Toda vez que alguém tenta usar os princípios da fé e da moral cristã como critérios para analisar e interpretar uma determinada realidade ouve-se o grito de que o Estado é laico. Em nome da liberdade, do pluralismo cultural, do multiculturalismo relativistas há a tendência da legitimação do laicismo antirreligioso, que persegue os cristãos e cerceia os seus valores. TUDO pode, menos defender os princípios perenes fundadores da nossa sociedade e da nossa identidade cristã. Eis os frutos do laicismo:
Em nome de um Estado laico, livre da “tutela” das tradições e da fé, da religião e enfim sem Deus, criou-se um Estado antirreligioso, que proíbe símbolos religiosos em repartições públicas, o uso do nome de Deus nas cédulas e faz leis contrárias aos princípios religiosos da própria sociedade, contra a lei natural, a moral e até contra o bom senso. O Estado sem Deus, pretendendo legitimar-se a si mesmo, sem a transcendência, transforma a política em redentora e tende ao totalitarismo megalomaníaco dos seus líderes.
Em nome da liberdade econômica, sem a consideração do valor da dignidade da pessoa humana, derivada da condição humana de criatura de Deus e destinada ao transcendente, sem a consideração da transversalidade das virtudes morais e da necessidade da solidariedade, a economia tende a absolutização do mercado, a colocar o lucro acima de tudo e a criação de uma sociedade de consumo, materialista e ateia, que tudo transforma em mercadoria e produz extremas desigualdades, marginalizações e frustrações. E por outro lado há a tendência da criação de uma economia planificada, totalmente dirigida pelo Estado, socialista, onde sequer existe alguma liberdade. Ambas são materialistas, opressoras e degeneram a natureza humana e a integralidade da pessoa.
Um direito sem Deus tende a considerar o homem unicamente sob o aspecto do utilitarismo, sob o aspecto da práxis histórica, imanentista, o que o faz legislar contra a vida, contra a lei e o direito natural, contra os valores da maioria de uma população, que é conservadora, orientada por valores perenes e que valoriza as instituições tradicionais, como a família.
Na educação laica não se pode mais falar de Deus, usar símbolos religiosos, falar das coisas sagradas e muito menos fazer qualquer tipo de oração. Mas uma educação sem o paradigma da espiritualidade humana e da fé racional é mentirosa, falsa, favorece a degradação moral, toda espécie de bizarrices nos ambientes escolares, comportamentos animalescos, promiscuidade e crises sociais generalizadas.
E tais frutos do laicismo estruturam uma sociedade e uma cultura sem Deus, um estilo de vida onde a única realidade é a vida presente, a imanência, a práxis, o utilitarismo, o dinheiro, o poder e o prazer. É um estilo de vida consumista, insustentável, que tem espalhado a insatisfação, a incerteza, a falta de referências, a frustração e a infelicidade. E as narrativas da construção de uma sociedade melhor a partir de valores de consenso universal, vazios de referenciais morais, têm sido estéreis.
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