segunda-feira, 22 de abril de 2024

RESENHA comentada da palestra do padre JOSÉ EDUARDO sobre ALGUNS ASPECTOS DA EDUCAÇÃO CATÓLICA.


Educar para o CÉU OU PARA A TERRA? Este é um falso dilema. Não se pode usar o argumento de educar para o fim último como desculpa para negligenciar a educação dos meios necessários para se chegar a este fim. E estes meios são saúde, trabalho, ciência, técnica, virtudes etc. Cada coisa que faço tem uma finalidade específica e deve ser bem feita, com excelência.

Não existe MONOPÓLIO DA VERDADE em educação. Há uma pluralidade de concepções pedagógicas, na Igreja e mais ainda fora dela. Por exemplo, a educação Jesuítica sempre priorizou uma formação mais clássica, mais austera, já os salesianos, de São João Bosco, uma educação com mais doçura, interação, agradabilidade, a Pedagogia do Amor. Hoje existe uma “Ideologia do bem”, a ideia de universalizar e absolutizar aspectos da verdade como se fossem a única solução para os problemas do mundo.

Considerar o aspecto da FORMAÇÃO RELIGIOSA é fundamental. Ensino Religioso não é catequese. Paróquia é diferente de escola, em múltiplos aspectos, embora devam estar integrados. É preciso ter cuidado com a “overdose religiosa”, como os moralismos, o que tornaria a experiência religiosa intragável. Não tem como exigir uma disciplina religiosa para as crianças que nem os adultos possuem. É preciso dosar.

Demonizar o MATERIAL DIDÁTICO como contrário a uma educação personalista é um falso dilema. Lógico que o aluno tem que aprender a lidar com a sua inteligência, memória, vontade, imaginação, mas não pode ser negado a ele o DIREITO de acesso aos conteúdos, segundo as legislações vigentes, base para ter paridade com os outros no futuro. Ele não pode olhar para trás e se sentir lesado (com a desculpa de ser protegido). É preciso avaliar tudo com responsabilidade.

DIZER QUE TODOS OS MATERIAIS DIDÁTICOS ESTÃO CONTAMINADOS e que por isso não podem ser usados pode ser um grande exagero e é importante considerar que não devemos TER MEDO de conteúdos ruins. Diz Santo Tomás que o sábio contempla a verdade e aponta o erro. É preciso apresentar a multiplicidade de visões. E confrontá-las é a chance de criar convicções, de não formar alienados, que na primeira ocasião poderiam aderir à ideologias para as quais não receberam anticorpos. Por exemplo, confrontar a multiplicidade de visões sobre a Revolução Francesa. É evidente que isso não significa expor as crianças a tudo que faz apologia do mal.

Não podemos, em nome de educar para a maturidade, de uma educação responsável, criar um ambiente excessivamente austero, o que teria consequências psicológicas negativas. Tirar todo o LÚDICO, por exemplo, como se ele não fosse importante, seria muito prejudicial para o desenvolvimento integral da pessoa. Criança tem que ser criança, criança é movimento e também tem que aprender brincando.

Assim, é preciso estar sempre aberto às críticas, sem sectarismos, discutir os princípios, sair das trincheiras, das “bolhas”, que criam caricaturas e idealizações de um ser humano e de uma realidade que não existem. E isto não significa negligenciar o fim último da educação, mas preparar pessoas convictas da verdade e maduras para o Céu.

domingo, 15 de outubro de 2023

 A paz e a guerra

 

Em meio ao gravíssimo contexto de guerra Israel X Hamas, como um capítulo das guerras Árabes X Israelenses, com grande complexidade, pois envolvem questões territoriais, políticas, econômicas e culturais é importante destacar alguns princípios importantes da Doutrina Social da Igreja sobre a paz e a guerra:

 

A paz é fruto da justiça e da caridade, construída através da busca da ordem querida por Deus, um dever universal e direito de todos.    


A guerra é desumana, um flagelo, não resolve os problemas entre os povos e nações, ao contrário, causa danos catastróficos, especialmente a civis.

 

Devem ser buscadas, até ao esgotamento, outras alternativas para resolver os conflitos.        


A busca do desenvolvimento é uma necessidade para a paz, pois a pobreza, a miséria e a exploração são potenciais causas de guerras.    


A guerra de agressão é intrinsecamente imoral e os Estados têm o direito de legítima defesa, inclusive recorrendo ás armas ("guerra justa"), de forma lícita, que não cause maiores danos e desordens. 


As forças armadas devem estar a serviço da paz, sendo cada um de seus membros moralmente obrigados ao respeito ao direito das pessoas e dos povos.   


A legítima defesa deve estar associada à proteção aos inocentes, a população civil que não tem meios para se defender. 


As tentativas de eliminação de grupos nacionais, étnicos, religiosos ou linguísticos são delitos contra Deus e os que o fazem devem ser responsabilizados segundo as normas do Direito Internacional. 


A acumulação excessiva de armas, de destruição em massa, representam uma ameaça grave, não garantem a paz.             


O TERRORISMO não se justifica sob hipótese nenhuma, é uma forma brutal de violência, que semeia ódio, morte, desejo de vingança e de represália, que massacra inocentes, num completo desrespeito à vida humana. Ele não deve ser tolerado por nenhuma religião.    


A verdadeira paz é fruto da fé cristã no amor de Deus, que deve contribuir para a fecunda colaboração para o diálogo entre os povos, só é possível através do perdão (difícil, mas não impossível) e a reconciliação, sem anular as exigências da justiça. 


E a igreja luta pela paz com a oração, donde emana a força para o amor.

 

Fonte: Compêndio de Doutrina Docial da Igreja, 2008.

sábado, 1 de abril de 2023

ENSINAR MATEMÁTICA COM O TERÇO E ALFABETIZAR AS CRIANÇAS COM A HISTÓRIA DE UMA ALMA

Algumas famílias, com a intenção de preservar os seus filhos do "lixo cultural", de fundo materialista, niilista e relativista, de uma educação ideologizada, fazem a opção por educar as crianças em casa.

Ensinam as ciências, os números e as suas operações com o terço e outros símbolos religiosos. Alfabetizam e fazem o letramento com os textos Sagrados, com a história dos Santos e os textos clássicos, selecionados rigorosamente. "Tabuada católica", análise sintática com as frases dos santos e regras disciplinares autoritárias e absurdas fazem das aulas quase uma catequese.
É verdade que há uma gravíssima crise do processo educacional, no que se refere aos antivalores presentes no ambiente educacional (não podemos generalizar) e na própria crise de qualidade, como o demonstra o avanço do analfabetismo funcional. E é verdade que a família, pelo direito natural, é a primeira educadora, sendo a escola e as demais instituições complementos necessários.
Por outro lado, submeter as crianças a um moralismo proselitista, ao invés de uma moralidade desenvolvida e assimilada por convicções, privar as crianças do convívio e da interação social com os seus pares e as diferenças na escola podem causar enormes prejuízos, socioemocionais, afetivos e até intelectuais. A nossa personalidade, o nosso caráter e toda a nossa cultura é contruída na relação com os outros. Assimilamos valores como o respeito, a solidariedade e a caridade vivenciando-os nas nossas relações sociais diárias. E mais, essa supersacralização pode causar aversão à religião. O Terço não foi feito para ensinar matemática. E ainda tem toda a questão da discussão sobre preparo e recursos para ensinar, sobre as metodologias, pois muitas vezes as crianças até aprendem, mas a partir de métodos massacrantes.
Privar as crianças do conhecimento da diversidade da produção artística e literária (e aqui não se trata de estudar obras que em si mesmas não têm nenhum valor, que têm péssima qualidade e são puras propagandas ideológicas) significa limitar o acesso da pessoa à complexidade da vida (onde convivem o joio e o trigo), à realidade, o que pode fechar os horizontes para a construçao da pessoa na sua integralidade.
O cardeal Ratzinger (depois papa, Bento XVI), na palestra aos bispos italianos, sobre a questão do cristão e a cultura, cita São Basílio, que orientava a necessidade da leitura da literatura pagã, das letras gregas, aproveitando o que nela havia de melhor, a sua grande riqueza artística e até ética e moral, rejeitando o que feria os princípios cristãos. Afirmava que era preciso fazer uma leitura aberta e crítica, com muito discernimento, de tais textos. Aliás, os textos dos santos padres estão repletos de referências aos escritores pagãos. Ratzinger disse ainda que o papel do cristão não é fazer proselitismo, mas deixar a sua marca na cultura, através da vivência dos valores cristãos em todos os ambientes sociais e culturais, aos poucos, nos pequenos detalhes, transformando a cultura por dentro.

“O que há de errado com o mundo de hoje?


O grande escritor G.K. Chesterton, quando recebeu esta pergunta do Times Londrino, teve um reação inesperada. Ele respondeu: “o que há de errado com o mundo de hoje sou eu”.
Ele sabia que por trás de todas os conflitos, as guerras e os graves problemas do mundo estava o ser humano, com a sua natureza decaída, tendente ao mal.
Então, o mal não está essencialmente na falta de participação política, engajamento social ou na fragilidade da democracia e das relações diplomáticas entre as nações.
Suas raízes são mais profundas. O mal está no orgulho, nas vaidades, na ambição pelo poder, na ganância pelas riquezas, no consumismo desenfreado e na adesão a ideologias materialistas, niilistas e relativistas, que prometem o paraíso na terra, desconsiderando a natureza pecaminosa e transcendental do ser humano.
Todas as reações:
Natale Vaz, Alexandre Buchaul e outras 10 pessoas

NOVOS DADOS SOBRE DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES SÃO ASSUSTADORES. E A CULPA É DAS REDES SOCIAIS.

 

Este é o título do artigo de Gabriel Arruda, publicado na Gazeta do Povo, em 10.03.2023. Ele mostra que estudos recentes alertam para a piora da saúde mental entre os adolescentes.
Segundo o CDC, órgão do governo americano, uma espécie de ANVISA, em 2021, 31% das garotas e 21% dos garotos adolescentes pensaram em suicídio.
Pesquisas apontam que adolescentes e jovens que passam horas nas redes sociais têm mais sintomas depressivos, por causa do sono ruim, má imagem corporal , baixa autoestima, intimidação virtual, etc.
O psicólogo Jonathan Haidt, que é professor da Universidade de Nova York, afirma: “As horas que as meninas passavam todos os dias no Instagram eram tiradas de sono, exercícios e tempo com amigos e familiares. O que achamos que aconteceria com elas?”
"A doutora em Psicologia pela UFMG, Carolina Nassau Ribeiro afirma que a percepção dela vai na mesma direção dos estudos científicos recentes: empiricamente, a gente tem visto um aumento nos casos de ansiedade, de autolesão e de tentativa de suicídio"
"Para Carolina, embora impedir totalmente o acesso de adolescentes às redes sociais seja difícil, os pais não podem abrir mão de acompanhar de perto o que os jovens estão fazendo no ambiente virtual. 'Hoje em dia já existem vários aplicativos em que os pais podem acompanhar os adolescentes no uso das redes sociais, na internet e nos jogos. A internet é uma rua virtual. Assim como ele precisa de supervisão no mundo real, ele precisa no mundo virtual', diz".

O CHAT GPT E O ALVOROÇO QUE VEM CAUSANDO NO MUNDO DA TECNOLOGIA.


O CHATGPT (Generative Pretrained Transformer) é uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA), um modelo de linguagem artificial desenvolvido pela OpenAI, que foi disponibilizado para a utilização pública em novembro de 2022. GPT-3 é um modelo de linguagem que conta com 175 bilhões de parâmetros que o permite ter uma comunicação muito próxima da humana.
Ela revoluciona a maneira como lidamos com a tecnologia e causa espanto sobre as perspectivas de futuro neste campo. Em pouco tempo conquistou mais de 100 milhões de usuários e tem gerado muita discussão.
O CHAT GPT tem como base o cruzamento dos trilhões de informações presentes na internet e transforma os questionamentos dos usuários (quaisquer perguntas) em respostas rápidas, inclusive criativas, contextualizadas, diferentes do que ocorre nos sites de buscas, como o de pesquisas do Google. Estas respostas vêm em forma de resumos, textos pequenos ou longos, letras de músicas, poesias, contos, códigos de programação, receitas e assim por diante.
Em outras palavras, o usuário pode conversar com a IA via chat, fazer perguntas sobre quaisquer assuntos, pode, por exemplo, pedir a solução de uma inequação, um texto completo para TCC sobre qualquer tema, solicitar a criação de uma música ou poesia, pode realizar conversas muito mais complexas que as “simples” ferramentas de IA como a ALEXIA. As respostas são dadas segundo as necessidades dos usuários. Outra novidade é que a IA será capaz de criar e recriar dados de programação para o surgimento de problemas complexos que surgirão na sua utilização. O mundo das profissões e do emprego sofrerá uma grande transformação.
Definitivamente, entramos na era da Inteligência Artificial. Em breve, ou agora mesmo, nossos alunos estarão acessando o CHAT GPT, onde obterão respostas para todas as suas perguntas. O nosso desafio será trazer tal tecnologia para o nosso lado, aprimorar as atividades, as práticas pedagógicas, reinventar nossas práticas para forçar o aluno a pensar sobre tais respostas prontas, inserir o debate ético no contexto da artificialização das relações humanas.
Para acessar basta entrar no site chat.openai.com. fazer um cadastro, login e começar a fazer perguntas. Experimente!

sábado, 2 de abril de 2022

 PARA REFLETIR...

Alguns dos SEGREDOS DOS PROFESSORES DE SUCESSO, excelentes, "professores-feras", como dizem os alunos. E por isso admirados (não se trata de questão de likes, mas de dar legitimidade ao que ensina e ter credibilidade):

1- Domínio de conteúdo, repertório cultural, explicação clara, objetiva, dinâmica e interativa. Ensino da verdade, do bem e do belo, da realidade ("Fala com amor, ensina com sabedoria" - Pr 31,26 - Campanha da Fraternidade 2022).
2- Entusiasmo, motivação e envolvimento com os conteúdos e com a arte de ensinar (amor pelo que faz).
3- Postura e tom de voz adequados, "olho no olho", bom exemplo, preocupação com a linguagem verbal e não verbal (gestos, movimentos e palavras), envolvente e equilibrada.
4- Preocupação com a formação integral dos alunos, nos seus aspectos cognitivos, socioemocionais e morais, com os seus interesses, com o seu bem e o seu sucesso ("Os alunos precisam ser amados e saber que são amados" - São João Bosco).
5- Correção com humildade, fraterna, amável, individual, com mansidão, sem raiva, injustiças, sermões, sem deboches e ironias ("Quem quer ser amado ama. E quem é amado tudo alcança, sobretudo dos jovens". São João Bosco).
"Professores brilhantes ensinam para uma profissão. Professores fascinantes ensinam para a vida". Augusto Cury