Dado que os
Portugueses mostravam mais interesse por Angola do que pelo Reino do
Congo, a vida religiosa daquele país decresceu por falta de
missionários. Os poucos que apareciam nem sempre eram exemplares. D.
Alvaro II enviou uma embaixada a Roma. Mons. João Baptista Vives,
espanhol, apresentou oficialmente o pedido e sugeriu o envio de
Capuchinhos. Entretanto, é fundada a Congregação da Propaganda fide
(1622). O Papa Urbano VIII, pede, por intermédio dessa Congregação, o
envio de missionários para o Congo e em 1640 cria-se prefeitura
Apostólica do Congo e Frei Boaventura de Alessano nomeado Prefeito
Apostólico. O grupo chegou a Lisboa, mas não pôde seguir para Angola por
este Reino ter caído na mão dos holandeses.
Em 1643 prepara-se
nova expedição sob a direcção do mesmo Frei Boaventura de Alessano. O
grupo, composto por 7 italianos e 5 espanhóis, parte de um porto
espanhol e viaja com passaporte espanhol. O embarque deu-se a 20 de
Janeiro de 1645 e o desembarque na foz do rio Zaire foi em Junho do
mesmo ano, após uma viagem acidentada. No Soyo são recebidos como
verdadeiros salvadores. Os frades capuchinhos organizam o serviço
religioso, a catequese e confessam muita gente. Muitos cristãos
aproveitam para regularizarem a sua situação matrimonial. São baptizadas
1500 pessoas.
Clero indígena ou angolano
O problema do clero indígena é dos mais graves e delicados nas
actividades missionária. As dificuldades tanto vinham dos evangelizados
como dos evangelizadores. Sobretudo os familiares dos evangelizandos
dificilmente aceitavam as exigências da vida consagrada. Os
evangelizadores, por sua vez, estavam imbuídos de preconceitos que os
levavam a não acreditar que o negro pudesse desempenhar dignamente as
funções sacerdotais. Existem relatórios sobre tais preconceitos nos
arquivos. No entanto, os missionários procuraram formar clero indígena,
desde o princípio, no Congo. D.Afonso I mandou o seu filho D.Henrique
para Portugal e outros jovens de boa índole, a fim de se prepararem para
o sacerdócio. Vários ordenaram-se e D.Henrique foi proposto para Bispo.
Devido aos preconceitos de que falámos, a nomeação foi feita com
bastante relutância. O Papa Leão X, escrevendo para D.Manuel, rei de
Portugal, que apadrinhava a candidatura, dizia;
Religiosos que trabalharam no Congo
1- Cónegos de são
João Evangelista, também chamados Padres Loios, por viverem no Convento
de 2- Padres Dominicanos; 3-Padres Franciscanos; 4-Padres da Companhia
de Jesus; 5-Frades Menores Capuchinhos; 6-Sacerdotes Diocesanos
angolanos e portugueses.
4. Igrejas construídas no Congo
1- Igreja da Sé, consagrada ao SS. Salvador, que deu o nome à cidade de Mbanza.
2- Igreja de.
S.Tiago Maior 3- Igreja de Nossa Senhora do Rosário 4- Igreja de Nossa
Senhora da Conceição 5- Igreja de Santa Cruz 6- Igreja de São João
Baptista 7 - Igreja de São Miguel 8- Igreja de Santa Isabel 9- Igreja de Nossa Senhora das Vitórias
Nas Províncias havia: Igreja do Nsundi Igreja do Pemba Igreja do Pinda Igreja do Uandu Igreja do Bamba
Sabe-se que em 1519, o ngola do
Dongo pediu, por intermédio de Dom Afonso do Congo, homens brancos e
sacerdotes para se converter e comerciar, como se fazia no Congo. Dom
Afonso transmitiu este pedido a Dom Manuel I de Portugal, fazendo
acompanhar o pedido duma oferta de prata proveniente, talvez, de Angola.
Em
1517, o Papa Leão X nomeou bispo o Príncipe D. Henrique, que foi o
primeiro Bispo da África Negra. Em 1534, foi criada a diocese de São
Tomé, desmembrada da do Funchal. O Congo passou a depender da diocese de
São Tomé. Em 1596, o Papa Clemente VIII criou a diocese de São
Salvador, que abrangia os reinos do Congo e de Ngola. Os Jesuítas
chegaram ao Congo em 1548, e os Dominicanos, em 1570. Paulo Dias de
Novais, em 1575, funda a cidade de Luanda e ali permaneceram os
Jesuítas, vindos na sua armada. Em 1584, foi a vez dos Carmelitas
Descalços.
A segunda
metade do séculoXVII foi já de decadência nos trabalhos missionários. Causas políticas tiveram um influxo multo acentuado na acção religiosa. Luanda e quase todo o litoral de Angola foram ocupados pelos holandeses, protestantes calvinistas. Esta ocupação levou à destruição de várias obras e à deslocação de populações.
Restaurado
o domínio português em 1648, Angola passou praticamente a constituir um
domínio do Brasil, que em África encontrava o mercado de escravos de
que precisava para a agricultura e, mais tarde, para o trabalho das
minas. O século XVIII foi já de profunda decadência, principalmente com a
expulsão dos jesuítas e com a decadência das Ordens Religiosas em quase
toda a Europa.
Os
sacerdotes diocesanos, angolanos, portugueses e brasileiros, que se
encontravam em Angola eram pouco numerosos e geralmente faltava-lhes
organização, zelo missionário e métodos apropriados ao apostolado
missionário. O encerramento das casas religiosas em Portugal pelo
Governo Liberal em 1834 tirou a esperança da recuperação durante muitos
anos. Um bispo do século XIX pedia para Portugal que se acudisse à sua
"moribunda diocese e a um outro, de meados deste século atribui-se esta
frase de desalento: "Das Missões de Angola e Congo só resta a memória".
Na realidade o número de sacerdotes chegou ao índice mais baixo em 1853:
5 angolanos, encontrando-se 4 em Luanda I em Benguela. As antigas
paróquias e igrejas tinham desaparecido quase todas, missões
propriamente ditas no interior não havia nenhuma.
Várias foram as causas:
- A prioridade dada pelos reis de Portugal aos assuntos do Brasil;
- - A falta de pessoal missionário;
- - A inclemência do clima que vitimava os missionários;
- - Os exemplos pouco edificantes dos comerciantes portugueses:
- - A ausência do clero indígena;
- - A expulsão dos Jesuítas e das Ordens Religiosas pelo Marquês de Pombal (1759) e por Joaquim Ant6nio de Aguiar (1834).
Dado
que os Portugueses mostravam maisde Matamba, dependente da Sagrada
Congregação da Propagação Fide, sendo nomeado Prefeito Apostólico o
padre Serafim de Corto na, que passou a viver em Massangano, sede da
Prefeitura. Tentou várias vezes visitar a Rainha, mas sem resultado.
Seguia os progressos da evangelização da Matamba pelas informações do
padre António de Gaeta. A Rainha mandou o padre António a Roma com carta
ao Papa em que o reconhecia como chefe da Igreja e pedia que o padre
António fosse nomeado Prefeito Apostólico da Matamba. O Governo de
Luanda não viu com bons olhos que a Rainha se comunicasse directamente
com Roma.
Foi decidido enviar
as cartas a Roma pelo padre Serafim de Cortona, amigo pessoal do novo
Papa Alexandre VII. A embaixada partiu bastante tempo depois, via Brasil
e Portugal, além de bastante acidentada. Ao chegar a Roma, o padre
Serafim desempenhou a sua missão. O Papa enviou uma carta à rainha da
Matamba e a Sagrada Congregação da Propaganda Fide outra nomeando o
padre António Gaeta Prefeito Apostólico da Matamba. Ao receber as cartas
pela mão do padre Antônio de Gaeta, a Rainha chorou de comoção. Padre
António despediu-se da Rainha e passou a viver em Luanda. Jinga ficou
chocada com a retirada do padre António e pediu-lhe que lhe deixasse um
hábito "gasto e velho", para vestir o seu cadáver depois da morte.
Envio de uma
embaixada ao Papa Por D. Alvaro, embaixada chefiada por D.António
Manuel, Duque de Funesta. O embaixador morreu em Roma antes de entregar
as suas cartas credenciais. Foi sepultado com todas as honras na igreja
de Santa Maria Maior, onde tem um busto; A criação da Diocese de Congo e
de Angola em 20 de Maio de 1596 sem limites definidos.
Os Institutos que trabalharam no Reino do Ndongo e Matamba foram
vários dentre os quais destacamos 1. Clero secular angolano e português
2. Padres da Companhia de Jesus 3. Padres Carmelitas Descalços 4.
Franciscanos Terciários 5. Orde interesse por Angola do que pelo Reino
do Congo, a vida religiosa daquele país decresceu por falta de
missionários. Os poucos que apareciam nem sempre eram exemplares. D.
Alvaro II enviou uma embaixada a Roma. Mons. João Baptista Vives,
espanhol, apresentou oficialmente o pedido e sugeriu o envio de
Capuchinhos. Entretanto, é fundada a Congregação da Propaganda fide
(1622). O Papa Urbano VIII, pede, por intermédio dessa Congregação, o
envio de missionários para o Congo e em 1640 cria-se prefeitura
Apostólica do Congo e Frei Boaventura de Alessano nomeado Prefeito
Apostólico. O grupo chegou a Lisboa, mas não pôde seguir para Angola por
este Reino ter caído na mão dos holandeses.
Em 1643 prepara-se
nova expedição sob a direcção do mesmo Frei Boaventura de Alessano. O
grupo, composto por 7 italianos e 5 espanhóis, parte de um porto
espanhol e viaja com passaporte espanhol. O embarque deu-se a 20 de
Janeiro de 1645 e o desembarque na foz do rio Zaire foi em Junho do
mesmo ano, após uma viagel11 acidentada. No Soyo são recebidos como
verdadeiros salvadores. Os frades capuchinhos organizam o serviço
religioso, a catequese e confessam muita gente. Muitos cristãos
aproveitam para regularizarem a sua situação matrimonial. São baptizadas
1500 pessoas.
Clero indígena ou angolano
O problema do clero indígena é dos mais graves e delicados nas
actividades missionária. As dificuldades tanto vinham dos evangelizados
como dos evangelizadores. Sobretudo os familiares dos evangelizandos
dificilmente aceitavam as exigências da vida consagrada. Os
evangelizadores, por sua vez, estavam imbuídos de preconceitos que os
levavam a não acreditar que o negro pudesse desempenhar dignamente as
funções sacerdotais. Existem relatórios sobre tais preconceitos nos
arquivos. No entanto, os missionários procuraram formar clero indígena,
desde o princípio, no Congo. D.Afonso I mandou o seu filho D.Henrique
para Portugal e outros jovens de boa índole, a fim de se prepararem para
o sacerdócio. Vários ordenaram-se e D.Henrique foi proposto para Bispo.
Devido aos preconceitos de que falámos, a nomeação foi feita com
bastante relutância. O Papa Leão X, escrevendo para D.Manuel, rei de
Portugal, que apadrinhava a candidatura, dizia;
Religiosos que trabalharam no Congo1-
Cónegos de são João Evangelista, também chamados Padres Loios, por
viverem no Convento de 2- Padres Dominicanos; 3-Padres Franciscanos;
4-Padres da Companhia de Jesus; 5-Frades Menores Capuchinhos;
6-Sacerdotes Diocesanos angolanos e portugueses.
4. Igrejas construídas no Congo1- Igreja da Sé, consagrada ao SS. Salvador, que deu o nome à cidade de Mbanza.
2- Igreja de.
S.Tiago Maior 3- Igreja de Nossa Senhora do Rosário 4- Igreja de Nossa
Senhora da Conceição 5- Igreja de Santa Cruz 6- Igreja de São João
Baptista 7 - Igreja de São Miguel 8- Igreja de Santa Isabel 9- Igreja de Nossa Senhora das Vitórias
Nas Províncias havia: Igreja do Nsundi Igreja do Pemba Igreja do Pinda Igreja do Uandu Igreja do Bamba
Sabe-se que em 1519, o ngola do
Dongo pediu, por intermédio de Dom Afonso do Congo, homens brancos e
sacerdotes para se converter e comerciar, como se fazia no Congo. Dom
Afonso transmitiu este pedido a Dom Manuel I de Portugal, fazendo
acompanhar o pedido duma oferta de prata proveniente, talvez, de Angola.
Em
1517, o Papa Leão X nomeou bispo o Príncipe D. Henrique, que foi o
primeiro Bispo da África Negra. Em 1534, foi criada a diocese de São
Tomé, desmembrada da do Funchal. O Congo passou a depender da diocese de
São Tomé. Em 1596, o Papa Clemente VIII criou a diocese de São
Salvador, que abrangia os reinos do Congo e de Ngola. Os Jesuítas
chegaram ao Congo em 1548, e os Dominicanos, em 1570. Paulo Dias de
Novais, em 1575, funda a cidade de Luanda e ali permaneceram os
Jesuítas, vindos na sua armada. Em 1584, foi a vez dos Carmelitas
Descalços.
A
segunda metade do século XVII foi já de decadência nos trabalhos
missionários. Causas políticas tiveram um influxo multo acentuado na
acção religiosa. Luanda e quase todo o litoral de Angola foram ocupados
pelos holandeses, protestantes calvinistas. Esta ocupação levou à
destruição de várias obras e à deslocação de populações.
Restaurado
o domínio português em 1648, Angola passou praticamente a constituir um
domínio do Brasil, que em África encontrava o mercado de escravos de
que precisava para a agricultura e, mais tarde, para o trabalho das
minas. O século XVIII foi já de profunda decadência, principalmente com a
expulsão dos jesuítas e com a decadência das Ordens Religiosas em quase
toda a Europa.
Os
sacerdotes diocesanos, angolanos, portugueses e brasileiros, que se
encontravam em Angola eram pouco numerosos e geralmente faltava-lhes
organização, zelo missionário e métodos apropriados ao apostolado
missionário. O encerramento das casas religiosas em Portugal pelo
Governo Liberal em 1834 tirou a esperança da recuperação durante muitos
anos. Um bispo do século XIX pedia para Portugal que se acudisse à sua
"moribunda diocese e a um outro, de meados deste século atribui-se esta
frase de desalento: "Das Missões de Angola e Congo só resta a memória".
Na realidade o número de sacerdotes chegou ao índice mais baixo em 1853:
5 angolanos, encontrando-se 4 em Luanda I em Benguela. As antigas
paróquias e igrejas tinham desaparecido quase todas, missões
propriamente ditas no interior não havia nenhuma.
Várias foram as causas:
- A prioridade dada pelos reis de Portugal aos assuntos do Brasil;
- - A falta de pessoal missionário;
- - A inclemência do clima que vitimava os missionários;
- - Os exemplos pouco edificantes dos comerciantes portugueses:
- - A ausência do clero indígena;
- - A expulsão dos Jesuítas e das Ordens Religiosas pelo Marquês de Pombal (1759) e por Joaquim Ant6nio de Aguiar (1834).
Quando
os Portugueses chegaram pela primeira vez à foz do Zaire em 1482, o
espaço geográfico que hoje forma Angola estava dividido por vários
reinos, mais ou menos independentes. Depois de meio século de presença
no Congo, os Portugueses travaram relações com os reinos limítrofes, a
começar pelo reino governado por príncipes chamados "NGOLA", donde veio a
palavra Angola.
Paulo Dias de Novais, Conquistador e Governador do reino do Ndongo
Como a expedição tinha carácter político e religioso foi necessário
criar dois grupos. O grupo político foi foramado por Paulo Dias de
Novais e o religioso pelo Padre Francisco de Gouveia que agregou a si o
padre Agostinho lacerda e os irmãos portugueses Manuel Pinto e Amónio
Mendes. A expedição chegou à foz do Kuanza a 3 de Maio de 1560. Paulo
Dias de Novais mandou emissários ao rei do Ndongo a informar a sua
chegada. Regressaram trazendo carta confidencial de um residente
Português dizendo ser perigoso ir até à côrte do rei. Depois de muitas
hesitações resolveram ir até Angola. Cedo o entusiasmo da chegada se
transformou em frieza. O rei recusou-se a receber o Baptismo.
Assim, quando Paulo Dias de Novais
chegou à ilha de Luanda em 1575, já lá encontrou uma capela construída
pelos portugueses em honra de Nossa Senhora da Conceição e havia alguns
africanos baptizados, segundo pode deduzir-se das cartas dos primeiros
jesuítas. Mas foi só depois da fundação da cidade, em 1575, que o
cristianismo se propagou no reino de Angola.
Datam
de 1590 as primeiras Paróquias de Angola: Luanda - N." S." da
Conceição. Massangano - N. Srª da Vitória. Em 1605 chegam os
Franciscanos da Terceira Ordem.
Em 27 de Dezembro de 1654 foi criada a Prefeitura Apostólica m dos Frades Menores Capuchinhos
Em termos de infra estruturas construídas no Reino de Ndongo e Matamba ressaltamos 1.
Capela de São Sebastião 2. Igreja de Nossa Senhora da Conceição 3.
Capela do Espírito Santo 4. Igreja de São João dos Europeus 5. Igreja de
Santo António 6. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos 7.
Igreja de São José 8. Ermida de Santo Amaro 9. Capela de Santa Efigénia e
Santo Estrabão 10. Igreja do Carmo 11. Capela de São Miguel 12. Igreja
de Nossa Senhora do Cabo 13. Igreja de Nossa Senhora da Guia ou da
Glória 14. Ermida de Nossa Senhora do Desterro 15. Igreja de Nossa
Senhora da Esperança 16. Igreja de Jesus 17. Igreja de São João Baptista
Estas igrejas estavam na cidade de Luanda e ilhas circunvizinhas.
No interior foram construí as seguintes:
18. Igreja de São José de Calumbo 19. Igreja de Nossa Senhora da Muxima
20. Igreja de Nossa Senhora das Vitórias (Massangano) 21 Igreja de São
Benedito (Luinha) 22. Igreja de Santo António (Luinha) 23. Igreja de
Nossa Senhora da Conceição (Conga Andala) 24. Igreja de Santo António
(Kibanzo) 25. Igreja de Santa Ana (Loabo) 26. Igreja de São Bartolomeu
(Tamba) 27. Igreja de Nossa Senhora do Desterro (Quaxoto ) 28. Igreja de
São João (Cacuso) 29. Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Cambambe) 30.
Igreja de Santo Hilarião (Golungo Alto) 31 Igreja de Nossa Senhora da
Assunção (Ambaca) 32 Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Pungo Andongo)
33. Igreja de São José do Encoje 34. Igreja de Santa Ana em Caxito 35.
Igreja de São José (Libongos) 36. Igreja de São João (Talamatumbo) 37.
Igreja de São João Evangelista(Kilombo) 38. Igreja de Nossa Senhora do
Desterro (Combe) 39. Igreja de Nossa Senhora do Livramento (Chocolo) 40.
Igreja de Santa Ana (Quilengues) 41. Igreja de São Joaquim 42. Igreja
de Nossa Senhora do Pópulo (Benguela) 43. Igreja de Nossa Senhora da
Conceição (Caconda ).
A SEGUNDA EVANGELIZAÇÃO DE ANGOLA
Em
meados do século XIX era trágica a situação religiosa de Angola. A sé
estava vaga desde 1826. Só em 1852 chegaria um novo bispo, Dom Joaquim
Moreira Reis, que se demorou apenas três anos, desanimado com o estado
da diocese e com falta de meios para dar remédio a tantas necessidades
que o acabrunhavam. Foi durante o seu curto episcopado que o Governo
Português criou oficialmente o Seminário de Luanda, que só dez anos mais
tarde podia abrir.
Dom
Manuel de Santa Rita Barros, novo bispo, trouxe consigo de Portugal
alguns sacerdotes para o seminário e 12 seminaristas já adiantados do
seminário de Santarém. Mas tanto o bispo como alguns sacerdotes e 4
seminaristas viriam. a falecer de febre amarela, quatro meses depois da
chegada a Luanda. No intervalo dos dois bispos, chegaram uns oito
sacerdotes para paroquiar em Angola e mais alguns foram vindo nos anos
seguintes.
No tempo do Bispo Dom José Lino de Oliveira chegaram ao Ambriz os primeiros missionários espiritanos franceses.
Tinham
estes já algumas missões no Gabão e, sabendo que os capuchinhos
italianos haviam nos séculos passados missionado no Congo, onde para
eles tinha sido criada uma prefeitura apostólica, pediram à Sagrada
Congregação da Propaganda que lhes concedesse esta Missão nas mesmas
condições em que os capuchinhos ali haviam trabalhado. A Propaganda,
depois de ter consultado os superiores dos capuchinhos, que responderam
não dispor de pessoal.
O
seu pedido foi aceite e o padre Schwindenhamer foi nomeado Prefeito
Apostólico do Congo. Feitas as "demarches" políticas e diplomáticas
achadas convenientes, organizou-se a primeira expedição formada pelos
veteranos das missões, os padres: José Maria Poussot, Vice- Prefeito
Apostólico, António Ansclmo Espitallié Estêvão Billon, irmão leigo.
Partiram de Paris no dia 28 de Janeiro 1866; passaram discretamente por
Lisboa, e chegaram ao Ambriz a 14 de Março de 1866. Em consequência de várias circunstancias, os primeiros missionários do Espírito Santo retiram-se para a Europa.
As
dificuldades encontradas pelos Padres do Espírito Santo da primeira
expedição levaram os Superiores Maiores a encerrar a Missão do Congo.
Mas as notícias sobre Lândana entusiasmaram o Conselho Geral da
Congregação, pelo que retomou a ideia da reabertura da" Missão do Congo a
partir de Lândana. Desta forma, retomaram-se os contactos com a
Propaganda Fide e, pelo Decreto de 25 de Julho de 1873, foi criada a
Missão de S.Tiago de Lândana.
Fundada
a Missão de Lândana, a Sagrada Congregação da Propaganda Fide, sempre a
pedido do Superior Geral, criou a Prefeitura Apostólica de Cimbebásia
(Cubango) a 3 de de Julho de 1873, cujos limites são os seguintes: Ao
norte pelo curso do rio Cassai e Liba, a leste pela margem ocidental de
Zambeze, pelo rio Haart e pela república da Transvaal, a oeste pelo
Ocêano Atlântico e a sul pelo rio Cunene.
Dez
anos depois, em 1883, chegaram as Irmãs de São José de Cluny a Lândana.
Foram as primeiras Religiosas a enfrentar as hostilidades do clima
africano. Acompanharam quase sempre os Padres do Espírito Santo,
destacando-se sobretudo na formação cristã da mulher angolana
Os
sacerdotes seculares vindos de Portugal (a maior parte formados em
Cernache do Bonjardim) e da arquidiocese de Goa, trabalharam geralmente
nas antigas paróquias dos séculos passados e noutras que se foram
erigindo de novo. Estes párocos até 1910 acumulavam as funções do
ministério paroquial com o exercício do magistério primário.
VIDA RELIGIOSA DE 1910 A 1940
Em 1908 chegaram as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria que ali se têm mantido até aos nossos dias.
Desde 1885 até 1910 a vida religiosa foi-se desenvolvendo com certa intensidade: o pessoal missionário - padres,
irmãos e irmãs - iam aumentando progressivamente e as populações iam-se
abrindo à evangelização. Mas algumas guerras de ocupação do território
tornaram certos povos impermeáveis por algum tempo, como os cuanhamas.
Era
de esperança a acção religiosa em 1910, com a chegada anual de vários
sacerdotes, irmãos e irmãs. Em 5 de Outubro daquele ano, a revolução que
suprimiu a monarquia e instaurou o regime republicano em Portugal
mostrou-se logo de início contra a Igreja Católica e suas instituições:
supressão dos Institutos religiosos, dos seminários e do ensino
religioso nas escolas, nacionalização dos bens eclesiásticos - seminários, residências episcopais e paroquiais e das comunidades religiosas - imposição
do casamento civil, admissão do divórcio, etc. Ao mesmo tempo, na
imprensa intensificou-se a propaganda, que já vinha detrás, contra a
Igreja e a vida católica.
Em
Angola, os reflexos destas leis e da campanha anti-religiosa
encontravam numerosos adeptos, mesmo em algumas autoridades. Vários
missionários, sobretudo estrangeiros, foram perseguidos, foram expulsas
as religiosas que trabalhavam em Luanda e Moçâmedes, e suprimidos os
subsídios que o Estado vinha concedendo a várias missões e outras
instituições católicas. Mas a supressão dos Institutos Religiosos e dos seminários em Portugal
tinha consequências mais desastrosas em Angola e nas outras colónias
portuguesas. Quanto às Religiosas sucedia o mesmo: as Franciscanas
Hospitaleiras retiraram-se para Portugal e não voltaram mais.
Em
1940 a Santa Sé e o Governo Português estabeleceram dois acordos: A
Concordata e o Acordo Missionário, aos quais o Governo Português
acrescentou o Estatuto Missionário. Estes documentos condicionaram o
funcionamento das missões. Tais documentos comsagraram o nacionalismo
missionário, como afirmaram alguns responsáveis do tempo. O Cardeal
Manuel Gonçalves Cerejeira, referindo-se ao Acordo Missionário, declara a
10 de Dezembro de 1940: "Pelo Acordo Missionário continua no Ultramar a
nossa vocação de dilatar a Fé e o Império". " A constituição da
hierarquia nas nossas mais importantes Colónias é um acto simbólico da
sua ocupação, para Cristo e para Portugal", A 25 de Maio do mesmo ano,
Salazar acrescenta: "Não pode pôr-se, entre nós, o problema de qualquer
incompatibilidade entre a política da Nação e a liberdade da
evangelização; pelo contrário, uma faz parte da outra. O governo
condiciona a evangelização à formação patriótica do clero". Monsenhor
Alves da Cunha concluiu: "Com o Acordo Missionário a Santa Sé favorece
os altos interesses nacionais de Portugal. A Organização Missionária
Católica será essencialmente portuguesa".
Entre
1926 e 1940, a expansão da Igreja Católica foi visivelmente
impulsionada com a fundação de 29 novas missões. De 1930 a 1960, mais de
20 Congregações missionárias enviaram pessoal para Angola: Beneditinos,
Beneditinas, Doroteias, Irmãs do SS. Salvador, Irmãs de la Salette,
Capuchinhos, Franciscanas Missionárias de Maria, Reparadoras,
Teresianas, Redentoristas, Ordem Trapista, Irmãozinhos de Jesus, Irmãos
Maristas, Irmãs do Amor de Deus, Dominicanas de Se. Catarina,
Espiritanas, Missionárias Médicas de Maria, Dominicanas do Rosário,
Irmãs da Misericórdia.
Em
28 anos (1940-1968), o número de Padres angolanos passou de 8 a 71.
Durante a 2." Guerra Mundial (1939-1945), não foi possível a entrada de
pessoal missionário estrangeiro; mas, finda a Guerra, muitas
Congregações acorreram ao apelo e dedicaram-se ao apostolado missionário
em Angola.
Em 1954, ANO SANTO MARIANO, a revista O Apostolado deu
início à campanha para a fundação de uma Emissora Católica de Angola
(E.C.A.). No dia 8 de Dezembro de 1954 (encerramento das comemorações
marianas) realizou-se a I." emissão da Rádio Ecclesia, Emissora Católica
de Angola.
Na
cidade de Luanda, em 15 anos (1960-1975), as paróquias passaram de 5 a
14. A expansão missionária prosseguia com novas dioceses e novos
seminários diocesanos, com frequência muito animadora. A evangelização
foi feita com mais profundidade e, em muitos lugares, era uma autêntica
pré-evangelização.
A Igreja e a questão Social
A
população, que os missionário evangelizavam, estava estratificada. Os
brancos, naturais de Portugal, tinham mais privilégios do que os
naturais de Angola. Os mestiços (assimilados por natureza) tinham
direito ao ensino oficial, mas não ao serviço militar. Os pretos que
sabiam ler e escrever eram assimilados por promoção e tinham os mesmos
direitos que os mestiços.
Para
prestar serviço religioso aos três grupos estavam os padres Diocesanos
(europeus, euroafricanos e assimilados). Tinham estruturas paroquiais, à
maneira de Portugal, diria Monsenhor Alves da Cunha.
Os
indígenas (pretos que viviam segundo os usos tradicionais) estavam
entregues aos missionários religiosos, salvo raras excepções. As
relações entre os diversos grupos sociais eram, teoricamente, abertas.
Mas, na prática, cada um procurava conviver com pessoas da sua condição
social. A condição do assimilado era a mais dramática. Não convivia nem
com o europeu nem com o indígena.
O ensino indígena
Todos os governos coloniais tiveram sempre medo da promoção intelectual
dos indígenas. Portugal Confiou a instrução dos indígenas às Missões
Católicas, mas sem lhes atribuir verbas para isso. Os missionários
alfabetizaram Angola à sua custa. A situação mudou um pouco depois de
1961, mas estava longe de corresponder às necessidades da população
indígena. O ensino indígena começou por se chamar ENSINO RUDIMENTAR e
durava três anos. Depois passou-se a chamar ENSINO DE ADAPTAÇÃO com
duração também de três anos. Em ambos os casos, no terceiro ano, a
criança podia fazer o exame oficial. Mas, na prática, não o fazia, por
os pais não poderem apresentar Bilhete de Identidade, por serem
indígenas. O indígena, que queria aprender mais, tinha de ir para o
seminário ou jogar futebol. Os missionários sofriam com os entraves que
encontravam na promoção dos indígenas.
Para o povo português, as Missões eram um meio, não só de difundir o
catolicismo (religião oficial do país), mas de promover as populações. A
escola, a oficina e o trabalho rural, eram actividades que não faltavam
na grande maioria das Missões. A Missão era frequentemente o único
centro de ensino intelectual e profissional para a grande maioria das
populações rurais.
A
guerra da independência, que durou.13 anos, trouxe grandes sofrimentos e
muitos benefícios. Foi extinta a Lei do Indigenato. As escolas oficiais
foram abertas a todos. Os contratados começaram a ser tratados
condignamente. Construíram-se estradas e aeroportos.
Na década de 60, a fuga das populações rurais para as cidades motivou
especial atenção por parte da Igreja. Neste trabalho de evangelização,
foi notório e imprescindível o papel desempenhado pelos catequistas.
Começou a elaborar-se para eles uma formação cultural, pedagógica e
religiosa, em cursos de dois anos, já segundo as orientações do Vaticano
II.
Em
1961, foi fundado o Instituto de Educação e Serviço Social Pio XII, em
Luanda, com orientação católica. Este Instituto formou, durante anos,
assistentes sociais, educadoras de família e da infância. Os Serviços de
Saúde solicitavam Irmãs para os hospitais, centros de saúde e
dispensários
A
construção de igrejas, nas cidades e sedes de Missão, revela
florescimento religioso. Proliferaram igualmente os Movimentos
católicos: Apostolado da Oração, Legião de Maria, Cursos de
Cristandande, Conferências Vicentinas, Escuteiros.
Novas Dioceses em Angola
Para
que o trabalho da Igreja possa render, são necessárias estruturas. No
Acordo Missionário de 1940 foi criada a Arquidiocese de Luanda, e as
Dioceses de Nova Lisboa (Huambo) de Silva Porto (Kwito-Bié). D. Moisés
Alves de Pinho foi nomeado Arcebispo de Luanda; D. Daniel Gomes
Junqueira, Bispo de Nova Lisboa e D. Ildefonso dos Santos, Bispo de
Silva Porto. Em 1955 foi criada a Diocese de Sã da Bandeira (Lubango) e,
em 1957, a Diocese de Malanje. Cada bispo esforçou-se por mandar vir
mais missionários e o raio da acção aumentou. O primeiro Bispo de Sã da
Bandeira, D. Altino Ribeiro Santa na, era do clero diocesano de Goa. O
primeiro de Malanje é um antigo missionário de Angola, Reitor do
Seminário de Luanda durante 25 anos, D. Manuel Nunes Gabriel.
Paulo
VI, em 1975, criou quatro novas dioceses: Saurimo, Sumbe, Menongue e
Onjiva. Da população, 52% era católica; 12% protestante.[1]
Novas circunscrições eclesiástica
Em
1 de Junho de 1963 foi criada a Diocese de Luso, sendo nomeado para
Bispo D. Francisco Esteves Dias, da Ordem Beneditina. A 14 de Março de
1967 foi criada a Diocese de Carmona e S. Salvador, à frente da qual foi
colocada o Capuchinho D. Francisco da Mata Mourisca. Os Portugueses
conseguiram controlar a guerrilha, confinando-a aos distritos de
Cabinda, Zaire, Uije e Moxico. Com o aparecimento de estradas
asfaltadas, a evangelização tornou-se mais fácil. Nas zonas de guerra a
luta é feroz, são frequentes as operações de limpeza, como a Operação
Robusta que despovoou Kikulungo, e o assassinato de 220 angolanos no Ana
(Camabatela)no dia 7 de Abril de 1971.
Novas Dioceses e novos Bispos
A 11 de Agosto de
1975 foram criadas as Dioceses de: Novo Redondo (Sumbe) Henrique de
Carvalho (Saurimo) Serpa Pinto (Menongue) Pereira d'Eça (Ondjiva). Ao
som de metralhadoras, eram ordenados bispos: Padre Alexandre do
Nascimento, Bispo de Malanje, Padre Francisco Viti, Bispo de Serpa
Pinto, Cónego Manuel Franklin da Costa, Bispo de Henrique de Carvalho,
Padre Oscar Lopes Fernandes Braga, Bispo de Benguela, Padre Paulino do
Livramento Évora, Bispo de Carbo Verde.
D.Eduardo
André Muaca foi tranferido de Malanje para Luanda; D.Zacarias Kamwenho,
de Luanda para Novo Redondo. Os padres diocesanos portugueses partiram
quase todos para Portugal. Os Religiosos e Irmãs, uns' partiram e
regressaram, outros mudaram de campo de acção. A maioria dos Organismos
Católicos, (Cursos de Cristandade, por exemplo) desapareceram. Os
serviços das cúrias diocesanas estavam desorganizados. Os seminários
estavam vazios. Um ou outro noviciado feminino abandonado. Várias
dioceses tinham o clero reduzido a 3 ou 4 unidades. No Saurimo não havia
padre algum. Foram as Irmãs que receberam o Bispo.
Esta era a situação da Igreja no 11 de Novembro de 1975. Praticamente foi necessário recomeçar.
Restruturação da Igreja em Angola
Em 2 de
Março de 1977 a Santa Sé, por proposta da Delegação Apostólica de
Angola, fez uma reestruturação da Igreja em Angola. Criaram-se mais duas
Províncias Eclesiásticas com sede no Huambo e Lubango. Nomearam-se mais
Bispos e transferiram-se outros.
Actual
mente as Dioceses estão assim assistidas: A Arquidiocese de Luanda tem
como sufragâneas as Dioceses de Cabinda, Mbanza Congo, Uíje, Malanje,
Saurimo, Novo Redondo e Ndalatando. A Arquidiocese de Huambo tem como
sufragâneas as Diocese de Benguela, Kwito-Bié e Lwena. A Arquidiocese de
Lubango tem como sufragâneas as Diocese de Menongue e Ondjiva.
Chamaram-se novos
missionários. Vieram, sobretudo, da América Latina. O trabalho
missionário retomou o seu antigo ritmo. A Igreja desenvolveu-se. Aumenta
o número de crianças da catequese. As jovens descobrem o valor da vida
consagrada. O número de seminaristas maiores duplicou. Nascem
Congregações Religiosas Femininas de origem angolana. Os noviciados
femininos passam de 5 para 25. Apesar da guerra, a Igreja cresce e
desenvolve-se[2].
[1] Cfr. e., a. muaca, Breve História da Evangelização de Angola 1491-1991;Biblioteca Evangelização e Culturas, Cucujães, 1991; id., História sobre a Evangelização de Angola 1491-1991, Luanda, Oficinas Gráficas São José-CEAST- 1990; m. n. Gabriel, Angola Cinco séculos de Cristianismo, Braga, LITERAL, 1978.
[2]Cfr. e., a. muaca, Breve História da Evangelização de Angola 1491-1991;Biblioteca Evangelizaçõo e Culturas, Cucujães, 1991; id., História sobre a Evangelização de Angola 1491-1991, Luanda, Oficinas Gráficas São José-CEAST- 1990;
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