sábado, 4 de setembro de 2010

Os mártires da Guerra Civil Espanhola

Os mártires da Guerra Civil Espanhola


A Diocese de Cartagena na Espana abriu processo de canonização de 61 mártires (37 sacerdotes, 4 seminaristas, 13 leigos, 2 eremitas e outros) da terrível Guerra Civil Espanhola de 1936, fruto da perseguição comunista contra a Igreja na Espanha, de 1936 a 1939. As outras dioceses da Espanha estão fazendo o mesmo. (Zenit.org, 22 jan 08)

Segundo os testemunhos da época, os informes forenses e as descrições de testemunhos presenciais, a maioria dos mártires morreu por disparos de bala ou apunhaladas e, em muitos casos, foram torturados antes de sua morte.

Os expedientes da época provam que um dos assassinados foi enterrado vivo, a outros arrancaram os olhos, cortaram as orelhas ou arrastaram pela cidade, como aconteceu com o pároco de Carmen, Sotero González Lerma, a quem também penduraram na entrada do templo e queimaram.

O que foi a terrível guerra civil espanhola? Foi algo semelhante ao que aconteceu no México, na mesma época. Uma horrível perseguição comunista sem precedentes, contra a Igreja e os católicos, fez centenas de vítimas. Esta terrível guerra na Espanha aconteceu como um reflexo da revolução comunista na Rússia em 1917, que se desenrolava na Rússia com Lênin, Stalin, etc. Em 1931 houve eleições no país e os republicanos, de linha comunista (marxistas, ateus), além dos anarquistas revolucionários, obtiveram a maioria nos Conselhos das grandes cidades, embora tivessem perdido em todo o país, e o rei Afonso XIII renunciou ao trono. Os republicanos odiavam a Deus e a Igreja, nos moldes comunistas. Foi então proclamada a Republica e extinta a monarquia.

Logo começou a perseguição contra a Igreja e os católicos. Em 1931 a Espanha tinha cerca de 30.000 sacerdotes diocesanos, 40.000 religiosos (6000 sacerdotes entre eles). e cerca de 40.000 religiosas e monjas. No mesmo ano, por incitação do governo comunista, dezenas de igrejas e conventos foram saqueados e incendiados. (“Historia Total de España”, Ricardo de la Cierva, Editorial Fênix, Madrid, 2001; pág. 854).

A perseguição religiosa continou: nos quatro meses que precederam a guerra civil houve 160 igrejas incendiadas. Entre os milhares de civis mortos pelos comunsitas, anarquistas e socialistas, estão pelo menos 6 mil padres, freiras e monges, além de 12 bispos, muitos foram queimados vivos e outros foram enterrados ainda com vida. O ministro da guerra, Manuel Azaña, em um de seus muitos discursos, disse que preferia ver todas as igrejas de Espanha incendiadas a ver uma só cabeça republicana ferida. (cf. www.wikipedia.org)

O governo comunista elaborou uma nova Constituição, que negava os direitos da Igreja e estabeleceu a reforma; crescia o ódio contra a Igreja. Hugh Thomas, em “A Guerra Civil Espanhola” (Ed. Civilização Brasileira, 2vol. 1964), disse que nunca se viu na Europa e no mundo um ódio tão apaixonado contra a religião. Mais de cem sacerdotes da diocese de Barbastro foram fuzilados. Os mártires eram torturados terrivelmente antes de serem mortos. Uns eram espancados, outros tinham os olhos vazados, sofriam queimaduras, choques elétricos, as monjas sofriam abusos sexuais, etc. Fruto do ódio marxista contra a religião. Os horrores foram piores que os dos tempos bárbaros.

Tornou-se muito conhecido o caso do Irmão Fernando Saperas, que depois de muita tortura, foi fuzilado, morrendo com essas palavras nos lábios: “Viva Cristo Rei!”

As imagens de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus foram profanadas em público, chutadas e quebradas, e muitas igrejas e sacrários foram profanados. Todo o ódio marxista contra Deus e a Igreja foi derramado na Espanha. Teve fim a guerra com a consequência da morte de mais de 400 mil espanhóis e uma queda enorme na economia, como a morte de mais da metade do gado, a queima de campos e milhões de moradias destruidas. Um abalo financeiro e queda do PIB que demorou quase 30 anos para se normalizar. Outras fontes ressaltam a dificuldade em quantificar o número de mortos por causa da guerra originada pelo chamado "Movimiento Nacional".

Os sacerdotes assassinados, só na diocese de Cartagena, são: José Gómez Llor, José Alfaro Rivas, Patricio Aliaga Rubio, Francisco Ballester Úbeda, Juan Bernal Bernal, Miguel Coronel Bermejo, Sebastián Coronel Bermejo, Agustín Delgado Macián, Antonio Ferra Martínez, Antonio Gallego Alvarado, José García Mercader, Sotero González Lerma, Juan González Rodríguez, Manuel Guzmán Nicolini, Antonio Hernández Ruiz, Ginés Hurtado Lorente, Emilio Illán Jiménez, Andrés López Cutanda, Víctor Lledo Martínez, José Macho Carrasco, José Marín Alonso, Domingo Marín Navarro, Martín Martínez Carrión, Fernando Martínez Gea, José Martínez-Fortún Martínez, Antonio Martínez Urios, Antonio Pascual Navarro, Pedro José Pérez Ruiz, Antonio Pujante Alcaraz, Pedro Quirós Ródenas, Enrique Sánchez Guillén, Francisco Soler Espinosa, José Antonio Tudela Mulero, José Valera Caravaca e Macedonio Vidal Herreno.

Os sacerdotes diocesanos assassinados em outras dioceses: Antonio Marco Sánchez e Matias Martinez Garrido. Os seminaristas ‘Testemunhas da fé’ propostos, são: José Espinosa Martínez, Antonio García Estañ, José Sánchez Fernández e José María Vidal Monreal. Os eremitas assassinados na diocese são: Juan López Soto e Manuel Orenes Costa, Irmãos da Luz. Os leigos nascidos e assassinados na diocese são: José Castaño Capel, Francisco Coronel Bermejo, Angel Guirao Girada, Andrés López, Francisco Luis Pérez-Miravete e Pascual de Riquelme, Angel Elorriaga, José Sánchez Martinez, José Sánchez Pozuelo, José Antonio López Hernández, José López Hernández, Agustín López Hernández, Pedro Cutillas Sánchez, Francisco Espinosa Gálvez.

Também no México ocorreu uma guerra civil parecida, e também com muitos mártires que estão sendo aos poucos conhecidos e canonizados. Disto vamos falar em uma outra matéria.

Tudo isto aconteceu há apenas 70 anos, mas infelizmente muitos não tomaram conhecimento desta barbaridade cometida contra os cristãos pelos comunistas de Espanha e México. Outros e esqueceram do passado de sangue. Por isso a maioria da juventude não sabe perigo da ideologia marxista, especialmente porque nas universidades ainda se cultiva com afã o sonho do paraiso socialista a ser implantado na terra.

Prof. Felipe Aquino

0 comentários:

Postar um comentário