O ser humano deve ser capaz de submeter-se à verdade quando a encontra, recorda
Assim o indicou o Santo Padre aos membros da cúria vaticana ao recordar sua viagem ao Reino Unido em setembro deste ano na que beatificou o Cardeal John Henry Newman. Nesta visita ressaltou a "responsabilidade dos cristãos nesta época e a tarefa da Igreja de anunciar o Evangelho".
Referindo-se ao seu encontro com o mundo da cultura no Westminster Hall, o Papa citou as palavras do Alexis de Tocqueville, quando observou que "na América a democracia foi possível e funcionou porque havia um consenso moral básico que indo além das denominações individuais, unia todos".
"Somente se existe um consenso no essencial, as constituições e o direito funcionam. Este consenso fundamental procedente do patrimônio cristão está em perigo quando a mera racionalidade suplanta o lugar da razão moral".
"Esta é uma cegueira da razão ante o essencial. Lutar contra esta cegueira e conservar a capacidade de ver o essencial, de ver Deus e o ser humano, o que é bom e o que é verdadeiro, é o interesse que deve unir todos os homens de boa vontade. Está em jogo o futuro do mundo".
Do cardeal Newman o Papa sublinhou sua conversão "à fé no Deus vivo", na qual reconhece que "Deus e a alma, o ser mesmo do homem, em âmbito espiritual, constituem o que é verdadeiramente real, o que é importante. Quando a conversão é assim não muda apenas uma teoria, muda a forma fundamental da vida. Todos necessitamos essa conversão uma e outra vez: então estamos no caminho acertado".
"A força motriz que impulsionou Newman com o passar do caminho da conversão foi a consciência entendida como a capacidade de verdade do ser humano, a capacidade de reconhecer nas áreas decisivas da vida –a religião e a moral– a verdade".
"A consciência, a capacidade do ser humano de reconhecer a verdade, impõe-lhe ao mesmo tempo o dever de caminhar para ela, e de submeter-se a ela quando a encontra. O caminho da conversão de Newman é um caminho da consciência: um caminho que não é o da subjetividade que se afirma, mas ao contrário, o da obediência à verdade que pouco a pouco se abria diante dele".
Por último, o Papa falou brevemente sobre as suas viagens a Malta, Portugal e Espanha, onde "fez-se visível uma vez mais que a fé não é uma coisa do passado, mas um encontro com o Deus que vive e atua agora".
0 comentários:
Postar um comentário