sábado, 6 de novembro de 2010

A primeira grande derrota de Obama


Na eleição de amanhã nos EUA, o Partido Republicano deve conquistar a maioria dos deputados da Câmara dos Representantes (Representative House), que é como os americanos chamam a Câmara dos Deputados, por 10 pontos percentuais em relação aos democratas. Ou seja, o partido de Barack Obama deve perder a maioria – o que é normal… É o preço que o presidente americano normalmente paga no meio do mandato. Foi assim com George W. Bush, com Ronald Reagan e com Bill Clinton e agora é assim com  Obama.
No caso atual, a culpa ainda é da crise econômica, que Obama pegou já no final, mas que ainda causa estragos. O desemprego chega a mais de 9% da população economicamente ativa.
Uma pesquisa da rede CNN mostra que, a um dia da eleição, 51% dos entrevistados acham que o Partido Republicano vai vencer, contra 36% que  acham que  os democratas irão conseguir virar o jogo. O presidente Obama liderou nos últimos quatro dias uma tentativa final de reverter esses números. Mas hoje quem assumiu a batalha pelos votos foram seus enviados: o vice-presidente Joe Biden, a primeira-dama Michelle e o ex-presidente Bill Clinton, que estiveram em Nevada, Virginia, Kentucky, Florida, Delaware e Vermont.
Nesses primeiros dois anos de governo desde a histórica eleição de 2008, Obama conseguiu muitas coisas: a aprovação, graças a sua maioria no Congresso, da reforma da saúde – perseguida sem sucesso pelo Partido Democrata havia décadas -, da reforma financeira (que deu maior poder de intervenção ao Estado no setor) e de um plano econômico de US$ 787 bilhões. A perda da eleição amanhã deve bloquear a agenda política, mas não deve afetar a eleição presidencial de 2012, na qual Obama deve ser candidato à reeleição.
Com o Congresso na mão dos republicanos, a política deve se voltar mais para a questão externa. Em julho do ano que vem, os EUA devem começar a retirada do Afeganistão. E até o final de 2011, todas as tropas americanas terão saído do Iraque. Deverá haver ainda uma maior atenção para a relação com a China, a quem o governo americano atribui boa parte do desequilíbrio da economia global.

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