Pessoalmente, eu teria votado noutros candidatos, como McCullock e Till, descobridores das células-tronco, ou Yamanaka, o primeiro a criar uma célula-tronco pluripotente induzida (iPS).
No entanto, a opção por Edwards não parece estar totalmente fora de lugar. Por um lado, faz parte da lógica seguida pelo comité que concede o Nobel; por outro, o cientista britânico não é um personagem que deva ser desvalorizada: ele começou um novo e importante capítulo no campo da reprodução humana, cujos melhores resultados estão diante dos olhos de todos, começando por Louise Brown, a primeira criança nascida da fecundação in vitro, que já tem trinta anos e também é mãe, de maneira totalmente natural, de um menino.
As perplexidades? Muitas: sem Edwards, não existiria o mercado dos ovócitos; sem Edwards, não haveria congeladores cheios de embriões à espera de ser transferidos para um útero ou, mais provavelmente, de ser utilizados para a pesquisa ou morrer abandonados e esquecidos por todos.
Eu diria que Edwards inaugurou uma casa, mas abriu a porta errada, pois apostou tudo na fecundação in vitro e permitiu implicitamente o recurso a doações e compra-vendas que envolvem seres humanos.
Dessa forma, não modificou o marco patológico e o marco epidemiológico da infertilidade. A solução a este grave problema virá por outro caminho menos caro e que já se encontra avançado. É necessário ter paciência e confiar nos nossos investigadores e médicos.
No entanto, a opção por Edwards não parece estar totalmente fora de lugar. Por um lado, faz parte da lógica seguida pelo comité que concede o Nobel; por outro, o cientista britânico não é um personagem que deva ser desvalorizada: ele começou um novo e importante capítulo no campo da reprodução humana, cujos melhores resultados estão diante dos olhos de todos, começando por Louise Brown, a primeira criança nascida da fecundação in vitro, que já tem trinta anos e também é mãe, de maneira totalmente natural, de um menino.
As perplexidades? Muitas: sem Edwards, não existiria o mercado dos ovócitos; sem Edwards, não haveria congeladores cheios de embriões à espera de ser transferidos para um útero ou, mais provavelmente, de ser utilizados para a pesquisa ou morrer abandonados e esquecidos por todos.
Eu diria que Edwards inaugurou uma casa, mas abriu a porta errada, pois apostou tudo na fecundação in vitro e permitiu implicitamente o recurso a doações e compra-vendas que envolvem seres humanos.
Dessa forma, não modificou o marco patológico e o marco epidemiológico da infertilidade. A solução a este grave problema virá por outro caminho menos caro e que já se encontra avançado. É necessário ter paciência e confiar nos nossos investigadores e médicos.
Mons. Ignazio Carrasco de Paula, presidente da Academia Pontifícia para a Vida
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