domingo, 2 de outubro de 2011
Bento XVI: "A diplomacia vaticana deve estar a serviço do Evangelho"
O Santo Padre recebeu em audiência nesta sexta-feira, 10 de junho, na Sala do Consistório, no Vaticano, os superiores e alunos da Pontifícia Academia Eclesiástica. Ao todo, cerca de 40 pessoas.
O diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um servidor do Evangelho: disse o Papa aos referidos alunos. Em seu discurso, o Pontífice deteve-se sobre a formação espiritual dos futuros núncios apostólicos, reiterando que um diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um sacerdote.
A saudação ao Santo Padre foi feita pelo Presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica, o Arcebispo Beniamino Stella. Trata-se da academia onde se formam os sacerdotes que farão parte do serviço diplomático da Santa Sé.
Como deveria agir um Núncio Apostólico? Em seu discurso aos futuros diplomatas vaticanos, Bento XVI respondeu indicando algumas qualidades humanas que deveriam caracterizar o trabalho de quem é chamado a tal missão: paciência, constância, equanimidade e firmeza no diálogo.
E, todavia, destacou aquilo que realmente identifica o serviço do Núncio Apostólico:
"Ele, em primeiro lugar, é um sacerdote, um bispo. Portanto, um homem que já escolheu viver a serviço de uma Palavra que não é a sua. De fato, ele é um servidor da Palavra de Deus, foi investido, como todo sacerdote, de uma missão que não pode ser realizada em apenas uma parte do tempo, mas que requer que ele seja, com toda a vida, uma ressonância da mensagem que lhe foi confiada, a mensagem do Evangelho."
E é justamente baseado nessa identidade sacerdotal que se insere, com certa naturalidade, a tarefa específica de fazer-se portador da Palavra do Papa, tanto em relação às Igrejas particulares quanto diante das instituições estatais e das organizações internacionais – acrescentou Bento XVI. Em seguida, o Papa deteve-se sobre a delicadeza do papel do embaixador, que desde o mundo antigo era enviado para transmitir, com autoridade, a palavra do soberano:
"Aí está a verdadeira habilidade do diplomata e não, como por vezes erroneamente se crê, na astúcia ou naquelas atitudes que representam, comumente, degenerações da prática diplomática. Lealdade, coerência e profunda humanidade são as virtudes fundamentais de todo enviado, o qual é chamado a dedicar não apenas o próprio trabalho e as suas qualidades, mas, de certo modo, toda a sua pessoa a serviço de uma palavra que não é sua."
Por fim, o Pontífice reiterou que os representantes diplomatas, apesar das rápidas transformações da nossa época, estão sempre empenhados "na construção da comunhão possível entre os povos" e na "consolidação, entre eles, de relações pacíficas e solidárias".
A DIPLOMACIA VATICANA
O Papa Bento XVI recebeu nesta última sexta-feira, no Vaticano, os superiores e alunos da Pontifícia Academia Eclesiástica. Ao todo, cerca de 40 pessoas. Talvez muitos não saibam, mas a Santa Sé possui uma escola diplomática, precisamente a Pontifícia Academia Eclesiástica que é uma instituição educacional de ensino superior, na qual desde 1701, se formam os sacerdotes que no futuro atuarão no corpo diplomático e na Secretaria de Estado da Santa Sé.
É isso mesmo! O Papa tem uma escola de diplomatas e no encontro desta sexta-feira ele definiu os seus diplomatas, afirmando que em primeiro lugar eles devem ser servidores do Evangelho, devem ser sacerdotes. Bento XVI não perdeu a oportunidade para também chamar a atenção para a nobre tarefa do diplomata e da diplomacia que representa uma das bases de uma “coexistência pacífica”. “A verdadeira habilidade do diplomata”, observou, não está “como tal erroneamente se crê, na astúcia ou naquelas atitudes que representam antes de tudo as degenerações da prática diplomática”, mas na “lealdade, coerência e profunda humanidade”.
Os futuros núncios apostólicos – assim são chamados os embaixadores vaticanos – se formam em Direito Canônico e conhecem os meandros da diplomacia vaticana. Os futuros diplomatas da Santa Sé vêm de todo o mundo e devem falar pelo menos três línguas.
Uma pergunta legítima e feita por muitas pessoas é por que os diplomatas vaticanos, ou os núncios apostólicos são todos sacerdotes e não leigos. O Estado da Cidade do Vaticano é sim um país independente, mas é a Santa Sé – o Papa – que envia e acolhe os embaixadores. Os núncios apostólicos são os representantes do Papa junto aos governos e às Igrejas locais. Os arcebispos com tarefas de diplomatas informam o Papa e o Vaticano seja sobre a situação do país, seja da Igreja local onde se encontram servindo; coordenam a escolha de novos bispos, e trabalham pela defesa da liberdade religiosa e pela promoção da paz.
No seu discurso de sexta-feira o Papa recordou ainda a “longuíssima tradição” da diplomacia vaticana e sua contribuição “a plasmar, na era moderna, a fisionomia mesma das razões diplomáticas entre os Estados”.
Tempos atrás o Cardeal Secretário de Estado Tarcísico Bertone falando durante um encontro em Roma recordou que “a diplomacia da Santa Sé contribui com os seus próprios meios, para aquele diálogo e aquela sadia colaboração com a comunidade civil e com as suas autoridades que devem servir ao bem integral da pessoa que é, ao mesmo tempo, membro da comunidade civil e membro da Igreja”.
Os interesses da Igreja e da Santa Sé não buscam a própria vantagem: buscam somente o verdadeiro bem do homem e da humanidade.
A Igreja Católica não tem uma plataforma política e não é partidária. Todavia, tem a obrigação de ajudar os homens e as mulheres que necessitam de liberdade – inclusive a liberdade religiosa –, segurança, alimento, saúde e, de modo especial, o respeito pela dignidade humana em qualquer fase da vida. A Igreja oferece princípios para ajudar as nações e os indivíduos a viverem melhor, e ai entra a figura do representante do Papa, que realiza uma missão de ensinamento, de santificação e de guia.
A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 177 nações, 33 organizações e organismos intergovernamentais internacionais, junto aos quais tem representações estáveis, e 10 organismos regionais.
O Santo Padre recebeu em audiência nesta sexta-feira, 10 de junho, na Sala do Consistório, no Vaticano, os superiores e alunos da Pontifícia Academia Eclesiástica. Ao todo, cerca de 40 pessoas.
O diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um servidor do Evangelho: disse o Papa aos referidos alunos. Em seu discurso, o Pontífice deteve-se sobre a formação espiritual dos futuros núncios apostólicos, reiterando que um diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um sacerdote.
A saudação ao Santo Padre foi feita pelo Presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica, o Arcebispo Beniamino Stella. Trata-se da academia onde se formam os sacerdotes que farão parte do serviço diplomático da Santa Sé.
Como deveria agir um Núncio Apostólico? Em seu discurso aos futuros diplomatas vaticanos, Bento XVI respondeu indicando algumas qualidades humanas que deveriam caracterizar o trabalho de quem é chamado a tal missão: paciência, constância, equanimidade e firmeza no diálogo.
E, todavia, destacou aquilo que realmente identifica o serviço do Núncio Apostólico:
"Ele, em primeiro lugar, é um sacerdote, um bispo. Portanto, um homem que já escolheu viver a serviço de uma Palavra que não é a sua. De fato, ele é um servidor da Palavra de Deus, foi investido, como todo sacerdote, de uma missão que não pode ser realizada em apenas uma parte do tempo, mas que requer que ele seja, com toda a vida, uma ressonância da mensagem que lhe foi confiada, a mensagem do Evangelho."
E é justamente baseado nessa identidade sacerdotal que se insere, com certa naturalidade, a tarefa específica de fazer-se portador da Palavra do Papa, tanto em relação às Igrejas particulares quanto diante das instituições estatais e das organizações internacionais – acrescentou Bento XVI. Em seguida, o Papa deteve-se sobre a delicadeza do papel do embaixador, que desde o mundo antigo era enviado para transmitir, com autoridade, a palavra do soberano:
"Aí está a verdadeira habilidade do diplomata e não, como por vezes erroneamente se crê, na astúcia ou naquelas atitudes que representam, comumente, degenerações da prática diplomática. Lealdade, coerência e profunda humanidade são as virtudes fundamentais de todo enviado, o qual é chamado a dedicar não apenas o próprio trabalho e as suas qualidades, mas, de certo modo, toda a sua pessoa a serviço de uma palavra que não é sua."
Por fim, o Pontífice reiterou que os representantes diplomatas, apesar das rápidas transformações da nossa época, estão sempre empenhados "na construção da comunhão possível entre os povos" e na "consolidação, entre eles, de relações pacíficas e solidárias".
A DIPLOMACIA VATICANA
O Papa Bento XVI recebeu nesta última sexta-feira, no Vaticano, os superiores e alunos da Pontifícia Academia Eclesiástica. Ao todo, cerca de 40 pessoas. Talvez muitos não saibam, mas a Santa Sé possui uma escola diplomática, precisamente a Pontifícia Academia Eclesiástica que é uma instituição educacional de ensino superior, na qual desde 1701, se formam os sacerdotes que no futuro atuarão no corpo diplomático e na Secretaria de Estado da Santa Sé.
É isso mesmo! O Papa tem uma escola de diplomatas e no encontro desta sexta-feira ele definiu os seus diplomatas, afirmando que em primeiro lugar eles devem ser servidores do Evangelho, devem ser sacerdotes. Bento XVI não perdeu a oportunidade para também chamar a atenção para a nobre tarefa do diplomata e da diplomacia que representa uma das bases de uma “coexistência pacífica”. “A verdadeira habilidade do diplomata”, observou, não está “como tal erroneamente se crê, na astúcia ou naquelas atitudes que representam antes de tudo as degenerações da prática diplomática”, mas na “lealdade, coerência e profunda humanidade”.
Os futuros núncios apostólicos – assim são chamados os embaixadores vaticanos – se formam em Direito Canônico e conhecem os meandros da diplomacia vaticana. Os futuros diplomatas da Santa Sé vêm de todo o mundo e devem falar pelo menos três línguas.
Uma pergunta legítima e feita por muitas pessoas é por que os diplomatas vaticanos, ou os núncios apostólicos são todos sacerdotes e não leigos. O Estado da Cidade do Vaticano é sim um país independente, mas é a Santa Sé – o Papa – que envia e acolhe os embaixadores. Os núncios apostólicos são os representantes do Papa junto aos governos e às Igrejas locais. Os arcebispos com tarefas de diplomatas informam o Papa e o Vaticano seja sobre a situação do país, seja da Igreja local onde se encontram servindo; coordenam a escolha de novos bispos, e trabalham pela defesa da liberdade religiosa e pela promoção da paz.
No seu discurso de sexta-feira o Papa recordou ainda a “longuíssima tradição” da diplomacia vaticana e sua contribuição “a plasmar, na era moderna, a fisionomia mesma das razões diplomáticas entre os Estados”.
Tempos atrás o Cardeal Secretário de Estado Tarcísico Bertone falando durante um encontro em Roma recordou que “a diplomacia da Santa Sé contribui com os seus próprios meios, para aquele diálogo e aquela sadia colaboração com a comunidade civil e com as suas autoridades que devem servir ao bem integral da pessoa que é, ao mesmo tempo, membro da comunidade civil e membro da Igreja”.
Os interesses da Igreja e da Santa Sé não buscam a própria vantagem: buscam somente o verdadeiro bem do homem e da humanidade.
A Igreja Católica não tem uma plataforma política e não é partidária. Todavia, tem a obrigação de ajudar os homens e as mulheres que necessitam de liberdade – inclusive a liberdade religiosa –, segurança, alimento, saúde e, de modo especial, o respeito pela dignidade humana em qualquer fase da vida. A Igreja oferece princípios para ajudar as nações e os indivíduos a viverem melhor, e ai entra a figura do representante do Papa, que realiza uma missão de ensinamento, de santificação e de guia.
A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 177 nações, 33 organizações e organismos intergovernamentais internacionais, junto aos quais tem representações estáveis, e 10 organismos regionais.
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