quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O escritor, jornalista e historiador britânico ficou conhecido por suas posições conservadoras e polêmicas

Paul Johnson

Foto: Divulgação
Foto: paul johnson

o historiador e jornalista defende uma visão extremamente pessoal das manifestações artísticas ao longo da história

O historiador e jornalista inglês Paul Johnson, de 81 anos, não tem medo de ir contra certas unanimidades do pensamento ideológico contemporâneo. Opõe-se veementemente à idéia de relativismo moral, ao conceito de politicamente correto e a uma espécie de “proteção intelectual” às minorias, o que as tiraria do front das discussões e questionamentos. Assumidamente monarquista e cristão, costuma receber um sem-número de adjetivos nada singelos por parte de seus críticos mais ferozes: reacionário, intransigente, manipulador, entre outros. Ensaísta brilhante, Johnson já escreveu mais de quatro dezenas de obras sobre história, arte e religião, entre as quais História dos Judeus, História do Cristianismo e O Renascimento. Mantém uma coluna no jornal inglês The Spectator desde 1981 e, atualmente, também escreve como resenhista para publicações norte-americanas, como The New York Times e The Wall Street Journal. Nas horas vagas, costuma pintar aquarelas - quadros bem diferentes daqueles feitos por Pablo Picasso, a quem detesta. A seguir, algumas de suas principais opiniões:

1. Para Johnson, o politicamente correto e o relativismo moral são duas pragas de nossos tempos. O primeiro conceito, de acordo com ele, funcionaria como uma espécie de totalitarismo disfarçado, que tolhe a liberdade de as pessoas se expressarem do modo que quiserem. O segundo, por sua vez, tornou-se o pecado capital do século 20: ao negar os valores absolutos, o certo ou o errado foram também abolidos, abrindo espaço para o “tudo é permitido”.

2. Em Art: A New History, o historiador inglês defende uma visão extremamente pessoal das manifestações artísticas ao longo da história. Trata com negligência, por exemplo, todo o período da arte moderna, considerado pela maioria dos críticos um dos mais férteis. Respeita os méritos de Picasso e Kandinsky, por exemplo, mas não vê nas obras desses artistas algo que desperte a essência do ser humano - para ele, uma das funções da arte.


Títulos fundamentais
Os criadores (Campus/Elsevier, 2006): no segundo livro de uma tetralogia, que conta ainda com Os Intelectuais e Os Heróis e terá também Os Monstros, um ácido Johnson retrata 17 personalidades, como o escritor Victor Hugo e o compositor Richard Wagner, sem deixar de apontar seus deslizes e vícios.

História do Cristianismo (Imago, 2001): em mais de 600 páginas, sem tornar-se tedioso em momento algum, o intelectual inglês traça um panorama ambicioso e relativamente completo de 2 mil anos de história cristã. Apesar de ser católico, Johnson consegue manter a imparcialidade e o senso crítico.

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