domingo, 12 de julho de 2015

Marxismo ou Capitalismo?
Marx e Engels publicaram em 1848 o Manifesto Comunista, considerado o marco inicial do chamado Socialismo Científico. As suas ideias encontraram terreno fértil no explosivo século XIX. Somadas às ideias liberais, nacionalistas e anarquistas motivaram movimentos revolucionários por quase todo o continente, empregando a violência como o único método legítimo para solucionar as questões sociais. Para Marx o motor da história é a luta de classes, as relações econômicas são o fundamento da dinâmica social, a religião é fator de alienação dos trabalhadores, a política, a justiça e todo o aparato ideológico e cultural funcionam a reboque das estruturas econômicas.
Tal ideologia foi condenada pelos papas, inicialmente por Leão XIII na Rerum Novarum, de 1891, por desprezar a propriedade, que a concepção cristã considera inerente à natureza humana e fator de libertação da pessoa, desde que usada racionalmente e com funcionalidade social; por desconsiderarem Deus e toda a questão da alma e da espiritualidade humana; por possuírem uma concepção materialista da história e pregar a violência, a luta armada como forma de construção da sociedade comunista, o paraíso na terra, uma verdadeira utopia. E onde tais princípios foram aplicados, nos processos revolucionários do século XX, o que se viu foi a opressão e a falta de liberdade, os massacres, as perseguições religiosas, a completa libertinagem como método de libertação das forças alienantes da sociedade, das instituições como a família, consideradas elementos da moral burguesa e obstáculos para a revolução.

A Igreja, com base nos Evangelhos, na riqueza dos conhecimentos elaborados ao longo dos séculos sobre as questões sociais e fundados numa concepção integral da pessoa humana e na lei natural, propõe o respeito aos trabalhadores, que devem ser tratados com dignidade, a função social da propriedade, a redução das desigualdades extremas e todas as formas de opressão, condenando ao mesmo tempo as propostas radicais do socialismo e do anarquismo, mas também a lógica consumista, materialista e voltada unicamente para o lucro e a acumulação de riquezas da sociedade capitalista.

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