segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ateísmo e Ciência? - EB

Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 299 - Ano 1987 - p. 146
 Em síntese: Ao invés do que muitos pensam, a mensagem cristã se prende estritamente ao uso da razão e ao estudo das ciências experimentais. É preciso banir a suspeita de divórcio entre aquela e estas. Verdade é que o estudo não prova a verdade intrínseca das proposições de fé, mas serve para alicerçar a crença. A onda de antiintelectualismo vigente nos últimos decênios prejudica a vida cristã; esta se torna, em conseqüência, algo de subjetivo, sentimental, inconsistente e sujeito a perder sua identidade. As proposições de fé se dirigem à inteligência humana e não apenas ao coração. - A inteligência foi dada por Deus ao homem para que este não só descubra as verdades acerca do mundo contingente e material, mas também chegue ao conhecimento de Deus como Princípio e Fim de todas as coisas.
Especialmente os resultados das ciências naturais - e da própria astronomia - interessam grandemente aos cristãos. A Bíblia não ensina proposições de ordem científica sobre a constituição e a origem do mundo e do homem; a sua doutrina é de índole sapiencial ou teológica, de modo que nunca se poderá dizer que há antagonismo entre a mensagem bíblica e as ciências naturais.
Houve épocas em que se  julgava haver total incompatibilidade entre a ciência e a fé; quem estudasse o mundo, não poderia crer em valores transcendentais. Em nossos dias, embora esta posição se vá dissipando, persiste a convicção, em muitos, de que a fé e a ciência, mesmo não sendo antagônicas, nada têm que ver uma com a outra; a fé seria uma posição assumida gratuita ou emotivamente pelo estudioso de ciências naturais. Ora esta cisão entre saber científico e saber religioso do homem desfigura um e outro e leva a conclusões muito errôneas. - Eis por que procuraremos, nas páginas seguintes, examinar o problema com exatidão.
A revolução cosmológica moderna
Em meados do século XX descortinou-se aos cientistas uma  visão do universo assaz diferente da que as gerações passadas tinham concebido: os contemporâneos tomaram consciência de que o universo é um sistema que tem sua evolução, sua história e, por conseguinte, também está em constante regime de envelhecimento.
Os antigos gregos imaginavam o mundo como algo que não tivera início nem teria fim, algo sem evolução nem desgaste; seria divino e incriado. A escola de Parmênides (séc. VI/V a.C.) concebia esse algo divino como estático, fixo, ao passo que Herácllito de Éfeso (576-480 a.C.) o entendia como algo sujeito a constantes pulsações do uno ao múltiplo  e do múltiplo ao uno ou algo sujeito ao eterno e monótono retorno. - Também sabemos que, para os antigos, o universo se reduzia ao nosso sistema solar; ao contrário, hoje se afirma que o universo é um "gás de galáxias", um gás do qual  cada molécula é uma galáxia.¹ A nossa galáxia compreende cerca de cem bilhões de estrelas; o nosso sol é uma destas. Este gás de galáxias está em regime de expansão, isto é, comporta-se como um gás que invade novos  espaços e se dilata; ao mesmo tempo se desgasta e envelhece, conforme o segundo princípio de termodinâmica ou a lei da entropia (ou da degradação) formulada por Carnot ( 1832) e Clausius (+ 1888). -  Esta lei ensina que a energia motriz ou dinâmica se converte em calor (ou energia térmica), mas o calor não se converte de nove em movimento. Em conseqüência, o universo posto em expansão tende a se estagnar ou estabilizar.
Entropia é palavra grega que significa involução; é o contrário da evolução. A evolução cósmica, física e biológica é o crescimento irreversível e acelerado da informação  (ou das estruturas moleculares) da matéria inanimada e da vida. Ora a entropia é a tendência natural de todas as estruturas físicas, químicas e bioquímicas a voltar atrás se não recebem novas informações; decompõem-se e desfazem-se quando não re-alimentadas. - Numa palavra, todos os seres materiais estão sujeitos a esta lei.
Mais precisamente vejamos como se dá a evolução da matéria, que constitui o universo.
A formação da matéria
A matéria não é uma realidade isenta de origem e composição, como julgavam os atomistas gregos  Demócrito (460-370 a.C.) e Leucipo (séc. V a.C.), mas conhece etapas de formação.
1) Recuando até os primórdios do universo, podemos dizer que a matéria se reduzia à sua forma mais simples ou a partículas: destas as mais numerosas eram os eletrônicos e suas antíteses, os positrônios; havia também partículas sem massa, como os fotônios, os neutrinos e os anti-neutrinos.
2) A partir de tais partículas, formou-se o primeiro átomo, o mais simples, que é o de hidrogênio. Depois deste, formou-se o de hélio.
3) A seguir, formaram-se as estrelas, que são  massas de hidrogênio, que se transforma lenta, mas irreversivelmente, em hélio. No interior das estrelas é que se formam os núcleos mais pesados ou os elementos de composição mais complexa.
4) A formação dos elementos químicos não é indefinida; ela produz uma centena de átomos, e  pára. Segue-se a formação de moléculas, que resultam da estruturação de átomos em equilíbrio. As moléculas, por sua  vez, se compõem e associam entre si nas chamadas "macro-moléculas". Estas também se combinam umas com as outras, de modo a dar as "moléculas-gigantes".
5) As  moléculas-gigantes, que apareceram na face da Terra há cerca de três bilhões e meio de anos, são mensagens genéticas; são telegramas ou informações que governam a construção dos corpos vivos, desde os mais simples até os mais complexos. A estrutura desses seres vivos está inscrita em tais moléculas.
6) Mas também a evolução das moléculas não é indefinida. Ela se encerra com a formação de cinco moléculas-gigantes fundamentais: a adenina, a guanina, a timina, a citosina e a uracil. As quatro primeiras se combinam três a três. Estas cinco moléculas servem para se escreverem todas as mensagens genéticas (ou as estruturas básicas) do ser vivo, desde os monocelulares até o homem (que é relativamente muito recente sobre a face da Terra). Formam enormes cadeias arquitetônicas, das quais resultam as proteínas, com seus vinte aminoácidos fundamentais.
7) Depois da evolução dos átomos e das moléculas, começa a evolução dita "biológica". Como as evoluções anteriores, também a biológica não é indefinida; termina com a formação de alguns sistemas biológicos principais - o que vem comprovado pelo fato de que há milhões de anos não se vê o surto de novos grupos zoológicos, nem se poderia indicar a partir de que tronco se daria hoje a evolução dos viventes.
Vê-se, pois, que o universo é um sistema em evolução irreversível, dirigida para composições sempre mais complexas e também ... mais imprevisíveis; de fato, quem examina o universo em alguma das fases de sua evolução, não tem dados para predizer o futuro dessa evolução; o passado é sempre mais pobre do que o futuro dentro dos quinze bilhões de anos que conhecemos de sua história.
8) Voltemos a considerar os elementos mais simples que compõem a matéria. Cada estrela é uma massa de hidrogênio, que se transforma lenta, mas irreversivelmente em hélio. Quando  esta transformação está totalmente realizada ou acabada, a estrela torna-se estrela morta, uma anã branca, constituída por "matéria degenerada".
9) Disto se segue que nenhuma estrela - nem o nosso sol - pode ser eterna. Não são compatíveis entre si o conceito de evolução e o de eternidade, pois evolução diz "começo e transformação", ao passo que a eternidade é a negação de começo e transformação. Sendo, pois, comprovada a evolução do universo, fica comprovado também que ele teve começo. Nenhuma galáxia é eterna, nem o conjunto das galáxias é eterno, pois todas se acham em evolução. Em vez de falar de eternidade do sol ou do universo (como faziam os antigos), a  ciência contemporânea assinala as datas aproximadas de origem das estrelas e das galáxias.
Uma vez esboçadas estas linhas de cosmologia contemporânea, procuremos ver como se comporta o ateísmo diante das conclusões da ciência.
Que diz o ateísmo a propósito?
Enunciaremos duas posições do  ateísmo frente às ciências cosmológicas.
Os antigos gregos e o século XIX
Na sua carência de conhecimentos de astronomia, os antigos pensadores gregos (os pré-socráticos, Platão, Aristóteles, Plotino e outros...) afirmavam que o universo é divino; os astros seriam substâncias divinas, isentas de evolução, de história, de envelhecimento; o universo não teria início nem fim, mas seria o Ser  Absoluto.
Esta posição é insustentável aos olhos da ciência moderna. Não obstante, no século XIX era defendida por pensadores como Marx e Engels. Este, por exemplo, restaurou a concepção dos antigos gregos: o universo estaria em movimento cíclico eterno; o universo seria o Ser Absoluto, para o qual não se deve procurar começo nem fim nem envelhecimento. O princípio de Carnot-Clausius, que estabelece a entropia ou a degradação da energia, foi ignorado conscientemente por Engels. Friederich Nietzsche (+  1900) fez o mesmo: retomou o tema mitológico do eterno retorno, difundido não só na civilização grega, mas em outras culturas antigas; em nome desse mito, rejeitou com horror a idéia de um universo cuja história fosse linear, progressiva e irreversível; aliás, para Nietzsche, o universo  é um  caos destituído de toda forma. Augusto Comte (+ 1857), outro ateu do século XIX, proibiu aos seus discípulos o estudo da análise do espectro, mediante o qual se pode perceber a composição física e química das estrelas.
Como se vê, o problema para os pensadores ateus do século  XIX era o de integrar os dados das ciências experimentais na sua filosofia concebida abstratamente ou preconceituosamente. Em vez de reconhecer as conclusões filosóficas a que levavam as pesquisas cosmológicas, distanciaram-se destas, proclamaram o ateísmo pré-concebido como dogma ou como a única filosofia científica possível. O ateísmo foi, sim, o dogma do século XIX.
No século XX: divórcio entre ciência e ideologia
A cosmologia contemporânea, estudada sem preconceitos, não se concilia com o ateísmo. Com outras palavras: o ateísmo, do ponto de vista científico, é inconcebível ou impensável. Ele só pode ser professado e proclamado nas escolas e nas Universidades por quem não queira levar em conta as conclusões das ciências cósmicas modernas. Por isto nota-se que famosos pensadores ateus do nosso século  nutriram desprezo pelas ciências naturais.
Com efeito. Tal foi o caso de Jean-Paul Sartre, que pretendia ignorar as ciências experimentais e desdenhava a pesquisa das realidades físicas e biológicas. Martin Deidegger, existencialista, também menosprezava os estudos experimentais. Diga-se o mesmo a propósito de Albert Camus (1913-1960), para quem o mundo é absurdo.
Entre os filósofos marxistas da Cortina de Ferro, que naturalmente professam o ateísmo, instaurou-se uma crise quando os cientistas ou físicos quiseram desenvolver as conseqüências da lei da entropia. Esta contradizia às premissas do ateísmo, que, para subsistir, tem de admitir a eternidade  da matéria ou, ao menos, deve ignorar as conclusões das ciências físicas contemporâneas. Foi optando por esta alternativa que muitos resolveram o problema na Rússia, na Polônia, na Romênia (na França também...); julgam que é impossível uma Filosofia da Natureza ou uma filosofia das ciências experimentais e a ontologia marxista; para eles, o marxismo se reduz a uma filosofia da história, ao passo que para Marx, Engels e Lenin ainda era uma filosofia da natureza ou uma ontologia, que admite o universo envolvido num processo cíclico, para o qual não havia necessidade de procurar explicação da causa remota, pois o universo se explicaria por si mesmo. - Aliás, é interessante notar que tanto Engels como Nietzsche e Heidegger se referem freqüentemente aos mais antigos filósofos gregos (Heráclito, Parmênides, Xenófanes, Anaximandro); outros ateus se apoiam em Demócrito e Leucipo, atomistas gregos, todos eles falhos no tocante à investigação científica, mas tidos como válidos para eliminar o conceito de um Deus distinto do mundo e Criador deste. Também a filosofia panteísta dos estóicos é evocada pelos autores ateus modernos, pois esta admite o Logos (a Razão) imanente no universo, Logos que tornaria o universo inteligente e harmonioso sem o recurso a um Deus Criador; assim, mais uma vez, o universo com suas leis se explicaria por si mesmo.
Vê-se, pois, que o conflito fundamental entre o ateísmo moderno e o monoteísmo (que tem suas raízes no pensamento hebreu) vem a ser o confronto entre uma cosmologia que faz do universo um Absoluto, que não precisa de explicação ulterior, e uma filosofia que relativiza e dessacraliza o universo, reduzindo-o à categoria de mera criatura de um Ser Supremo distinto do mundo e do homem. Quem terá razão neste confronto? - A resposta só pode ser deduzida da observação da realidade objetiva, observação despojada de qualquer preconceito e guiada unicamente pela evidência das ciências experimentais. Ora quem segue este método, verifica com muita clareza que os antigos filósofos gregos e os seus discípulos modernos não tinham nem têm razão.
Resta agora perguntar:
Por que há tanto ateísmo hoje?
Apontaremos duas grandes causas de tal fenômeno.
Preconceito contra a Metafísica
A Metafísica é a reflexão que se estende para além das coisas físicas ou naturais; é o estudo que procura não somente as causas próximas, mas as causas remotas ou as causas das causas, e assim vai penetrando dentro do recôndito do que é ou do Ser; atinge o Invisível através do visível. Se, por exemplo, vejo  um raio, sinto a necessidade de explicá-lo; pesquisando cientificamente, chego à conclusão de que é o efeito de um choque elétrico; mas minha mente pode não se dar por totalmente satisfeita com esta resposta e, por conseguinte, indago ulteriormente: donde vem a eletricidade?... Porque existe ela? Quem lhe deu a existência? Assim aos poucos vou cultivando a metafísica (meta = além; physiká = as coisas naturais).
A Metafísica foi muito estimada pelos pensadores até a época moderna. Immanuel Kant (+ 1804) quis dar-lhe um golpe mortal, afirmando que só conhecemos fenômenos sem poder penetrar nas suas causas; não atingimos a realidade em si mesma ou como tal. Augusto Comte (+ 1857) tomou posição semelhante, recusando todo conhecimento que ultrapasse o das ciências empíricas. Friederich Nietzche (+ 1900), Sigmund Freud (+ 1939) e seus discípulos também proclamaram a morta da metafísica. - Tal negativa influenciou não somente os materialistas, mas também os cristãos; vários destes, embora reconheçam a existência de Deus e dos valores transcendentais, julgam que estes não podem ser atingidos pela razão, mas unicamente pela fé. A crença em Deus e nas verdades religiosas seria algo alheio ao setor da razão; seria uma espécie de convicção que não se poderia justificar ou explicar racionalmente. Assim há pensadores cristãos que são kantianos e nos dizem que a análise metafísica do mundo e da natureza é impossível; a afirmação da existência de Deus nada teria que ver com o estudo da natureza e do universo; não seria possível uma filosofia da natureza. Tais pensadores cristãos se encontram assim com os marxistas e os freudianos, e esse encontro é geralmente fatal para eles, isto é, implica muitas vezes a perda mesma da crença em Deus. Com efeito; sem fundamento na lógica e nas categorias da razão, qualquer opção é meramente subjetiva e arbitrária, carente de solidez e incapaz de se transmitir de maneira convincente.
A recusa da filosofia da natureza leva ao velho materialismo do século passado, o qual afirmava que, destruído o cérebro a consciência humana e se tem a morte absoluta, ou ainda... que a destruição do corpo humano é a destruição da própria pessoa.
Na verdade, o que é impossível é destruir a Metafísica ou não cultivar a Metafísica. Com efeito; já Aristóteles (+ 322 a.C.) dizia: "Se é preciso filosofar, filosofemos. Se não é preciso filosofar, filosofemos ainda para provar que não é preciso filosofar". O que significa: negar a Metafísica ainda é fazer Metafísica. Negar a finalidade do universo ou negar Deus é afirmar que o mundo é regido por mecanismos e, em última análise, pelo acaso. Ora quem postula tais mecanismos, de certo modo está praticando a Metafísica ou está admitindo algo que a ciência não prova. Quanto ao recurso ao acaso, é a capitulação da razão; o acaso é o nome "ilustrado" ou "bonito" que o homem dá à sua ignorância, pois não existe acaso como sujeito ou não existe o "Sr. Acaso"; este é apenas o cruzamento, para nós imprevisto, de causas que têm sua finalidade e sua razão de ser vem especificadas (pelo fato de não termos previsto essas causas se encontrariam, surpreendemo-nos e dizemos que isto se deu por acaso).
Preconceitos contra a fé cristã
Numa atitude antiintelectualista, muitos se fecham em preconceitos contra a fé; deixam-se guiar não pela razão, mas por sentimentos, "opções" ou displicência. Julgando que a análise objetiva e racional do fato religioso é impossível ou não merece ser feita, assumem atitudes arbitrárias, que tais pensadores não saberiam justificar aos seus próprios olhos.
É certo que, da parte das pessoas de fé - digamos: ... dos cristãos -, tem havido motivo para certa aversão à fé; assim as falsas interpretações da Bíblia, a piedade adocicada ou sentimental, os contra-testemunhos decorrentes da fragilidade humana... Muitos confundem o Cristianismo com aberrações teóricas ou práticas que são apresentadas ao público; julgam que, para ser cristão, é preciso renunciar à inteligência ou à cultura. Grande número desses pensadores que se dizem ateus, na verdade não desdizem à fé no verdadeiro Deus (que eles não conhecem), mas rejeitam as distorções da autêntica noção de Deus.
Tal situação requer, do lado dos cristãos, uma revisão do testemunho que dão ao mundo a fim de o expurgar de deformações e, do lado dos ditos "ateus", o uso da razão, a fim de que possam ter conceito mais claro da mensagem da fé e saibam distinguir do acidental  o essencial ou das facetas contingentes a verdade perene professada pela fé.
Conclusão
Ao invés do que muitos pensam, a mensagem cristã se prende estritamente ao uso da razão e ao estudo das ciências experimentais. É preciso banir a suspeita de divórcio entre aquela e estas. Verdade é que o estudo não prova a verdade intrínseca das proposições de fé, mas serve para alicerçar a crença. A onda de antiintelectualismo vigente nos últimos decênios prejudica a vida cristã; esta se torna, em conseqüência, algo de subjetivo, sentimental, inconsistente e sujeito a perder sua identidade. As proposições de fé se dirigem à inteligência humana e não apenas ao coração. - A inteligência foi dada por Deus ao homem para que este não somente descubra as verdades acerca do mundo contingente e material, mas também chegue ao conhecimento de Deus como Princípio e Fim de todas as coisas.
Especialmente os resultados das ciências naturais - e da própria astronomia - interessam grandemente aos cristãos. A Bíblia não ensina proposições de ordem científica sobre a constituição e a origem do mundo e do homem, a sua doutrina é de índole sapiencial ou teológica, de modo que nunca se poderá dizer que há antagonismo entre a mensagem bíblica e as ciências naturais.
A propósito muito nos valemos do estudo de Claude Tresmontant: L'Ateismo in questa fine del ventesimo secolo dal punto di vista scientifico e razionale, publicado na coletânea L'Ateismo: natura e cause, pp. 127-155. Milano 1981.

¹ Gálaxia é a maior aglomeração de matéria que conheçamos: contém gás, estrelas, poeira e planetas. As galáxias começam a existir como imensas nuvens de gás, cuja  condensação produz as estrelas.

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