segunda-feira, 19 de novembro de 2018

"Vamos passar a história a limpo"


A historiografia marxista desconstruiu a nossa história. Tendo como fundamentos teóricos o materialismo histórico, a luta de classes e a revolução permanente, os historiadores materialistas "vestiram" os fatos históricos nessa "camisa de força", reinterpretando e adaptando-os aos seus objetivos revolucionários, num propósito claro de mudar toda a história e apagar do nosso imaginário a tradição e a nossa identidade, para que a mentalidade seja mudada, tudo seja relativizado e os "novos valores" aceitos.
Assim, por exemplo, a expansão marítima europeia e a colonização são vistos unicamente como um projeto mercantilista, da ganância da riqueza, "esquecendo" que o motor dessa história foi o ideal cruzadista, o espírito missionário, o desejo da expansão do Cristianismo e da salvação das almas, expressos claramente em inúmeros documentos de época, como os Diários de Colombo, a Carta de Caminha, as cartas dos jesuítas, os documentos régios e tantas outras riquíssimas fontes primárias.
Todo o papel missionário e civilizacional dos jesuítas é silenciado ou "reinterpretado". Eles são vistos como aliados do projeto colonizador explorador e destruidor da cultura dos povos nativos. Nenhuma linha elogiosa ao trabalho heróico dos religiosos, que fundaram cidades, missões, colégios, protagonizaram a educação no Brasil, cuidaram da saúde dos mais frágeis, protegeram os índios da escravização, lutaram contra os poderosos, combatendo a escravidão, a exploração e os maus tratos. Não mostram que os jesuítas moldaram os costumes, influenciaram na racionalização da política e da administração, criaram hábitos caritativos, desenvolveram as ciências, as artes e toda a cultura do Brasil.
Em nome da história "coletiva", do processo coletivo da construção da história, desconstruíram ou simplesmente ignoraram as biografias e realizações de personagens e heróis que mudaram os rumos da história do nosso país. Assim fizeram com o padre José de Anchieta, José Bonifácio, dom Pedro II, princesa Isabel, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e tantos outros. Mas valorizam e idolatram os líderes rebeldes, de ações revolucionárias, como o comunista Luís Carlos Prestes, que liderou a Intentona Comunista e Carlos Marighela, líder guerrilheiro contra o governo militar, considerado na época como terrorista.
Na verdade os fatos históricos são objetivos, aconteceram realmente e a história não pode se transformar numa Torre de Babel, onde cada um faz sua interpretação a serviço da sua "bandeira" ideológica e dos seus ideais e muito menos num tribunal, que julga tudo e todos à luz dos seus princípios e causas. É importantíssimo o resgate do estudo das fontes primárias e a busca da objetividade da história.