sexta-feira, 27 de julho de 2012

A teologia marxista da libertação está equivocada, diz Dom Müller



O grupo ACI/EWTN Noticias publicou em 26 de julho de 2012, que o novo Prefeito da Congregação para a Doutrina na Fé, Dom Müller, explicou durante uma entrevista concedida ao jornal vaticano L'Osservatore Romano ,  que a teologia marxista da Libertação está equivocada.

Como este assunto é de grande importância no contexto atual, o grupo ACI, publicou na íntegra duas perguntas e respostas, referentes à teologia da libertação, e ao diálogo com os lefebvristas e uma investigação às religiosas dos Estados Unidos: todos eles temas tratados pelo dicastério agora chefiado pelo Arcebispo Müller.

Por conseguinte, republicaremos o diálogo na íntegra também:

L'Osservatore Romano: Você tem muitos contatos com a América Latina: como nasce esta relação?

Dom Müller: Estive com frequência na América Latina, no Peru, mas também em outros países. Em 1988 fui convidado a participar de um seminário com Gustavo Gutiérrez. Fui com algumas reservas como teólogo alemão, também porque conhecia bem as duas declarações da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a teologia da libertação publicadas em 1984 e 1986.

Mas pude constatar que é necessário distinguir entre uma teologia da libertação equivocada e uma correta. Considero que toda boa teologia deve estar relacionada à liberdade e à alegria dos filhos de Deus. Indubitavelmente, entretanto, uma mistura da doutrina de uma auto-redenção marxista e a salvação doada por Deus, deve ser rechaçada.

Por outro lado devemos perguntar-nos sinceramente: como podemos falar do amor e da misericórdia de Deus ante o sofrimento de tantas pessoas que não têm alimento, água ou assistência sanitária, que não sabem como oferecer um futuro aos próprios filhos, onde realmente falta a dignidade humana, onde os direitos humanos são ignorados pelos poderosos?

Em última instância isto só é possível com a disposição de estar com as pessoas, de aceitá-las como irmãos e irmãs, sem paternalismo da outra parte. Se nos considerarmos a nós mesmos como família de Deus, então podemos contribuir a fazer que estas situações indignas do homem mudem e sejam melhoradas.

Na Europa, logo depois da Segunda guerra mundial e as ditaduras, construímos uma nova sociedade democrática também graças à doutrina social católica. Como cristãos devemos sublinhar que do cristianismo é que os valores de justiça, solidariedade e dignidade das pessoas foram introduzidos nas nossas Constituições.

Eu mesmo venho de Mainz. Ali, ao início do século XIX, houve um grande Bispo, o barão Wilhelm Emmanuel von Ketteler, que está nos inícios da doutrina e das encíclicas sociais. Um menino católico de Mainz tem a paixão social no sangue e por isso me sinto orgulhoso.

Foi certamente com miras a este horizonte do qual vim aos países da América Latina. Durante 15 anos sempre passava dois ou três meses por ano, vivendo em condições muito simples. Ao início para um cidadão da Europa central isto implica um grande esforço. Mas quando se aprende a conhecer as pessoas de forma pessoal e se vê como vivem, então a aceitação é possível. Estive também na Africa do Sul com nosso Domspatzen, o famoso coral que o irmão do Papa dirigiu por 30 anos.

Pude dar conferências em diversos seminários e universidades, não só na América Latina, mas também na Europa e na América do Norte. E isto foi o que pude experimentar: sente-se em casa em qualquer lugar, onde há um altar, Cristo está presente, onde quer que esteja, faz-se parte da grande família de Deus.

Fonte: http://acidigital.com/noticia.php?id=23941

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