Jacarta (Agência Fides) – “O Presidente Obama
viveu e conhece a Indonésia: pedimos a ele que trabalhe na Ásia e em
todo o planeta para construir harmonia e paz com o Islã”. É o que diz à
Agência Fides Dom Johannes Pujasumarta, Bispo de Bandung e Secretário
Geral da Conferência Episcopal da Indonésia, por ocasião da visita do
Presidente Obama hoje à Indonésia, em sua segunda etapa do périplo
asiático. Em nome da Conferência Episcopal, Dom Pujasumarta– nesta
entrevista à Agência Fides – ilustra os principais desafios
(intolerância, corrupção e pobreza) – do país muçulmano mais populoso do
mundo. A minoria cristã residente (cerca de 10%) promove valores como
pluralismo, diálogo, respeito, liberdade, democracia, e dignidade do ser
humano.
O que o Sr. diria ao Presidente Obama?
Como cristãos da Indonésia, pedimos que dialogue e atue incansável e convictamente em nível global na construção da harmonia e da paz entre o Ocidente e o mundo islâmico. O Presidente conhece a Indonésia, país que pode ser modelo de pluralismo, diálogo e respeito recíproco entre comunidades diversas, apesar das dificuldades atuais.
O Sr. se refere aos riscos de uma crescente intolerância religiosa?
Antes de tudo, gostaria de ilustrar um quadro geral: a Indonésia é um país vasto e plural, um mosaico variado e harmonioso, uma sociedade em que cotidianamente convivem diálogo, respeito, pluralismo, cooperação entre comunidades religiosas diferentes. Quando porém, a religião é manipulada por interesses políticos, a harmonia desta convivência é ameaçada: isto ocorre principalmente por causa de pequenos grupos radicais islâmicos, considerados como grupos que querem mudar os próprios fundamentos do Estado.
Em tal contexto, qual é a função dos cristãos no país?
A Indonésia não é um estado teocrático ou um estado laico, mas um estado que poderemos definir “laico-religioso”, enquanto baseado em cinco princípios (o “Pancasila”) que se refere à uma religiosidade pública e a valores comuns de humanidade. Como cidadãos desta nação, como cristãos, temos a grande responsabilidade – sobretudo nós Bispos – de contribuir a construir o viver civil e democrático, junto a todos os homens de boa vontade. É nossa tarefa defender a identidade nacional, baseada sobre os princípios do “Pancasila”, que garante a nossa vida, a nossa liberdade e a nossa missão, como a de todos os cidadãos. Contra toda tentativa, latente ou manifestada, de impor a “xaria”, a lei islâmica, na sociedade. Estamos bem conscientes das dificuldades, mas a bússola de nossa ação permanece o diálogo com todos, incluídos os radicais.
“Diálogo” permanece para vocês uma palavra-chave, mas é realmente sempre possível?
A nossa situação é esta: vivemos numa nação de maioria islâmica. O futuro da Indonésia depende de como seremos capazes de promover e declinar o termo “diálogo” hoje, entre as diferentes comunidades religiosas, como o caminho para a paz e a harmonia. Estamos convictos e é parte integrante de nossa missão neste país. Gostaria também de ressaltar que este é um caminho e uma impostação partilhada. O que a Igreja promove não é somente pura “tolerância do outro”, mas um diálogo autêntico que gera amizade, estima, uma cultura do respeito, e também amor entre os fiéis de comunidades diferentes.
O que pensa da corrupção que os observadores definem “assustadora”?
Como bispos, recentemente, descrevemos muitas vezes com preocupação a corrupção como um câncer que destrói toda a nação, que toca todos os aspectos da vida social, sendo um fenômeno aceito e tolerado abertamente. É inaceitável, é a servidão da vida comum ao deus dinheiro. A Igreja promove a ética da transparência, e procura educar as consciências aos valores da honestidade, da dignidade, do dom e do serviço. Também na administração eclesial, é necessário promover uma administração honesta e transparente, para resultar críveis fora.
Os Bispos deram também o alarme pobreza?
Sobre este tema a nossa atenção é sempre alta. Segundo dados do censo 2010, a população indonésia chegou a 238 milhões, mas segundo nós, o desenvolvimento social registrou nos últimos anos foi sobretudo em benefício dos ricos: por exemplo, as escolas e os hospitais não estão ao alcance dos pobres, e a fragmentação na sociedade cresce. Com o aumento da população, os pobres e os excluídos estão crescendo sempre mais, e este desequilíbrio é fonte de preocupação para a comunidade cristã. A Igreja é chamada a ser “uma Igreja dos pobres” para mostrar a eles o amor de Deus, e um “amor preferencial” pelos mais pobres entres os pobres. (PA) (Agência Fides 9/11/2010)
O que o Sr. diria ao Presidente Obama?
Como cristãos da Indonésia, pedimos que dialogue e atue incansável e convictamente em nível global na construção da harmonia e da paz entre o Ocidente e o mundo islâmico. O Presidente conhece a Indonésia, país que pode ser modelo de pluralismo, diálogo e respeito recíproco entre comunidades diversas, apesar das dificuldades atuais.
O Sr. se refere aos riscos de uma crescente intolerância religiosa?
Antes de tudo, gostaria de ilustrar um quadro geral: a Indonésia é um país vasto e plural, um mosaico variado e harmonioso, uma sociedade em que cotidianamente convivem diálogo, respeito, pluralismo, cooperação entre comunidades religiosas diferentes. Quando porém, a religião é manipulada por interesses políticos, a harmonia desta convivência é ameaçada: isto ocorre principalmente por causa de pequenos grupos radicais islâmicos, considerados como grupos que querem mudar os próprios fundamentos do Estado.
Em tal contexto, qual é a função dos cristãos no país?
A Indonésia não é um estado teocrático ou um estado laico, mas um estado que poderemos definir “laico-religioso”, enquanto baseado em cinco princípios (o “Pancasila”) que se refere à uma religiosidade pública e a valores comuns de humanidade. Como cidadãos desta nação, como cristãos, temos a grande responsabilidade – sobretudo nós Bispos – de contribuir a construir o viver civil e democrático, junto a todos os homens de boa vontade. É nossa tarefa defender a identidade nacional, baseada sobre os princípios do “Pancasila”, que garante a nossa vida, a nossa liberdade e a nossa missão, como a de todos os cidadãos. Contra toda tentativa, latente ou manifestada, de impor a “xaria”, a lei islâmica, na sociedade. Estamos bem conscientes das dificuldades, mas a bússola de nossa ação permanece o diálogo com todos, incluídos os radicais.
“Diálogo” permanece para vocês uma palavra-chave, mas é realmente sempre possível?
A nossa situação é esta: vivemos numa nação de maioria islâmica. O futuro da Indonésia depende de como seremos capazes de promover e declinar o termo “diálogo” hoje, entre as diferentes comunidades religiosas, como o caminho para a paz e a harmonia. Estamos convictos e é parte integrante de nossa missão neste país. Gostaria também de ressaltar que este é um caminho e uma impostação partilhada. O que a Igreja promove não é somente pura “tolerância do outro”, mas um diálogo autêntico que gera amizade, estima, uma cultura do respeito, e também amor entre os fiéis de comunidades diferentes.
O que pensa da corrupção que os observadores definem “assustadora”?
Como bispos, recentemente, descrevemos muitas vezes com preocupação a corrupção como um câncer que destrói toda a nação, que toca todos os aspectos da vida social, sendo um fenômeno aceito e tolerado abertamente. É inaceitável, é a servidão da vida comum ao deus dinheiro. A Igreja promove a ética da transparência, e procura educar as consciências aos valores da honestidade, da dignidade, do dom e do serviço. Também na administração eclesial, é necessário promover uma administração honesta e transparente, para resultar críveis fora.
Os Bispos deram também o alarme pobreza?
Sobre este tema a nossa atenção é sempre alta. Segundo dados do censo 2010, a população indonésia chegou a 238 milhões, mas segundo nós, o desenvolvimento social registrou nos últimos anos foi sobretudo em benefício dos ricos: por exemplo, as escolas e os hospitais não estão ao alcance dos pobres, e a fragmentação na sociedade cresce. Com o aumento da população, os pobres e os excluídos estão crescendo sempre mais, e este desequilíbrio é fonte de preocupação para a comunidade cristã. A Igreja é chamada a ser “uma Igreja dos pobres” para mostrar a eles o amor de Deus, e um “amor preferencial” pelos mais pobres entres os pobres. (PA) (Agência Fides 9/11/2010)
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