"Do ponto de vista dos banhos e da limpeza do corpo, o Ocidente assistiu, nos séculos XV-XVIII, a uma regressão fantástica. Os banhos, longínqua herança de Roma, eram hábitos em toda a Europa Medieval. Banhos privados, mas também públicos muito numerosos, com as suas cabinas de vapor, suas banheiras e camas de repouso, ou grande piscinas e a promiscuidade dos corpos nus, homens e mulheres misturados. As pessoas encontravam-se lá tão naturalmente como na Igreja, e estes estabelecimentos balneários eram destinados a todas as classes a ponto de estarem submetidos a direitos senhoriais, tal como os moinhos, as forjas e a distribuição de bebidas. Quanto às casas abastadas, todas possuíam os seus quartos de banho na cave, constituídos por uma estufa e tinas, geralmente de madeira, com aduelas à maneira das pipas (...) A partir do século XVI, os banhos públicos começaram a escassear, quase desaparecem (...) pouco a pouco o banho torna-se uma medicação, já não um hábito de higiene".
Fernand Braudel. Civilização Material, Economia e Capitalismo. Séculos XV-XVIII. As Estruturas do Cotidiano: o possível e o impossível. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 296-301 (toda a passagem).
Obra com uma abundância de fontes, arquivos, etc. Algum professor já indicou em sala de aula, ministrou sua aula baseado em Braudel, colocou no programa da disciplina???
Mande seu professor estudar!
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