sábado, 4 de dezembro de 2010

Um Herói de 64



ORGULHO-ME DE 1964
Neste ano, quando a Revolução de 31 de Março de 1964 completa 40 anos, mais me convenço do acerto do Povo Brasileiro ao incentivar e apoiar aquele Movimento Cívico Militar que, partindo de Minas Gerais, derrotou a investida comunista para tomar o Poder no Brasil.
Paixões à parte, em todos os países nos quais o "Comunismo Democrático" prevaleceu, o sistema de Governo foi e continua sendo Ditadura, com Partido Único, sem Liberdade de Ir e Vir e sem Liberdade de Imprensa e de Opinião.
A União Soviética, do "democrata" Carlos Prestes, foi uma Ditadura feroz que se despedaçou sob o peso de milhões de assassinatos na Rússia e nos países satélites.
Os recentes episódios ocorridos em Cuba, em pleno Século XXI, com prisão de 75 escritores por delito de opinião e fuzilamentos, em processo sumário, de cubanos que queriam fugir do País, destroem, antecipadamente, qualquer argumento contrario.
Fui e sou revolucionário de 1964. Este sentimento, talvez, tenha se aguçado em mim, devido ao que aprendi sobre a Intentona Comunista de 1935, quando, militares comunistas assassinaram companheiros de farda, enquanto dormiam. Segundo a Imprensa, o pai do jornalista cearense Dorian Sampaio, foi uma das vítimas.
Sou da Turma de 1951 e Aspirante no 10o GAT 75, depois 10º GO 105, unidade tradicionalmente revolucionária. O Comunismo tinha conquistado a China e parte da Europa. Assim, iniciei a minha carreira de oficial vivendo o clima da "Guerra Fria". Em 1954, vibrei com o "Manifesto dos Coronéis" e com a "República do Galeão", pelo que representaram em defesa da Pátria e da
dignidade das Forças Armadas.
Em 1963, Cuba já era comunista e exportava esta Ideologia para as Américas e, aqui no Brasil, o Presidente João Goulart estimulava e prestigiava, até com a sua presença, a subversão da Ordem Pública e a quebra da hierarquia nas Forças Armadas.
Eu cursava a EsAO e, à noite, ia ao Clube Militar para, com muitos outros companheiros das Forças Armadas, protestar contra aquelas afrontas inaceitáveis.
Deflagrada a Revolução, servindo em Itu, SP, marchei com um colega de turma, o Capitão Lótus Silva de Paula, num jipe, à frente do Destacamento Precursor do 2o RO 105, unidade com a Missão de se antepor às tropas do Rio de Janeiro, fieis a Jango, segundo o noticiário, que se deslocavam na direção de S.Paulo.
O combate de encontro das duas forças irmãs, do Exercito, não ocorreu porque o então Cmt da AMAN, Gen Médici, dispôs os cadetes em posição defensiva nas alturas de Barra Mansa, barrando a rodovia Rio-S. Paulo, frente ao Rio. Tive o privilégio de estar presente na ante - sala do Gabinete do Comando da AMAN, onde se deu o encontro do Cmt I Exercito, Gen Ancora ? representando o Ministro do Exército - com o Cmt II Exercito, Gen Kruel, presente o Gen Médici. Naquela ocasião, as forças legais aderiam à Revolução.
No regresso da AMAN, depois de alguns dias acantonado na cidade de São Paulo, SP, o povo de Itu foi às ruas para receber, festivamente, o 2o RO 105.
Assumiu a Presidência da República o Gen Castelo Branco e, após o afastamento dos corruptos e da prisão temporária dos envolvidos com a subversão, o País caminhava para a normalidade democrática, inclusive com as eleições, no Rio e em Minas Gerais, de Governadores não identificados com a Revolução.
Então, no dia 25.07.66, ocorreram três atentados à bomba. em Recife, PE, um deles no Aeroporto dos Guararapes, onde, além de diversos feridos, morreram um Almirante e o Jornalista Edson Regis de Carvalho. Faço questão de registrar o nome do jornalista, para que a Imprensa possa constatar a
veracidade do que digo.
Estes episódios impediram a volta à normalidade democrática desejada pelo Presidente Castelo Branco. E, em 1968, a partir da Revolução Cultural iniciada na França, desencadeou-se uma ofensiva de expansão comunista para a tomada do Poder pela Luta Armada, que envolveu o Mundo e, conseqüentemente, a América do Sul.
Iniciou-se, então, no Brasil, a Guerrilha Urbana, que é a prática coordenada de atos de Terrorismo como, assaltos a bancos, ataque a quartéis, assassinatos de militares brasileiros e estrangeiros e, até, seqüestro de embaixadores estrangeiros. Por revoltante, registro que o desertor do Exercito, ex-capitão Carlos Lamarca, amordaçou, para em seguida, assassinar a coronhadas, um tenente da PMSP, seu prisioneiro.
Eu cursava a Escola de Comando e Estado Maior do Exército e, por duas vezes, fui distinguido para cumprir missões de interesse da Revolução.
Fui designado para censurar as transmissões de uma estação de rádio e aqui, quero dar uma explicação para este tipo de controle do noticiário: os atentados se sucediam e, numa Guerra de Guerrilhas, o noticiário é um eficiente meio para a transmissão de ordens e avisos, em código.

Depois, fui mandado a São Paulo, junto com o meu colega da ECEME, Maj Art Gerson Mendonça de Freitas, da Turma de 1953. Eu fiquei no Exercito e o Gerson foi designado para a Divisão. Nesta oportunidade, tive a maior lição prática do que é o Comunismo Internacional. Tinham sido presos um homem e uma mulher, autores da explosão da bomba que estraçalhou o Sd Mario Kosel, um menino, que prestava serviço militar obrigatório no QG do II Exercito. Conversei com a assassina, acho que o seu codinome era "Dora", e ela me disse friamente: Pelo Partido, fiz e faria de novo.
Após a ECEME, como Oficial do Estado Maior da 10a RM, participei da organização do Batalhão que foi combater e derrotar a Guerrilha Rural no Araguaia e encerrar, definitivamente, a segunda aventura comunista no Brasil.
A Revolução de 1964 coroou a sua vitória com a Abertura Política, a Anistia e com a entrega do Governo a um Presidente Civil.
Quero finalizar, reproduzindo, abaixo, duas declarações da guerrilheira Vera Silva Magalhães, uma das seqüestradoras do Embaixador Americano, prestadas em depoimento feito, recentemente, na TV Câmara:
- Disse que o seu chefe imediato, nas operações de guerrilha, afirmara que se qualquer um dos guerrilheiros quisesse recuar, ele seria o primeiro a matá-lo.
- Disse que os guerrilheiros não eram contra a Ditadura Militar e sim, a favor da Ditadura do proletariado. E acrescentou que as esquerdas deviam assumir esta verdade.
Em duas frases, ela sintetizou do que a Revolução salvou o Brasil.
Salve a Revolução de 1964, da qual Deus me deu a honra de ser um soldado.
José Antonio Bayma Kerth Cel EB 100163020-9

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