sábado, 18 de setembro de 2010

Sem a Igreja não teria havido ciência

A Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental
Maior parte do que exposto aqui a leitura do livro How the Catholic Churc built Western Civilization de Thomas E. Woods Jr. Livro de leitura simples, rápida e agradável, no entanto, revelador de verdades que foram "esquecidas", ou seria melhor dizer, deliberadamente apagadas da memória dos contemporâneos.

Seleciono algumas verdades que foram e são sonegadas: o moderno pensamento econômico da Escola Austríaca (teoria subjetiva na formação dos preços) foi pela primeira vez formulada por pensadores escolásticos. A lei da inércia de Newton já está in potentia na obra dos pensadores cristãos. O apoio que a Igreja Católica deu à ciência durante séculos e séculos - que vai desde a construção das universidades ao apoio financeiro aos cientistas - quer sejam eles clérigos ou não. O número expressivo de clérigos cientistas em todas as áreas do conhecimento humano. A preservação do legado cultural do Ocidente durante a fase terrível após a queda do Império Romano por meio dos mosteiros - claro, houve também neste particular contribuição decisiva dos muçulmanos.

Além disso, a tese - que parecerá fantástica e pouco crível - mas inteiramente coerente com as fontes históricas é que o pensamento cristão - ao contrário das outras tradições sapienciais do mundo - favorece e FAVORECEU o surgimento da ciência moderna - o que explica o seu aparecimento e cultivo na Europa, onde o domínio cultural da Igreja Católica foi absoluto durante séculos. O fato principal é que a metafísica cristã propugna que o mundo natural é cosmos, é ordem, é inteligível. Além disso, a mensagem cristã dessacraliza radicalmente o cosmos (todo o universo físico), ao enfatizar que só Deus é transcendente. E Mais. O homem é o ápice da criação e dotado de razão, o dom maior dado por Deus a ele. Tal concepção do mundo permitiu aos cristãos e somente a eles investigar, de maneira inédita, com as poderosas armas da razão, o mundo circundante, tratando-o como matéria de investigação e não objeto de temor revencial, que o cristão só deve a Deus. Assim, a conclusão fantástica: o desencantamento do mundo que Weber coloca como fato da Idade Moderna, em especial após o Iluminismo, é na verdade, a própria metafísica cristã. O mundo já estava desencantado desde a pregação de Cristo - só os propagandistas querem que acreditemos que foi conquista da razão contra a Igreja Católica. Pelo contrário, foi conquista da razão em virtude da metafísica cristã e de sua defesa pela Igreja Católica durante séculos a fio.

Um outro fato paralelo e crucial: os escolásticos são retratados como pensadores de pouco importância teórica a repetir servilmente as verdades aristotélicas. Nada mais falso. A física aristotélica depois da síntese tomista foi rejeitada pela Igreja católica em 1277. O que poderia parecer um "erro" aos olhos modernos, visto que a Igreja Católica estaria censurando a livre circulação do pensamento de Aristóteles representou na verdade um ganho a longo prazo, visto que libertou os pensadores cristãos dos equívocos da física aristotélica dando início à livre investigação do mundo físico - o que a metafísica cristã já autorizava. Em suma: o livro é um tesouro precioso para quem quer saber a verdade sobre nós, sobre a civilização ocidental. (O livro esta disponível em português na loja: http://www.quadrante.com.br)

A alegada hostilidade da Igreja Católica à ciência não resiste a qualquer análise. A verdade é que, sem a Igreja, não teria havido ciências sistemáticas e dinâmicas, diz Woods.

De fato, a idéia de um mundo ordenado, racional — indispensável para o progresso da ciência — está ausente nas civilizações pagãs. Árabes, babilônios, chineses, egípcios, gregos, indianos e maias não geraram a ciência, porque não acreditavam num Deus transcendente que ordenou a criação com leis físicas coerentes.

Os caldeus acumularam dados astronômicos e desenvolveram rudimentos da álgebra, mas jamais constituíram algo que se pudesse chamar de ciência. Os chineses "nunca formaram o conceito de um celeste legislador que impôs leis à natureza inanimada" (p. 78). Resultado: descobriram a bússola, mas não sabiam para o que servia e a usavam em adivinhações.

A Grécia antiga confundia os elementos com deuses perversos e caprichosos. O Islã recusava a existência de leis físicas invariáveis, porque coarctariam a vontade absoluta de Alá (p. 79) (Aliás, foi por causa deste irracionalismo que o papa manifestou-se em Regensburg, causando a fúria dos muçulmanos no ano passado. Para eles, "Alá" é um deus que contraria a própria razão, só para mostrar que é superior a ela...). Essas crendices todas tornam impossível a ciência (p. 77).

O historiador da ciência Edward Grant indaga: “O que tornou possível à civilização ocidental desenvolver a ciência e as ciências sociais, de uma maneira que nenhuma outra civilização o fizera anteriormente? A resposta, estou convencido, encontra-se num espírito de investigação generalizado e profundamente estabelecido como conseqüência da ênfase na razão, que começou na Idade Média” (p. 66).

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Então se você encontrar alguém dizendo que a Igreja atrasou a ciência ou que misturava fé e ciência tornando impossível a evolução da ciência, resumo o que foi colocado acima, para facilitar sua conversa:

-A Igreja não apenas fundou as universidades, conformes outros artigos, mas também deu apoio a cientistas clérigos ou não.

-A Igreja por colocar corretamente a fé e a razão cada uma em seu lugar, ou seja, distingui-las e mesmo sabendo que há harmonia entre elas, permitiu que o mundo fosse investigado com a razão afastando os falsos misticismos de outros povos que tornavam impossível a ciência. Como exemplo os chineses que descobriram a bússola, não podia saber para que servia e usava ela em adivinhações. E na grécia antiga os elementos da natureza eram misturados com a idéia dos deuses.

-A renúncia da física aristotélica da início a livre investigação do mundo físico, além do que já foi colocado acima.

-Vimos então uma das contribuições da Igreja pelo qual somente a civilização européia se desenvolveu cientificamente e tecnologicamente deixando outros povos (asiáticos, mulçumanos e etc) que estavam no mesmo nível para trás.

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