quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quinta-feira, 11 de novembro de 2010, 09h51

Mensagem de Bento XVI por ocasião da Cúpula do G20

Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


A Sua Excelência
Sr. Lee Myung-bak
Presidente da República da Coreia
Sr. Presidente,

O encontro que acontece em Seul, dos Chefes de Estados e Governos das vinte e duas principais economias mundiais, juntamente com o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas e algumas Organizações regionais, bem como com os líderes de várias Agências especializadas, não é somente de importância global, mas também expressa claramente o significado e responsabilidade que a Ásia adquiriu no cenário internacional no início do século 21. A Presidência Coreana da cúpula é um reconhecimento do significativo nível de desenvolvimento econômico alcançado por seu país, que é o primeiro entre aqueles que não pertencem ao G8 a sediar o G20 e guiar sua decisão no mundo alterado pela crise. A Cúpula busca soluções para resolver questões complexas, das quais depende o futuro das próximas gerações e que também requerem a cooperação de toda a comunidade internacional, baseadas no reconhecimento – que é compartilhado e aceito por todos os povos – da primazia e centralidade do valor da dignidade humana, o objetivo final de suas escolhas.

A Igreja Católica, de acordo com sua específica natureza, considera a si mesma como envolvida nessa temática e compartilha das preocupações dos líderes que participam da Cúpula em Seul. Eu, portanto, encorajo-os a enfrentar os numerosos e sérios problemas que se apresentam a vocês – e, em certo sentido, a toda a pessoa humana hoje – tendo em mente as profundas razões para a crise econômica e financeira e dando a devida atenção às consequências das medidas adotadas para superar a crise, bem como procurando soluções duradouras, sustentáveis e justas. Ao fazê-lo, tenho a esperança que haverá uma forte tomada de consciência de que as soluções adotadas, nesse sentido, só funcionarão se, em última análise, estiverem destinadas a buscar o mesmo objetivo: o autêntico e integral desenvolvimento humano.

A atenção do mundo está focada em vocês e espera que soluções apropriadas sejam adotadas para superar a crise, com acordos comuns que não favoreçam alguns países em detrimento de outros. A história, além disso, lembra-nos que, não importa o quão difícil seja reconciliar as diferentes identidades sócio-culturais, econômicas e políticas, hoje, tais soluções, para serem efetivas, devem ser aplicadas através de uma ação conjunta que, acima de tudo, respeite a natureza do homem. É decisivo para o próprio futuro da humanidade mostrar ao mundo e à história que hoje, graças também à crise, o homem amadureceu a ponto de ser capaz de reconhecer que civilizações e culturas, bem como sistemas econômicos, sociais e políticos, podem e devem convergir em uma visão compartilhada da dignidade humana, que respeite as leis e normativas planejadas por Deus o Criador. O G20 responderá às expectativas depositadas nele e terá reflexos positivos para as gerações futuras se levar em consideração que diversos e algumas vezes contrastantes problemas afligem os povos na terra, se for capaz de definir as características do bem comum universal e demonstrar sua vontade de cooperar par alcançá-lo.

Com esses sentimentos, invoco as bênçãos de Deus sobre todos que participam da Cúpula de Seul e aproveito a ocasião para renovar a Sua Excelência as expressões de minha mais elevada consideração.

Dado no Vaticano, aos 8 de novembro de 2010.

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