A paz e a guerra
Em meio ao
gravíssimo contexto de guerra Israel X Hamas, como um capítulo das guerras
Árabes X Israelenses, com grande complexidade, pois envolvem questões
territoriais, políticas, econômicas e culturais é importante destacar alguns
princípios importantes da Doutrina Social da Igreja sobre a paz e a guerra:
A paz é fruto da justiça e da caridade, construída através da busca da ordem querida por Deus, um dever universal e direito de todos.
A guerra é desumana, um flagelo, não resolve os problemas entre os povos e nações, ao contrário, causa danos catastróficos, especialmente a civis.
Devem ser buscadas, até ao esgotamento, outras alternativas para resolver os conflitos.
A busca do desenvolvimento é uma necessidade para a paz, pois a pobreza, a miséria e a exploração são potenciais causas de guerras.
A guerra de agressão é intrinsecamente imoral e os Estados têm o direito
de legítima defesa, inclusive recorrendo ás armas ("guerra justa"),
de forma lícita, que não cause maiores danos e desordens.
As forças armadas devem estar a serviço da paz, sendo cada um de seus membros moralmente obrigados ao respeito ao direito das pessoas e dos povos.
A legítima defesa deve estar
associada à proteção aos inocentes, a população civil que não tem meios para se
defender.
As tentativas de eliminação de grupos nacionais, étnicos, religiosos ou linguísticos são delitos contra Deus e os que o fazem devem ser responsabilizados segundo as normas do Direito Internacional.
A acumulação excessiva de armas, de destruição em massa, representam uma ameaça grave, não garantem a paz.
O TERRORISMO não se justifica sob hipótese nenhuma, é uma forma brutal de violência, que semeia ódio, morte, desejo de vingança e de represália, que massacra inocentes, num completo desrespeito à vida humana. Ele não deve ser tolerado por nenhuma religião.
A verdadeira
paz é fruto da fé cristã no amor de Deus, que deve contribuir para a fecunda
colaboração para o diálogo entre os povos, só é possível através do perdão
(difícil, mas não impossível) e a reconciliação, sem anular as exigências da
justiça.
E a igreja luta pela paz com a oração, donde emana a força para o amor.
Fonte: Compêndio de Doutrina Docial da Igreja, 2008.