segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Paul Johnson

Fonte: Usina das Letras
“No princípio dos anos 20, surgiu uma crença, pela primeira vez em nível popular, de que não havia quaisquer valores absolutos: de tempo e espaço, de bem e mal, de conhecimento, sobretudo de valores. Erroneamente, a relatividade se confundiu com relativismo, sem que nada pudesse evitá-lo” (Paul Johnson, in “Tempos Modernos”, pg. 3).

“O romance do século XIX tinha se preocupado essencialmente com o sucesso moral ou espiritual do indivíduo. ‘A larecherche’ e ‘Ulisses’ marcaram não somente o aparecimento do anti-herói, mas também a destruição do heroísmo individual como elemento central na criação imaginativa e uma falta de consideração desdenhosa pelos veredictos morais. O exercício do livre arbítrio individual deixaria de ser o interesse supremo do comportamento humano” (Paul Johnson, op. cit., pg. 8 ).

“Além disso, a análise marxista e freudiana se juntaram para minar, cada um à sua maneira, o sentimento de responsabilidade pessoal e de dever para com o código da verdadeira moral, que era o centro da civilização européia do século XIX” (Paul Johnson, op. cit., pg. 9).

“Gramsci, incapaz de se ver no papel de líder, tirou de Maquiavel não a idéia de um príncipe individual, como Mussolini o fez, mas sim a de um coletivo: o príncipe moderno, o príncipe mito, não pode ser uma pessoa real, um indivíduo concreto – ele só pode ser uma organização” (Paul Johnson, op. cit., pg. 78).

“Foi do movimento ‘Volk’ que Marx extraiu o seu conceito de ‘alienação’ do capitalismo industrial” (Paul Johnson, op. cit., pg. 96).

“A burguesia, enquanto uma invenção de Marx, era a mais compreensível como motivadora dessas teorias do ódio e não parou de fornecer bases para todos os movimentos revolucionários paranóicos, fossem eles fascistas, nacionalistas ou comunista-internacionalistas” (Paul Johnson, op. cit., pg. 96).

“É significativo o fato de que todos os regimes marxistas, por se apoiarem em explicações paranóicas do comportamento humano, degeneraram, mais cedo ou mais tarde, para o anti-semitismo”. (Paul Johnson, pg. 96).

“A tragédia da Alemanha moderna é uma lição objetiva sobre o perigo de se permitir que a vida acadêmica se torne politizada e que os professores declarem seu ‘engajamento’. Se o preconceito político for para a direita ou para a esquerda, os resultados são igualmente desastrosos, pois em qualquer dos casos os poços da verdade encontram-se envenenados” (Paul Johnson, op. cit., pg. 102).

“Tanto o stalinismo como o maoísmo imitaram a teatralidade de Hitler, excedendo-se em escala, não em estilo” (Paul Johnson, op. cit., pg. 107).

“Os franceses não eram racistas no sentido alemão. (...) Mas eram extraordinariamente susceptíveis a uma série de teorias raciais bizarras. (...) Dessa maneira, em 1915, o Dr. Edgar Bérillon ‘descobriu’ que os alemães tinham os intestinos nove pés mais longos do que os outros seres humanos, o que os tornava propensos à ‘polycheria’ e à bromidose (defecação e cheiros de corpo excessivos)” (Paul Johnson, op. cit., pg. 119).

“Entre 1889 e 1940, quase 2.300.000 pessoas receberam a cidadania francesa, e havia, além disso, outros 2.613.000 residentes estrangeiros em 1931, uma cifra que aumentava rapidamente diante da chegada de refugiados de Hitler, Stalin, Mussolini e da Guerra Civil Espanhola” (Paul Johnson, op. cit., pg. 118-9).

“O totalitarismo de esquerda criou o totalitarismo de direita, o comunismo e o fascismo eram o martelo e a bigorna pelos quais o liberalismo foi despedaçado. (...) Se o leninismo gerou o fascismo de Mussolini, foi o stalinismo que tornou possível o leviatã nazista” (Paul Johnson, op. cit., pg. 232-3).

“Comunistas estrangeiros, que buscaram asilo em Moscou, também foram mortos em grande número. Entre eles, Béla Kun e a maioria dos líderes comunistas húngaros; quase toda a elite polonesa; todas as altas patentes do partido iugoslavo, exceto Tito; os famosos búlgaros Popov e Nanev, heróis do julgamento de Leipzig junto com Dimitrov (que escapou pou pura sorte: Stalin o tinha fichado); todos os coreanos; muitos indianos e chineses; líderes comunistas da Letônia, da Lituânia, da Estônia, da Bessarábia, do Irã, da Itália, da Finlândia, da Áustria, da França, da Romênia, da Holanda, da Tchecoslováquia, dos EUA e do Brasil. (...) De umamaneira geral, os comunistas europeus estavam mais protegidos em suas próprias nações fascistas do que na ‘mãe-pátira’ socialista” (Paulo Johnson, op. cit., pg. 253-4).

“A maneira como usaram Guernica para encobrir a destruição do POUM era típica do brilhantismo da propaganda do Comintern, conduzida por dois inspirados mentirosos profissionais, Willi Muenzenberg e Otto Katz, ambos assassinados, mais tarde, por ordem de Stalin” (Paul Johnson, op. cit., pg. 281).

“Sendo um socialista de raça, em oposição a um socialista de classe, Hitler acreditava que a dinâmica da história era a raça” (Paul Johnson, op. cit., pg. 284).

“Mas quem é tolo o bastante para acreditar que há justiça no mundo?” (Paul Johnson, op. cit., pg. 354, a respeito das penas leves aplicadas a nazistas, após a Guerra, assim como indenizações ridículas pagas por firmas como a Krupp e a Rheinmetall, que utilizaram trabalho escravo durante a II Guerra Mundial).


Referência:

JOHNSON, Paul. Tempos Modernos - O mundo dos anos 20 aos 80. Biblioteca do Exército Editora e Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1994 (Tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e Sérgio Maranhão da Matta).

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