Marxismo
ou Capitalismo?
Marx
e Engels publicaram em 1848 o Manifesto Comunista, considerado o marco inicial
do chamado Socialismo Científico. As suas ideias encontraram terreno fértil no
explosivo século XIX. Somadas às ideias liberais, nacionalistas e anarquistas
motivaram movimentos revolucionários por quase todo o continente, empregando a
violência como o único método legítimo para solucionar as questões sociais. Para
Marx o motor da história é a luta de classes, as relações econômicas são o
fundamento da dinâmica social, a religião é fator de alienação dos trabalhadores,
a política, a justiça e todo o aparato ideológico e cultural funcionam a
reboque das estruturas econômicas.
Tal
ideologia foi condenada pelos papas, inicialmente por Leão XIII na Rerum Novarum,
de 1891, por desprezar a propriedade, que a concepção cristã considera inerente
à natureza humana e fator de libertação da pessoa, desde que usada
racionalmente e com funcionalidade social; por desconsiderarem Deus e toda a
questão da alma e da espiritualidade humana; por possuírem uma concepção
materialista da história e pregar a violência, a luta armada como forma de
construção da sociedade comunista, o paraíso na terra, uma verdadeira utopia. E
onde tais princípios foram aplicados, nos processos revolucionários do século
XX, o que se viu foi a opressão e a falta de liberdade, os massacres, as
perseguições religiosas, a completa libertinagem como método de libertação das
forças alienantes da sociedade, das instituições como a família, consideradas
elementos da moral burguesa e obstáculos para a revolução.
A
Igreja, com base nos Evangelhos, na riqueza dos conhecimentos elaborados ao
longo dos séculos sobre as questões sociais e fundados numa concepção integral
da pessoa humana e na lei natural, propõe o respeito aos trabalhadores, que devem
ser tratados com dignidade, a função social da propriedade, a redução das
desigualdades extremas e todas as formas de opressão, condenando ao mesmo tempo
as propostas radicais do socialismo e do anarquismo, mas também a lógica
consumista, materialista e voltada unicamente para o lucro e a acumulação de
riquezas da sociedade capitalista.
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