domingo, 5 de setembro de 2010

Evangelização e Colonização

Os povos do novo mundo são fruto da evangelização e da colonização aqui trazida pelos europeus. O Santo Padre o Papa Bento XVI, no seu discurso de abertura da Celam, em Aparecida, no dia 13 de maio, contra a opinião dos modernistas, defendeu a evangelização feita pela Igreja. A evangelização trouxe-lhes Jesus Cristo com toda a sua riqueza. E a cristianização não foi a introdução de uma cultura estranha, mas um enriquecimento das culturas nativas:



“Que significou a aceitação da Fé cristã para os povos da América Latina e do Caribe? Para eles significou conhecer e acolher a Cristo, o Deus desconhecido que seus antepassados, sem o saber, buscavam em suas ricas tradições religiosas. Cristo era o salvador que desejavam silenciosamente. Significou também ter recebido, com as águas do Batismo, a vida divina que os fez filhos de Deus por adoção; ter recebido, ademais, o Espírito Santo que veio fecundar suas culturas, purificando-as e desenvolvendo os numerosos germens e sementes que o Verbo Encarnado havia posto nelas, orientando-as assim pelos caminhos do Evangelho. Com efeito, o anúncio de Jesus e de seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estranha. As autênticas culturas não estão fechadas em si mesmas nem petrificadas em um determinado ponto da história, senão que estão abertas, mas ainda, buscam o encontro com outras culturas, esperam alcançar a universalidade no encontro e no diálogo com outras formas de vida e com os elementos que possam levar a uma nova síntese na qual se respeite sempre a diversidade das expressões e de sua realização cultural concreta”.



Mas é claro que se deve distinguir a cristianização ou evangelização da América da sua colonização. Aí sim houve abusos e erros. E o Papa, alguns dias depois, completou o seu discurso, afirmando que realmente “não é possível esquecer o sofrimento e as injustiças infligidas pelos colonizadores à população indígena, cujos direitos humanos fundamentais foram constantemente atropelados”. Esse comentário posterior do Papa não foi um arrependimento ou correção, como quiseram alguns, mas uma complementação da afirmação anterior, quando ele constatou que o catolicismo “moldou de forma favorável” a cultura da região dos últimos 500 anos.
Dom Fernando Arêas Rifan

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