos institucionais que têm esse objetivo, desde pacíficas audiências públicas até passeatas e greves, que também estão previstas na liberdade de expressão e associação, respeitados os direitos individuais e o bem comum. A doutrinação de esquerda nos livros didáticos se deve, sobrtudo, a Paulo A doutrinação de esquerda nos livros didáticos se deve, sobrtudo, a Paulo Freire e seus discípulos , que começaram essa doutrinação ideólogica há cerca de meio século Freire e seus discípulos , que começaram essa doutrinação ideólogica há cerca de meio século A doutrinação esquerdista nas escolas não vai acabar tão cedo. E a razão disso é simples: as pessoas que tomam decisões no Brasil de hoje — em sua esmagadora maioria — já são filhas dessa doutrinação esquerdista, que começou na USP, há cerca de 60 anos, quando o marxista Florestan Fernandes aparelhou o curso de sociologia da USP e começou a produzir lixo ideológico com o nome de pesquisa científica, começando pela tese do marxista enrustido Fernando Henrique Cardoso sobre o negro em Santa Catarina, como se depreende da arguta análise que o jornalista Ali Kamel fez do trabalho acadêmico do ex-presidente, no livro Não Somos Racistas. Desde então, tudo o que sai das universidades brasileiras na área de humanas — e, em muitos casos, até nas ciências exatas e biológicas — são fruto direto ou indireto do marxismo. Nas décadas de 60 e 70, em pleno regime militar, os livros usados nas universidades já eram, em sua maioria, de esquerda, a começar pelo famoso Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, que faz uma descarada defesa da luta armada. E o charlatão Paulo Freire, nunca é demais repetir, é figura sagrada nos aparelhos de pedagogia pelo país afora. E se alguém pensa que Paulo Freire só defendia a luta armada porque o contexto em que escrevia propiciava esses delírios, está muito enganado. A começar porque, se fosse o caso, seus livros não deveriam mais ser lidos, salvo como documentos históricos de uma época. Todavia, Paulo Freire continua sendo cultuado e lido como um autor seminal. E seus discípulos continuam apegados às mesmas idéias que ele defendia no passado. Em 1990, um ano depois da queda do Muro de Berlim, o pedagogo catarinense Moacir Gadotti, 66 anos, livre-docente em educação pela Unicamp e professor titular da USP, publicou, pela Editora Vozes, o livro Uma Só Escola para Todos: Caminhos da Autonomia Escolar. Como principal discípulo de Paulo Freire (presidente, aliás, do Instituto Paulo Freire), Gadotti não iria trair o mestre. Além do onipresente Marx, a obra tem como um de seus grandes referenciais teóricos nada mais nada menos do que Vladimir Lênin, com o livro La Instrucción Pública, das Edições Progresso, de Moscou, datada de 1981. Tratando Lênin como a um santo, como se continuasse não tendo a menor idéia de seus crimes, Moacir Gadotti escreve: “Lênin atribui grande importância à educação no processo de transformação social. Como primeiro revolucionário a assumir o controle de um governo, pôde experimentar na prática a implantação das idéias na educação”. Gadotti compactua com Lênin a tese de que a educação deve ser eminentemente política. E reproduz, com aprovação, as palavras do sanguinário russo: “Nosso trabalho no terreno do ensino é a mesma luta para derrotar a burguesia”. Gadotti teoriza sobre a revolução: “Mesmo sabendo-se que a escola pública não é o agente fundamental da mudança no interior da sociedade capitalista, por este mesmo motivo é que uma escola pública popular, numa perspectiva socialista, deve ter, como programa educacional básico, o engajamento da juventude por um futuro melhor”. Para Moacir Gadotti, assim como para Paulo Freire, a finalidade da educação não é formar o indivíduo para viver no mundo, mas doutriná-lo para que ele o transforme — num mundo socialista, claro. Esse tipo de pregação — levando em conta que tem como alvo as crianças da educação básica — é um verdadeiro estelionato intelectual. Quando o professor socialista doutrina uma criança, antes de revolucionar o mundo, ele está destruindo um lar. Porque se a criança se deixar levar por suas idéias, e em muitos casos ela se deixa levar, fatalmente há de entrar em conflito com os pais em casa. É desse conflito de gerações entre pais e filhos — naturalmente forjado pela idade, mas potencializado pela escola esquerdista de hoje — que brotam as grandes angústias dos adolescentes e jovens, que os levam a buscar refúgio nas drogas e em outras válvulas de escape. Hoje, a escola brasileira, como mostra a doutrinação presente nos livros didáticos, é vocacionada para a revolução socialista. Não significa que ela vá alcançar esse objetivo, mas, sem dúvida, alcançará o desvio liberticida que conduz à libertinagem, cada vez mais presente entre os jovens. Essa total hegemonia do discurso de esquerda faz com que o Brasil já não seja capaz de perceber nem os ataques que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faz à soberania nacional. Numa parceria com a Odebrecht, Chávez bancou a publicação de uma biografia de Simón Bolívar para ser distribuída nas escolas públicas do Brasil, como já ocorreu em Brasília. Se George W. Bush publicasse uma biografia de Lincoln para ser distribuída nas escolas brasileiras, as universidades fariam um tremendo escândalo, acusando os Estados Unidos de intervenção nos assuntos nacionais. Mas como Hugo Chávez é um sucedâneo de Fidel Castro, ele tudo pode, inclusive fomentar a criação dos “círculos bolivarianos” no Brasil, como mostrou o Correio Braziliense, na semana passada. Enquanto a maior parte da imprensa trata Hugo Chávez como um bufão, que por ser bufão, não teria a mesma perspectiva política que Lula, ele vai espalhando seus tentáculos por toda a América Latina. E, cada vez mais, Hugo Chávez transforma a Venezuela numa ditadura. Lá, o direito de ir e vir já foi revogado. Na semana passada, Alejandro Peña Esclusa, ex-candidato à presidência da Venezuela, foi proibido de sair do país para participar de um evento em El Salvador. Não pesa contra ele nenhuma acusação de crime que pudesse impedi-lo de viajar, salvo o fato de ser da oposição e fazer críticas ao regime cada vez mais ditatorial de Hugo Chávez. O emergente ditador venezuelano segue o exemplo do ditador decano Fidel Castro, que não se cansa de escarnecer do Brasil e do mundo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o envio de dois deputados a Cuba para ver como estão os boxeadores cubanos que foram presos e enviados para a ilha-cárcere. Mas Cuba já avisou: não vai conceder visto aos parlamentares brasileiros, mesmo sendo um deles Aldo Rebelo, do PC do B, que apóia Fidel. Segundo o governo cubano, a visita dos brasileiros fere a autonomia do país. Ora, o Brasil tem o dever de saber como estão os boxeadores, até para aplacar a consciência nacional pelo papel de capitão-do-mato que a polícia brasileira exerceu. Essa desfeita de Fidel Castro com o Congresso brasileiro é muito grave, levando em conta o tratamento especial que o Brasil concede a Cuba, desde a época do general Ernesto Geisel, intensificando-se sob os governos Fernando Henrique, Fernando Collor e, agora, Lula. Por que os irmãos Castro têm a desfaçatez de agir assim com seu maior aliado? Porque eles estão certos de que não há opinião pública no Brasil capaz de verbalizar a indignação do país contra seu gesto. Simplesmente, quase todos os formadores de opinião foram educados acreditando no mito vendido nos livros didáticos — o mito de que Cuba é, de fato, o “paraíso socialista”.

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