OS ESTILISTAS TRANSFORMAM AS MULHERES “EM MACACAS”. E A MENTALIDADE POLITICAMENTE CORRETA É UM NOVO TIPO DE “TOTALITARISMO” (PAUL JOHNSON DISPARA CHUMBO GROSSO, NA ENTREVISTA QUE PAULO FRANCIS NÃO TEVE TEMPO DE FAZER)
sáb, 26/09/09
por Geneton Moraes Neto |
categoria Entrevistas
Faço um ranking imaginário. Qual terá sido a declaração mais “politicamente incorreta” que já tive a chance de ouvir de um entrevistado ?
Uma candidata forte a levar a medalha de ouro: a declaração que um dos mais polêmicos intelectuais britânicos, o historiador Paul Johnson, fez sobre os estilistas, costureiros e assemelhados, numa longa entrevista que gravei com ele em Londres.
Em resumo: Johnson diz que, por serem majoritariamente homossexuais, os estilistas criam vestimentas ridículas que só servem para transformar as mulheres em “macacas”. O pior: as mulheres se prestam a este papel.
Uma registro dos bastidores: quem deveria ter feito a entrevista com Paul Johnson era Paulo Francis – sim, ele, o lobo hidrófobo. De passagem pelo escritório da TV Globo em Londres, Francis estava à procura de entrevistados para o programa “Milênio” da recém-inaugurada Globonews. O prédio onde funciona a Globo, ao final de uma rua sem saída chamada Oval Road, em Camden Town, é uma construção de tijolos aparentes que, por algum motivo que só Freud explicaria, me lembra o Depósito de Livros Escolares do Texas. Por sorte, nenhum Lee Harvey Oswald apareceu por lá.
Fiz um punhado de sugestões. Francis aceitou imediatamente a proposta de entrevistar Paul Johnson. Ampliados por uma lente fundo de garrafa, os olhos míopes e azuis de Francis bilharam. O encontro Francis x Johnson seria um choque de monstros: o encontro entre o Lobo Hidrófobo (Francis) e a Fera do Tâmisa ( Johnson). Eu faria questão de assistir à contenda de camarote.
Fiz a sugestão. Paulo Francis topou. O entrevistado seria Paul Johnson. Ia ser encontro do Lobo Hidrófobo com a Fera do Tâmisa. Desgraçadamente, Francis não teve tempo de voltar a Londres. Resultado: Bibiu entrou em campo no lugar de Pelé.
Havia pontos em comum entre a trajetória dos dois. Paul Johnson também tivera um passado de esquerda. Virou um conservador de carteirinha. Orgulhava-se de jamais ter pousado os pés num concerto de música pop, por exemplo. Tinha horror a ícones como Picasso. Motivo: as simpatias comunistas do artista. Aqui e ali, lembrava Paulo Francis.Nesta passagem por Londres, Francis dizia-se orgulhoso de uma declaração que fizera no Brasil: numa entrevista à TV, dissera que se sentia “tecnicamente morto” numa sociedade dominada pela vulgaridade. Pergunta-se: o que Francis diria hoje ao ver idiotas marombados e louras oxigenadas trocando grunhidos em rede nacional?
Francis viajou para Nova Iorque em seguida. Ficou de voltar a Londres, como sempre. Poucos meses depois, no dia quatro de fevereiro de 1997, morreu fulminado por um ataque cardíaco, num início de manhã, no apartamento em que morava em Nova Iorque. Não teve tempo de fazer a entrevista que eu sugerira.
Por artes do destino, coube a mim a tarefa de entrevistar Paul Johnson. Sem falsa modéstia: eu me senti como se fosse Bibiu, ex-zagueiro-central do Sport Clube do Recife, entrando no lugar de Pelé. A vida pode ser cruel com o jornalismo. Ali,foi. Com toda certeza, o encontro de Paulo Francis com Paul Johnson produziria um diálogo de altíssimo nível. Minha entrevista com Paul Johnson produziu declarações interessantes - o mínimo que um repórter espera colher de um interrogatório. Paul Johnson tinha aceitado o pedido de entrevista. Alguém precisava entrevistar o homem. Desgraçadamente, Paulo Francis estava morto. Cumpri a tarefa na medida de minhas possibilidades. Assim caminha a humanidade.
Eis a entrevista que Paulo Francis não teve tempo de fazer:
O intelectual Paul Johnson já foi chamado de reacionário, direitista, manipulador, antiquado, intransigente, preconceituoso e tarado
Defensores da mentalidade politicamente correta,tremei. Paul Johnson vem aí. Os fãs da fera o consideram um dos mais brilhantes historiadores britânicos. Os detratores ficam horrorizados quando lêem os freqüentes petardos que ele dispara contra, por exemplo, a arte moderna.Colunista da revista Spectator,colaborador do Daily Telegraph, Paul Johnson pode ser acusado de tudo, menos o de ser um historiador pouco ambicioso : depois de escrever “A História dos Judeus”, mergulhou na fundo tarefa de produzir “A História do Cristianismo”.
Paul Johnson é um caso clássico de intelectual que nunca teve medo de nadar contra a corrente. Minorias que se julgam perseguidas devem ou não ser criticadas ? Devem, sim, responde a Fera do Tâmisa.
Picasso é um grande artista ? Não é não – brada Johnson, autor de um livro de ensaios chamado “To Hell With Picasso” (algo como “Que Picasso vá para o Inferno”). Picasso – garante ele – não passa de um stalinista que apoiou um regime totalitário.
A flexibilidade de conceitos morais é uma conquista do pensamento do século XX ? Não é, nunca foi nem poderia ter sido – rebate o impaciente Johnson. O relativismo moral –diz ele – é uma praga que faz os ingênuos acreditarem que não existe nada que seja absolutamente condenável.
As universidades ? Não passam de “fábricas de ignorantes”
Conservador assumido, crítico feroz da arte moderna, pintor nas horas vagas, religioso praticante e alpinista amador, Johnson é um polemista profissional. Faz parte de uma tribo minoritária: a dos intelectuais que não temem dar opiniões aparentemente fora de moda, fora de lugar e fora dos manuais de “bom comportamento” ideológico.Johnson já foi chamado de reacionário, direitista, manipulador, antiquado, intransigente, preconceituoso: é uma espécie de Paulo Francis às margens do Tâmisa. O incômodo que Francis sentia deve ser igual ao sentimento de inadaptação que abastece a ira de Johnson contra a mediocridade, as nulidades e a empulhação.
As universidades, tidas por tantos como templos intocáveis do saber, se transformaram em centros de intolerância, irracionalidade, extremismo e preconceito. São fábricas de ignorantes, uma empulhação custosa, na avaliação devastadora de Johnson.
Orgulha-se de jamais ter-se dado ao trabalho de ver um show de música pop ou um jogo de futebol. Opiniões assim renderam a ele uma coleção de críticos e detratores. Mas ele não parece disposto a dar trégua.
Paul Johnson vem se ocupando da morte de Deus, o grande fato que não aconteceu no século vinte. Grandes tragédias do século XX, como o extermínio de seres humanos em escala industrial nos campos de concentração, poderiam ter contribuído para abalar a fé dos homens em Deus. Mas Paul Johnson diz que a ocorrência de tragédias terminou, paradoxalmente, reforçando a fé. Os descrentes procuraram proteção e consolo na idéia de Deus, porque o culpado de tudo é, como sempre, o homem.
“Ao contrário do que se esperava – festeja Johnson -, este não foi o primeiro século do ateísmo”.
“O relativismo moral afirma que todo bem ou todo mal é relativo. Acontece que há coisas que são absolutamente certas e coisas que são absolutamente erradas, sim!”
Quando o século XIX acabou, todo mundo esperava que a ciência iria tomar, de uma vez por todas, o lugar da fé. O avanço do conhecimento científico destruiria a idéia de que um Deus,seja qual for, existe. Um século depois,essa previsão falhou.Nesta entrevista,feita em Londres,a Fera do Tâmisa ruge contra a mentalidade politicamente correta,a arte moderna e o relativismo moral.
Gravando !
GMN : Qual foi o pecado capital do século XX ?
Paul Johnson : “É o que chamo de relativismo moral : a negação de que haja valores absolutos. Acontece que há coisas que são absolutamente certas e outras que são absolutamente erradas,sim !. O relativismo moral afirma – pelo contrário – que todo bem ou todo mal é relativo.Todos os valores seriam relativos, portanto. Vejo o relativismo moral sob toda maldade totalitária e todo tipo de pecado do século XX. Precisamos voltar -acho que já estamos voltando- a cultivar valores absolutos”.
GMN : O senhor diz que já não há uma idéia absoluta sobre o que é errado e o que é certo. Pode dar um exemplo do que é certo e do que é errado,no mundo de hoje ?
Paul Johnson : “O exemplo mais comum é o da sexualidade humana. A maioria das pessoas da minha geração – que viveu a década de trinta – foi educada para acreditar que havia certos e errados absolutos na sexualidade humana. É um fato que o relativismo moral esconde e ofusca. Crianças de hoje não aprendem que há certos e errados ! Aprendem que devem fazer o que os outros fazem. Isso é relativismo moral ! É um grande mal. Devemos lutar contra ele”.
“A pior idéia do Século XX é a de que o Estado faz as coisas de uma maneira melhor do que os indivíduos”
GMN : O senhor se declara um combatente na guerra das idéias. Qual foi a pior e a melhor idéia política do século XX?Paul Johnson : “A pior idéia – que começou antes da Primeira Guerra, ainda por volta de 1910 – é a de que o Estado faz as coisas de uma maneira melhor do que os indivíduos. Mas há poucas coisas em que o Estado é melhor que o indivíduo. A verdade é que a idéia de que o Estado age bem é a pior de todas. Aprendemos agora esta lição. A melhor idéia é a seguinte : sempre que possível, os indivíduos devem ser deixados sós para fazerem o que puderem com os próprios recursos. Quanto maior a liberdade, maior a justiça, maior a eficiência e maior a felicidade humana.
O Brasil é um desses países que têm um futuro incrível. Chegará a esse futuro, dourado e glorioso, se acreditar mais em liberdade individual e menos no Estado”.
GMN : Por que o senhor diz que a mentalidade politicamente correta é uma nova forma de totalitarismo?
Paul Johnson : “Não gosto que venham me dizer como pensar, que palavras e expressões devo ou não usar. Para mim, esta é a origem do totalitarismo. Hoje,o totalitarismo vem começando de novo, no campus das universidades, nos Estados Unidos, sob o disfarce politicamente correto. Temos de lutar – muito ! – contra este fenômeno, antes que o totalitarismo disfarçado de posições politicamente corretas se estabeleça de verdade”.
“Picasso não lutava contra o totalitarismo. Ficou ao lado da União Soviética totalitária durante quase toda a vida. É um escândalo!”
GMN : Quanto o senhor pagaria por um quadro de Picasso? Por que o senhor é tão rigoroso na hora de julgar mestres da arte moderna, como Picasso e Cézanne?Paul Johnson : “A arte precisa ter um propósito moral. Acontece que nunca pude detectar qualquer propósito moral claro na obra de Picasso. Era um homem perverso e imoral. Não vejo, em nenhuma de suas obras, um esforço para mostrar a arte com um propósito moral. Tal esforço é a essência do grande artista. Então, desconsidero Picasso completamente”.
GMN : A obra mais famosa de Picasso, “Guernica”, é uma denúncia contra a violência do totalitarismo. Por que é,então,que o senhor diz que não havia nenhum sentido moral na obra de Picasso?
Paul Johnson : “Porque Picasso não lutava contra o totalitarismo ! Picasso não era comunista : era stalinista ! . Ficou do lado da União Soviética totalitária, durante quase toda a vida. É um escândalo ! Não acreditava na liberdade, exceto para si próprio”.
GMN : O senhor diz que a religião aprendeu a absorver todos os impactos da ciência. Agora que até seres humanos podem ser criados em laboratório, o senhor acredita que a fé religiosa vai sobreviver?
Paul Johnson : “A rapidez no avanço da ciência, especialmente nas ciências da vida – aquelas que afetam os seres humanos – vem tornando a religião mais importante do que nunca. Porque, em cada estágio do avanço da ciência, devemos trazer Deus à discussão. Devemos dizer: “Isso é moral? É Justo? É algo que se encaixa no plano divino para a Humanidade? Ou é algo que vai contra ele?”. O fator “Deus” na ciência é,hoje,mais importante do que nunca”.
Uma prova da existência de Deus, para Paul Johnson: testemunhar o alvorecer, a bordo de um avião, a doze mil metros de altura
GMN : Um astronauta, que é um homem da ciência, diz que procurou sinais de Deus numa viagem pelo espaço, mas não encontrou nada. Que argumento o senhor usaria para convencer este astronauta de que,por trás do vazio do espaço, existiria um Deus?Paul Johnson : “Quando nos deparamos com um evento científico supremo, o modo de reagir a ele é uma questão de imaginação. Quando Robert Oppenheimer viu a primeira Bomba H explodir, em Alamos, ele citou Bhagavad Gita: “Eu me tornei a morte, o destruidor de mundos”. Um homem pode ver algo miraculoso ou científico, sem que tenha reação alguma. Se ele for um homem de grande imaginação, pode ter uma enorme reação. Quando, a bordo de um avião, a cerca de doze mil metros de altura, vejo o amanhecer, esta cena, para mim, é uma revelação da existência de Deus. De qualquer maneira, não preciso estar no espaço para fazer esta constatação. A maioria das pessoas,igualmente,não precisa : basta que tenham imaginação para que Deus venha à tona”.
GMN : O senhor consegue irritar as feministas e os esquerdistas com suas opiniões. Os dois são seus inimigos prediletos?
Paul Johnson : “Não sou, certamente, um inimigo das feministas. Sou pró-mulher : acredito que o século XXI será o século das mulheres. Dei palestras em Londres para milhares de senhoras japonesas : disse que elas têm o dever de tomar o poder que hoje parece disponível para elas no Japão – que era uma sociedade muito machista. Sou muito a favor das mulheres. Quanto à esquerda, não gosto de dividir pessoas em setores rígidos – esquerda e direita. Posso até dizer que sou radical – especialmente nas questões femininas, por exemplo. O meu ponto-de-vista é o de que todos os assuntos devem estar abertos à discussão. Não estou do lado da esquerda ou da direita : estou do lado da razão e da justiça”.
GMN : Por que o senhor diz que a esquerda tenta deixar os outros deprimidos? O senhor tem tomado Prozac?
Paul Johnson : “Não estou de forma alguma deprimido! O século XX foi,como um todo, um fracasso horrível. Mas aprendemos muitas lições. Não estou nem um pouco deprimido : Tenho uma imensa confiança : previa-se que Deus desapareceria da vida das pessoas. Mas Deus estará forte e vivendo nos corações de bilhões de homens, mulheres e crianças. É uma constatação que me torna o contrário de um deprimido: eu estou otimista”.
“Os estilistas, principalmente porque, na maioria, são homossexuais, transformam as mulheres em macacas”
GMN : Se é verdade que a idéia de Deus sobreviveu, quais são os três argumentos que o ssenhor usaria para convencer um ateu a acreditar em Deus?Paul Johnson : “A primeira razão é a verdade. Deus existe – e a verdade é mais importante do que tudo. A segunda é a felicidade: com Deus, estamos mais felizes, mais satisfeitos, mais seguros do que sem Deus. A terceira razão : sob o ponto-de-vista puramente social, um mundo em que Deus fosse amplamente acreditado e respeitado seria um mundo muito mais seguro e melhor”.
GMN : O senhor diz que a moda é uma conspiração de costureiros para ver até onde eles podem forçar as mulheres a fazer macaquices. A moda é um sintoma da decadência?
Paul Johnson : “Não há nada de novo nesse fenômeno. A “alta moda de Paris” existe desde 1850 : é um século e meio de vida. Os estilistas –principalmente porque, na maioria, são homossexuais – sempre transformam as mulheres em macacas. Acham que as mulheres aceitarão o que eles fazem. As mulheres – não apenas as ricas – compram as roupas oferecidas pelos estilistas. Há coisas idiotas. Como essas roupas são fabricadas em massa – e levadas às lojas – não apenas as mulheres ricas,mas também as mulheres comuns, usam o que esses estilistas produzem. As mulheres é que escolhem. Ninguém faz uma mulher vestir roupas idiotas se ela não quiser”.
GMN : Quem será a próxima vítima de Paul Johnson ?
Paul Johnson : “Quero levar ao Parlamento uma lei de privacidade que impeça a mídia de invadir a privacidade alheia. Ingleses e americanos não têm essa lei. Quero que a Inglaterra tenha”.
GMN : É possível resumir o Século em uma só palavra?
Paul Johnson : “Não em uma palavra, mas em uma frase: “O Século XX foi um desastre total,suavizado pela capacidade humana de aprender lições da História”.
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Paul Johnson por Paul Johnson :
“De todas as calamidades que se abateram sobre o Século XX, além das duas guerras mundiais, a expansão da educação universitária nos anos cinquenta e sessenta é a mais duradoura. É um mito a crença de que as universidades são o berço da razão. São o abrigo de todo tipo de extremismo, irracionalidade, intolerância e preconceito; um lugar onde o esnobismo intelectual e social é propositadamente instilado e onde professores passam para os estudantes os seus próprios pecados de orgulho”.
“A nova forma de totalitarismo – a Mentalidade Politicamente Correta – é, inteiramente, uma invenção universitária”.
“O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo. Perdemos duas gerações – meio-século- na busca pela feiúra. Talentos da pintura, desenho e escultura se perderam”.
“Nunca fui a um concerto de música pop ou a um jogo de futebol, nunca acompanhei novela de TV, nunca vi “A Ratoeira” ou “E o Vento Levou”, nunca concluí a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”, nunca li a revista “The Economist” ou “Time Out”, nunca tive um carro, nunca passei do limite da conta bancária, nunca compareci a tribunal. Ninguém nunca me ofereceu drogas, convidou-me para uma orgia ou me vendeu um contraceptivo. Jamais tive a menor vontade de possuir um quadro de Picasso, ter uma Ferrari, vestir um Armani ou morar em Aspen”.
“Jamais matei um peixe,caçei uma raposa ou esmaguei uma aranha – se bem que, uma vez,tentei esmagar uma tarântula no Recife”
“Já fiz Charles de Gaulle se benzer, Churchill chorar e o Papa sorrir”
“Considero-me um típico inglês do meu tempo, classe e idade, cujos pontos-de-vista,simpatias e antipatias são compartilhadas com multidões. Posso estar errado a esse respeito.Quando perguntada o que pensa sobre mim,minha mulher Marigold respondeu : “Difícil”.
(Trechos de “To Hell With Picasso”;Editora Weidenfeld & Nicolson,Londres)
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