segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O papel dos beneditinos na formação da civilização cristã

A IGREJA NA HISTÓRIA

A Regra de S. Bento, visando a observância plena do Evangelho em espírito de comunidade monasterial, passa a produzir um efeito moralizador imenso sobre os povos bárbaros

A. José G. C.
A. José G. C.
S. Bento
S. Bento, um dos pai do monaquismo e padroeiro da Europa
É fato histórico que a Igreja e o mundo Ocidental devem ao Monaquismo um fecundo foco de vida espiritual, de teologia e de cultura geral.
Ao escrever sua Regra em meados do século IV, S. Bento norteou as diretrizes dos monges em seu anseio por Deus tendo como alicerce o próprio Cristo e os Evangelhos como também o bom senso de equilíbrio e discrição dos romanos.
Com adaptações à sua época, a Regra de S. Bento contém elementos da tradição monástica ocidental e oriental. Sua disciplina é destituída de excessos místicos e penitências exageradas.
S. Bento soube dividir o dia moderadamente entre oração, trabalho (físico e intelectual) e repouso, o que fez de sua Regra um belo guia para nortear com segurança a ascese daqueles que buscam entregar-se a Deus sem maltratar a natureza.

Modelo de conduta e organização

Por sua discrição, espiritualidade e equilíbrio, a Regra de S. Bento transformou-se no modelo de conduta e organização que a Igreja assumiu nos tempos bárbaros, passando a atrair muitas vocações, como até hoje continua atraindo.
A simplicidade do lema de S. Bento "Ora et Labora" (Ora e trabalha) propunha a alternância entre o trabalho e a oração. Dava grande importância ao Ofício Divino, isto é, à oração oficial da Igreja (conhecida como Oração das Horas) rezada no coro sete vezes durante o dia e uma vez durante a noite. Assim, seu objetivo era impregnar toda a vida do monge no espírito de oração, inclusive durante o trabalho, que naquela época centrava-se na lavoura e nas oficinas.
A Itália do século IV, com freqüentes envolvimentos em guerras, via-se prejudicada na disseminação da educação. Os monges dessa época eram quase todos de pouca cultura. Nos mosteiros de S. Bento, no entanto, a atividade intelectual era originalmente a da "lectio divina", isto é, a da leitura meditada das Sagradas Escrituras.
O voto de Estabilidade proposto pela Regra beneditina fixava o monge física e juridicamente no seu mosteiro, o que impedia a divagação dos monges.
Assim, nas alternâncias entre trabalho e oração, construiu-se na prática um modelo de vida comunitária que decisivamente passou a gerar progresso e espiritualidade para o homem medieval.

Os mosteiros como núcleos de formação cultural e cristã

Mosteiro
Graças aos monges copistas, os tesouros da cultura greco-romana foram salvos através de seus códigos e obras de arte
Por sua estabilidade, bom-senso e espiritualidade, gradativamente os mosteiros beneditinos passaram a cumprir um papel missionário e cultural relevante na história da Igreja. Foram os monges beneditinos os responsáveis em grande parte pela evangelização dos anglo-saxões e outros povos germânicos (Inglaterra, Bélgica, Holanda, Norte da Alemanha, etc). Sua vida e conduta espiritual aos poucos foram sendo assimiladas pelos povos das aldeias que se formavam nos arredores dos mosteiros.
Assim, como uma corrente salutar que passou a diluir os costumes bárbaros, com esforço e consistência nasciam os princípios de uma nova cultura sob a luz do Cristianismo. As escolas "monasteriais" passam a ser núcleos de transmissão de conhecimentos científicos e formação cristã para as crianças e adolescentes.
Graças aos monges copistas, os tesouros da cultura greco-romana foram salvos através de seus códigos e obras de arte. Graças a esse esforço que estamos longe de avaliar essa herança cultural foi preservada dos ataques bárbaros, podendo chegar até nós.

O exemplo arrebata

A Regra de S. Bento, visando a observância plena do Evangelho em espírito de comunidade monasterial, passa a produzir um efeito moralizador imenso sobre os povos bárbaros. Esses povos começam a ver nos monges, que viviam uma vida salutar cotidianamente centrada no espírito da Regra, um exemplo superior a ser seguido.
Princípios cristãos estabelecidos pela Regra de S. Bento e vividos na prática pelos monges evangelizavam muito mais do que por palavras. Por exemplo, S. Bento ensinava que o verdadeiro monge deveria ser: "Não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não murmurador, não detrator... mas casto, manso, zeloso, humilde, obediente" (2º Cap. da Regra). Nos mosteiros os monges viviam este ensino, ao pautarem suas vidas pela Regra.
A mentalidade contemporânea não possui o alcance para entender plenamente o quanto esse exemplo de vida monasterial efetivamente influenciou na unidade e na autenticidade de fé cristã do homem medieval. Aliás, embora rude, pelo exemplo dos monges o homem medieval passava a ter em Deus o centro de sua vida, de sua família, suas posses, sua arte, seus ideais.
Interessante que, a partir do momento em que o homem dissociou o trabalho da oração, a civilização perdeu-se na ansiedade vazia de falsos valores e conflitos.

A cruz e o arado

O símbolo monástico era composto pela cruz e o arado, representando a nova maneira de viver a vida cristã: oração e trabalho. Dessa forma teve início a edificação espiritual e material de uma nova sociedade, que se solidificaria sobre as ruínas do mundo romano.
Assim, o início do monaquismo ocidental surgia com S. Bento e doze pequenas comunidades de monges em Subiaco, lugarejo situado a 50 km de Roma, e a 96 km de Monte Cassino, que se tornou o grande mosteiro beneditino.
Cada mosteiro beneditino guardava sua independência de outro e tinha um Prior. O Abade (palavra que significa Pai, por ser o tutor no nascimento espiritual do monge) assumia sobre si a responsabilidade sobre a comunidade e seus filhos espirituais.
Subiaco
Mosteiro de S. Bento em Subiaco, Itália

Os beneditinos e a formação do continente europeu

O professor e historiador Dr. Antonio Linage, da Universidad San Pablo de Madrid, onde leciona História do Direito, cuja formação é de medievalista e em Salamanca foi professor de História da Idade Média, autor do notável livro intitulado Os Beneditinos e sua história, explica porque historicamente S. Bento é reconhecido como padroeiro da Europa.
Diz ele que "S. Bento é justamente o padroeiro da Europa porque, além de toda a importância cultural, deve-se considerar também todo o trabalho agrícola e os séculos em que os beneditinos ocuparam lugar central na história coincidem com os séculos de formação do continente, da formação da Europa como tal. Os beneditinos, embora tivessem vocação de claustro, há quem diga que foram fundados para o coro - propter chorum fundati - foram grandes educadores não só porque criaram cultura, mas também por transmiti-la: até a Baixa Idade Média, as escolas claustrais tiveram uma importância essencial. E na Baixa Idade Média - e mesmo ainda hoje — há mosteiros beneditinos que têm colégios — lembrando que os beneditinos estão agrupados em congregações: há congregações que têm colégios e outras não". (1)

A contribuição beneditina oferecida à Igreja

Modernos historiadores reconhecem que durante o longo período caótico resultante das invasões bárbaras, que duraram seis séculos, ou seja, do século V ao século X, as comunidades beneditinas foram verdadeiros oásis de paz e ordem. E, sobretudo, de progresso.
A contribuição que os beneditinos deram à Igreja chega a ser espantosa. Até o século XIV a Ordem de S. Bento já tinha dado a Igreja 24 papas, 200 cardeais, 7000 arcebispos, 15.000 bispos e 1500 santos canonizados, 37.000 mosteiros. Tinha inscrito na Ordem 20 imperadores, 10 imperatrizes, 47 reis e 50 rainhas. (Schuster, 1956). Nesse sentido, sua influência sobre a Civilização Ocidental é incontestável.

Hospitalidade beneditina — o recolhimento acolhedor

Os beneditinos são conhecidos por sua hospitalidade incondicional. S. Bento escreveu em sua Regra: "Todo hóspede que chega no mosteiro deve ser recebido como se fosse o próprio Cristo". Os monges, portanto, deixam as portas sempre abertas para todos e também seu pão é partilhado generosamente com cada hóspede que chega ao mosteiro.
Um exemplo do acolhimento beneditino destaca-se no monastério de Aubrac, localizado entre montanhas e onde havia um hospital criado no final do século VI. O espírito protetor de Cristo se fazia ali presente no soar de um sino especial que toda noite chamava os viajantes ou qualquer outro que precisasse de pousada. O povo o chamava de "o sino dos andarilhos" (Montalembert, 1896).
Os monges que viviam em mosteiros situados próximos do mar colocavam sinalização para prevenção de naufrágios ou para auxiliar barcos que naufragavam, dando provisões aos navegantes que sobreviviam. A cidade Copenhagen teve sua origem a partir de um mosteiro ali estabelecido por seu fundador, o bispo Alsalon, que forneceu socorro às vítimas de um barco que naufragara ali.
No Brasil, a contribuição beneditina através de seus tradicionais mosteiros é um legado histórico cultural-espiritual incontestável, como por exemplo, nas capitais de S. Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, etc.

Desenvolvimento e progresso à luz de Cristo

S. Bento e sua Regra
Não existiria nem mesmo esta Europa recoberta de glórias, sem as suas raízes cristãs e sem os seus monges
Impressionante é o legado dos monges beneditinos na agricultura, na arquitetura, na música, na literatura, nas descobertas científicas e tecnológicas, etc.
Uma interessante observação histórica faz o Prof. Léo Moulin, que foi cinqüenta anos docente da Universidade Maçônica de Bruxelas, Universidade fundada para fazer frente à Católica de Louvain. Moulin é filho de família agnóstica, anticlerical, voltada para o Socialismo. Em entrevista ao jornalista italiano Vittorio Messori, Moulin, falando como agnóstico, fez a seguinte consideração sobre o papel empreendedor dos monges na história:
"O século XIII, vértice da sociedade medieval, é um dos pontos mais altos e luminosos da história do Ocidente ou mesmo da humanidade. Em poucos decênios, tivemos Giotto, Dante, Tomás de Aquino, mil catedrais (...)"
Moulin desdenha o mito dos "séculos de trevas" ou "séculos obscuros" tão apregoados nos livros de História nas modernas escolas e universidades.
E ele próprio faz seu juízo objetivo:
"Eis um breve e incompleto elenco das invenções tecnológica (obras, quase todas, de monges beneditinos) do homem medieval, que, como se diz, a lenda, vivia na ignorância e na penitência, apenas à espera do fim do mundo: o moinho de água, a serra hidráulica, a pólvora preta, o relógio mecânico, o arado, a relha, o timão, a roda, o jugo para o cavalo, o canal com recusas e portas, a canga múltipla para os bois, a máquina para enovelar a seda, o guindaste, a dobradura, o tear, o cabrestante complexo, a bússola magnética, os óculos. Acrescentemos a imprensa, o ferro fundido, a técnica de refinação, a utilização do carvão fóssil, a química dos ácidos e das bases, etc. esse impulso ao conhecimento científico e tecnológico continuou nos séculos seguintes: no início do século XVII a Europa contava 108 Universidades, enquanto no resto do mundo não havia uma só...Isto põe um problema para o historiador. Por que é que o desenvolvimento ocorreu somente em área cristã, e não fora desta? Por que, hoje ainda, entre os dez países mais evoluídos e ricos do mundo, nove são de tradição cristã? Não há explicação senão a que já expus em livros dedicados à questão: há na mensagem cristã alguma coisa que leva os germes do desenvolvimento e do progresso. A antropologia da Bíblia exalta o homem e o põe no centro do universo. Além disto, pregando igualdades, ela cria uma sociedade livre, sem barreiras sociais ou de castas; não há, pois, como se surpreender se, alimentado por tal mensagem, o homem europeu conquistou o mundo... Por que as suas naves lhe permitiram dominar os mares? Por que ele, e ele só, sentiu a necessidade de expandir-se sobre a terra inteira, enquanto a África, a Ásia, a América pré-colombiana permaneciam imóveis nos seus confins? Sem esta nossa maravilhosa Europa, o mundo, como o conhecemos, não existiria. Mas não existiria nem mesmo esta Europa recoberta de glórias, sem as suas raízes cristãs e sem os seus monges." (Messori,1987). (2)

Silêncio orante

Oração
O Monaquismo: fonte da verdadeira espiritualidade cristã
Em sua Encíclica Orientale Lumen, no excerto intitulado O Monaquismo: fonte da verdadeira espiritualidade cristã, entre outros aspectos João Paulo II refere-se a importantes características da vida monástica, tais como sua exemplaridade de vida batismal, o modo de vida que se sustenta entre a Palavra e a Eucaristia, o olhar límpido na descoberta de si mesmo através da contemplação, a presença segura do Pai espiritual na figura do Abade, a constante comunhão com o Senhor mas com espírito de relação e serviço ao mundo.
João Paulo II atém-se também a uma característica essencial da vida do monge: o silêncio como meio de encontro com Deus.
Diz o sucessor de Pedro em sua carta que o mistério do Cristo que se deixa matar na cruz por um mundo que não O reconheceu, mas ressuscitado pelo Pai, prova que não se pode matar o amor requer, por sua transcendência, uma profunda atitude de contemplação silenciosa. E o mistério deste amor só pode ser verdadeiramente contemplado pela criatura através do silêncio. "Um silêncio que adora", define.
Por isso mesmo "o silêncio é um elemento essencial da espiritualidade monástica oriental". Neste silêncio que adora os monges souberam nutrir-se para levar a bom termo a obra de construção de nossa civilização.
E enfatiza: "devemos confessar que todos temos necessidade deste silêncio carregado de presença adorada: a teologia, para poder valorizar plenamente a sua própria alma sapiencial e espiritual; a oração, para que nunca se esqueça de que ver a Deus significa descer do monte com um rosto tão radiante que nos force a recobri-lo com um véu (Ex 34,33) e para que nossas assembléias possam dar espaço à presença de Deus, evitando celebrar a si próprias; a pregação, para que não se engane pensando que basta multiplicar as palavras para atrair os homens à experiência de Deus; o compromisso, para renunciar a fechar-se em uma luta sem amor e perdão".
Assim, João Paulo II exorta o atormentado homem contemporâneo, que por iniciativa própria decidiu apartar-se de Deus ao naufragar-se em suas utopias antropocentristas (que têm unicamente o homem como o centro de tudo) levando-o a refletir: "Desse silêncio tem necessidade o homem de hoje, que freqüentemente não sabe calar-se, por medo de encontrar-se consigo mesmo, de descobrir-se a si próprio, de sentir o vazio que se interroga por seu significado; o homem aturdido pelo ruído. Todos, tanto crentes como não crentes, necessitam aprender o silêncio que permite ao Outro falar, quando quiser e como quiser, e a nós, permite compreender essa palavra". (3)

Vivência transformadora

Verdade é que o homem moderno, desencantado de fátuas utopias, tem voltado seu olhar para a herança dos antigos monges e descoberto neles o testemunho de experiências interiores reais e transcendentes, que os tornam únicos e íntegros no domínio de si mesmos e na vivência cristocêntrica.
O monge beneditino Anselm Grün conta que um psicólogo amigo seu, que se encontrava em período de especialização e conhecia sempre novos modelos pelos quais todos estavam fascinados, disse-lhe certa vez: "Nós conhecemos constantemente novos métodos psicológicos e modelos de explicação, ninguém porém chega à idéia de vivê-los verdadeiramente. É que não sobra tempo para isso. E é por isso que me interessa vossa vida (a vida como monge beneditino). O que acontece quando alguém vive um tal modelo por vários decênios?"
A essa questão Grün lembra que as palavras, quando não vividas, são inúteis, lembrando o que pensava pai Jacó numa sentença dos patriarcas: "Não é só de palavras que se necessita. Pois existem muitas palavras entre as pessoas em nossa época. O que é necessário é a ação. E é isso que se busca e não palavras que não produzem nenhum fruto" (Apot 398).
Grün ainda afirma que a voz da Igreja primitiva nos chama no exemplo dos monges: "Reza incessantemente, pois somente a oração te tornará um homem completo e somente através da oração descobrirás a tua dignidade plena. Pois, de um modo muito especial, a oração aprofundará teu amor a Deus. E este há de tornar-se sempre mais forte até que um dia poderás contemplar aquilo que desejavas através da oração" (Evágrio, SobreOra 83s).
Em última instância o monge, na sustentação solitária e silenciosa de sua entrega voluntária e radical persegue uma única e obstinada meta em seu anseio por Cristo Senhor: "olhar incessantemente para a cruz e não desprezar todos os escândalos que se lhe apresentarem até alcançar o Crucificado" (Apot 1148). (4)
___________
Fontes consultadas e recomendadas:
1 Entrevista Antonio Linage Conde. Os Beneditinos e sua História. http://www.hottopos.com/notand2/linage.htm - acesso em 03/08/2008.
2 AQUINO, Felipe. Uma História que não é contada. O trabalho da Igreja Católica para salvar e construir a nossa civilização. Editora Cléofas. 2008. Várias transcrições desse artigo foram condensadas do capítulo IV A Força do Monaquismo e também O Monaquismo no Ocidente e a obra de São Bento, do mesmo livro. Convém lembrar que o prof. Felipe Aquino teve na pessoa do reconhecido monge beneditino D. Estêvão Bettencourt o seu diretor espiritual durante 40 anos.
3 JOÃO PAULO II. Encíclica Orientale Lumen. (Editrice Vaticana).
4 GRÜN, Anselm. O Céu começa em você. Editora Vozes. 2005.
Referências bibliográficas:
SUSTER, O.S.Br., Cardeal A. Ildefonso, "História de S. Bento e de Seu Tempo", Edições Lumen Christi, Mosteiro de S. Bento, Rio de Janeiro, 1956. Citado em "Uma História que não é contada", Felipe Aquino.
MONTALEMBERT, Charles, "The Monks of the West: From Saint Benedict to Saint Bernard", vol. 5, London, Nimno, 1896, p. 208.
MESSORI, Vittorio, "Questo meraviglioso Cristianesimo in cui non riesco a credere", Revista JESUS; setembro 1987, PP. 68-71. Citado em "Uma História que não é contada", Felipe Aquino.
Apot. Apotegmas dos padres do deserto (Sprüche der Väter. Apophthegmata Patrum, tradução de P. Bonifatius). Citado em O céu começa em você. Anselm Grün.
PÔNTICO, Evágrio. SobreOra. Sobre a oração (Praktikos. Über das Gebet, tradução e introdução de J. E. Bamberger. Citado em O céu começa em você. Anselm Grün.


Para citar este texto:
O papel dos beneditinos na formação da civilização cristã
Mensagens de Maria Santíssima e o último embate entre Igreja x anti-Igreja
http://www.mensagensdemaria.org/VerAIgrejaNaHistoria.php?codigo_artigo=106

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