sábado, 19 de fevereiro de 2011

Entrevista com Jorge Caldeira, autor de “História do Brasil com Empreendedores”


Recebi no final da semana passada uma transcrição da entrevista feita por Geraldo Samor, do Podcast Rio Bravo, com o autor do livro “História do Brasil com Empreendedores”, Jorge Caldeira, lançado pela Editora Mameluco no final do ano passado. Ele também foi autor do livro “Mauá, empresário do Império”, publicado pela Companhia das Letras. Uma crônica sobre a ascensão e queda do empresário Irineu Evangelista de Souza, a construção de seu império e a bancarrota que resultou de sua perda de apoio político.

Nessa entrevista mostra aspectos interessantes sobre o nascimento do empreendedorismo no Brasil depois da colonização e põe em xeque a história contada de que éramos um país baseado basicamente por produções latifundiárias com mão de obra escrava. Um conteúdo interessante para quem busca entender as raízes e origens do empreendedorismo brasileiro.
Para quem achar mais agradável ouvir a entrevista, basta entrar no link www.riobravo.com.br/podcast/podcast140.mp3 para cair diretamente na página do podcast, ou ficar por aqui e ler a entrevista na integra… boa leitura!
Jorge, o título do seu livro me faz lembrar aquela época no regime soviético em que os desafetos do regime eram apagados das fotos. O empreendedor brasileiro foi expurgado dos livros de história ao logo do tempo?
Olha, em alguma medida, é verdadeiro que a cultura brasileira é uma cultura que não reconhece o papel do empreendedor. Esse livro, “História do Brasil com Empreendedores”, trata basicamente do período colonial – portanto, do período anterior ao capitalismo -, um período que o Marx chama de acumulação primitiva, onde a economia era mercantilista, mas aonde a figura do empreendedor era essencial. E essencial para entender o que é o Brasil, pra gente pensar o que é o Brasil. Então, não é só uma questão de economia, mas é uma questão de como pensamos em nós mesmos. E as duas coisas estão muito interligadas, porque o livro trata de um aspecto que é um conjunto de dados que economistas, que fazem história econômica com métodos quantitativos em geral, foram reunindo ao longo dos últimos setenta anos que mostram as seguintes tendências: primeiro lugar, a economia da colônia Brasil entre 1500 e 1822 cresceu num ritmo maior do que a economia da metrópole Portugal. A economia mercantil do Brasil era nada em 1500, e era bem maior do que a de Portugal – ainda há discussões sobre números precisos -, mas há certeza absoluta de que era maior em 1800.
Num regime de monopólio comercial entre metrópole e colônia, só tem um jeito do crescimento da economia da colônia ser maior do que o da metrópole, que é: os setores não exportadores, na relação com a metrópole, serem mais dinâmicos e terem taxas de crescimento maiores do que aqueles que ligam a colônia à metrópole via exportação. Isso, eu acho que nenhum historiador econômico hoje discorda desta primeira característica. A segunda característica, que é quantitativa, medida, e que eu também acho que é senso comum entre os historiadores de economia hoje, é a de que a pequena unidade produtiva – não necessariamente propriedade, porque havia gente que tinha pequenas rochas em propriedade alheia, mas isso era reconhecido – era a forma dominante de produção econômica e a forma dominante no mercado interno. Quantitativamente, como que é isso? Por volta de 1800, 62% a 70% da população… Dependendo se você considerar os índios uma população livre, e obviamente eles eram assim considerados na época e eu acho que é correto, pois faziam parte da economia brasileira… Então, 70% da população total, era população livre. Esta população livre tinha um conjunto muito grande de unidades produtivas, basicamente era uma coisa quase familiar – a dimensão de um negócio típico de 1800, era uma dimensão familiar. Então, o grosso da população brasileira dedicava-se a pequenas explorações sem escravo e, entre 2/3 e ¾, todas as unidades produtivas eram unidades produtivas familiares sem escravos. Ou seja, a produção brasileira básica de 1800 era desta gente. Todos, ou praticamente todos, empreendedores que dominavam, tinham seus meios de produção – no jargão marxista -, e eram, portanto, trabalhadores livres – no sentido marxista -, que produziam, dominavam o circuito da sua produção e recebiam, como lucro, com a venda da sua produção.
Então, isto é a imensa maioria da população em 1800.
Eram empreendedores principalmente agrícolas?
De todos os tipos: agrícolas, de transportes, com tropas, de artesanatos, de várias profissões… As unidades não eram muito maiores do que uma família, então, tudo que a família conseguia fazer, em geral, entrava na produção e era um pouco de tudo – era pouco especializado.
Mas esta era a base produtiva da colônia, a base da dinâmica da economia colonial. Segundo lugar: alguma coisa como 1/3 das unidades produtivas tinham escravos, só que, na imensa maioria dessas unidades, eram de cinco escravos para menos. A média de escravos por proprietários na economia colonial era de cinco. O que quer dizer que, ao lado da família ou do empreendedor que produziam sem escravos, tinha o que tinha: um ou dois escravos e uma unidade econômica pequena. Isso chega a 90% do total das unidades produtivas e é nessas unidades – basicamente, empreendedoras – que estava a dinâmica toda da economia colonial. E era uma dinâmica mercantil. Não era capitalista, no sentido que você não tinha trabalho assalariado, mas era mercantil; era produção para o mercado. Todas essas unidades produziam para o mercado – em grau maior ou menor – e esta produção somada é que dava a dinâmica imensa da economia colonial brasileira. Não era o setor exportador.
Você tinha também toda a acumulação de capital dentro desse circuito. A acumulação ia do índio que trocava o machado de ferro por algodão, ou o que seja, até a economia monetizada. Tudo era troca de mercadorias. Então, você tem uma economia mercantil ativa e é aí que está a dinâmica real da economia colonial. E você tinha grande propriedade com muito escravo em lugares muito limitados, e algumas ligadas ao setor exportador. Outras, não necessariamente. Tinha muita coisa ligada ao transporte, porque tinha grande escravidão em algumas unidades mineradoras – que não exportavam ouro, mas o produziam para virar moeda da economia colonial.
Então, isto é o retrato de uma dinâmica econômica baseada numa figura que era o empreendedor, aquele que veio para a América para enriquecer, e não, um membro da sociedade feudal, porque estamos falando de um período em que a Europa era feudal, onde as pessoas morriam na posição social em que nasciam. E esse, que vinha de fora, se juntava a outro igualmente empreendedor que era, basicamente, o índio que deixava de lado sua cultura local para se associar via casamento ou via aliança com esse que chegava de fora. Os dois juntos, com o sentido empreendedor: você aceitar o de fora é você aceitar novidade na vida, aceitar crescer, subir na vida.
Este encontro propiciou um Brasil empreendedor. Isso é o primeiro cenário do livro, que é o cenário que trata de economia. O segundo ponto que o livro trata é: as interpretações que nós brasileiros fazemos de nós mesmos. Nós nos interpretamos de um modo soviético. De uma realidade econômica que é dinâmica e empreendedora, nós recortamos fora essa figura, por algum processo. Que processo é esse? Aí, eu estudo interpretações do Brasil que foram criadas durante o século XIX e século XX. Eu paro tudo em uma interpretação criada no século XX pelo Caio Prado Júnior, que é considerado o fundador da interpretação marxista de história do Brasil, e que basicamente diz o seguinte: o primeiro é um livro que se chama “Evolução política do Brasil”, onde ele diz que o atraso central do Brasil se deve ao fato de ter sido uma sociedade organizada em latifúndios de grande produção – onde o trabalho escravo era central -, e aonde a produção para o mercado ainda era marginal. O mercado interno ainda existia e era marginal. E, num segundo livro, chamado “Formação do Brasil Contemporâneo”, que é de 1942, ele introduz um acréscimo a ideia do latifúndio, transformando no latifúndio o agrário exportador e um conceito de sentido da colonização que, além de latifundiária, a produção era organizada para fornecer mercadorias baratas para o mercado externo – o que deixava o mercado interno marginal, que nunca se desenvolveu. E o atraso posterior ao período colonial se deve à herança colonial que teria sido, esta, de uma organização latifundiária da produção.
Como você pode ver, essa é uma interrelação que confronta os dados de conhecimentos atuais. Quando ela foi feita, em 1933, não existiam esses dados de pesquisas que eu dei, de pequena propriedade, tamanho, volume, capacidade de produção, o PIB do Brasil… Nada disso era conhecido. Mas a hipótese pegou. E a interpretação é vigente. Hoje, é quase a língua oficial; é como nós entendemos a história da colônia.
A ideia de que a herança colonial transformou o brasileiro num povo menos empreendedor.
Não só isso, como que o mercado externo e a escravidão eram os fundamentos, e não o trabalho do empreendedor e a economia livre – mercantil, ainda, mas livre.
Você descreveu o europeu que veio para o Brasil como um empreendedor. Ele e o índio, juntos, formaram essa cultura de empreendedorismo. Mas, em que medida, também, havia muitos europeus no Brasil que vieram para cá em busca de um cartório?
Como se pode definir de maneira mais ampla o que é o empreendedor? É alguém que quer, durante a sua vida, construir algo que seja seu próprio destino. Quer dizer, ele não se conforma com o destino de nascimento e constrói algo melhor para si mesmo, constrói seu próprio destino, construindo uma obra que, em geral, gera uma posição melhor, gera enriquecimento – que seja do espírito ou material.
Esse é o conceito amplo de empreendedor. Em 1500, para qualquer pessoa que saía da sociedade feudal e vinha fazer a vida em outro lugar, estava empreendendo. Comparada à época medieval – onde não existia cartório, aliás -, você mudar de vida era muita coisa. Você veio recomeçar e veio fazer alguma coisa para enriquecer. Do mesmo modo, isso vale igualmente para os índios que aceitavam a chegada dessa outra pessoa; está mudando o seu destino tradicional e trocando por um destino que vai ser construído naquele momento que eu estou vivendo por uma aliança.
Então, é isto que dá dinâmica para a economia brasileira até hoje. O importante disso é perceber que isso não é só uma questão de ideias. É o PIB, a composição da economia, a economia real, o existente, imensurável.
O livro estabelece uma relação entre a produção intelectual do Caio Prado Júnior, um dos grandes historiadores brasileiros, morto em 1990, e o de Oliveira Vianna, um historiador conservador. Que semelhanças são essas e por quê elas são importantes do ponto de vista histórico?
O que é real é empreendedor, pequena propriedade e uma grande mercantilização da economia, se comparada à de Portugal. Isto é ao contrário da percepção que latifúndio, classe dominante, escravidão e desigualdade social… O ponto, aí, que eu analiso é: de onde veio essa ideia? São ideias dominantes sobre o passado que não têm nada a ver com a realidade conhecida hoje.
Então, a primeira ideia dominante no passado, mais conhecida, é essa vertente do Caio Prado que atribui esta ideia, que atribui a latifúndio, que diz o seguinte: isso é uma análise marxista da história; o conhecimento de Marx gerou esta interpretação. Isso diz o Caio Prado, de si mesmo, e assim ele é reconhecido. Como essa interpretação não batia com a realidade, pensei: “Espera aí, o Marx não tem um pensamento que gere esse tipo de coisa”. Então, fui lá ver o que o Caio Prado conhecia de Marx. Quase nada, quando escreveu o primeiro livro. Mas então, como que ele inventou uma interpretação do Brasil? Nasceu sabendo? Foi uma intuição genial? Aí, fui ver com quem que ele tinha estudado e ele, na verdade, o Caio Prado foi discípulo do Oliveira Vianna, que é um pensador conservador. “Conservador” no sentido claro do conservadorismo do império: alguém que pensa que o Estado está acima da sociedade; que a sociedade, no Brasil, não tem forma; que tudo que acontece de civilizado no Brasil, foi o Estado que fez. Este senhor, Oliveira Vianna, em 1922, escreveu um livro chamado “Evolução do povo brasileiro”. Desse livro – que existe em dois capítulos separados – vem dele a ideia de que o senhor local, que é o inimigo do Estado central, é o problema do Brasil. Porque ele é o coronel, o mandão, o latifundiário. Ele criou a figura do latifundiário como a explicação do Brasil, durante a República Velha, para dizer que o federalismo, o empreendedorismo, liberdade de capitais – que eram os perigos da República Velha – eram não as razões do progresso do Brasil, mas as fontes do atraso do Brasil.
Esse discurso do Oliveira Vianna foi, senão copiado, mas apropriado pelo Caio Prado Júnior quase na íntegra. No meu livro tenho um capítulo de dez páginas que são cinco páginas de parágrafos do Oliveira Vianna, de “Evolução do povo brasileiro”, cinco páginas de parágrafos de “Evolução política do Brasil”. Um posto do lado do outro para ver que a argumentação é essencialmente semelhante num grau muito alto. O Caio Prado já tinha citado Oliveira Vianna antes, e etc. Não é só o marxismo que tem a ideia de que o passado é latifundiário: o pensamento conservador brasileiro. E aí, a ideologia econômica conservadora brasileira, que é uma ideologia econômica de restrição monetária, de viver em um padrão ouro, não deixar manter o controle da vida financeira no Estado ao modo do antigo regime. Esse aí é o ponto central. Eu vou ao Oliveira Vianna, percorro desde o século XVIII, ao chamado pensamento corporativo. Que a metáfora desse pensamento central é: a sociedade tem uma cabeça, que é o Estado, e a sociedade é um corpo que cumpre as ordens do Estado; tudo que é inteligente, vivo, humano, bom, da sociedade, está no Estado e o resto é resto, para cumprir ordens do Estado e obedecer aquilo que emana da cabeça. Esta metáfora é a base do pensamento corporativa e é a base do pensamento do Oliveira Vianna. É desta herança que o Caio Prado extraiu suas ideias.
Essa herança é antigo regime, é Aristóteles. A ideia de que o poder é sagrado, de que o poder está acima da sociedade não tem nada a ver com o poder do governo. Esta mistura entre pensamento conservador e marxismo que é interpretação corrente do passado brasileiro hoje. E esse livro ataca de frente isto, porque não corresponde a fatos observáveis; isto é uma ficção ideológica, seja na sua vertente conservadora, seja na sua vertente marxista.
E é disso que o livro trata. Primeiro, mostrar como era economia. Segundo, por quê que essa interpretação que não tem nada a ver com os fatos é tão dominante e por quê que isso é feito. Aí, tem a parte final do livro que é analisar qual eram as articulações na sociedade brasileira, na sua base, que faziam uma economia mercantil empreendedora pujante. E aí, eu começo das sociedades nativas que participavam da economia, participavam do sistema de troca, até passando pelos sertanejos populares e muito esquecidos daquela época que faziam tudo por fiado. Quer dizer, as pequenas unidades produtivas como o poceiro, o agregado, os pequenos todos, se financiavam por fiado. Ou seja, era uma economia de trocas mercantis, mas não de circulação de moeda. Tinha muito mais troca mercantil do que circulação de moeda, mesmo depois da presença do ouro na economia local. E com a presença do ouro, a partir de 1700, isso se ampliou. Aí sim, ele já era quase empresário porque o empreendedor, em geral, não tem capital nenhum; seu capital é o seu trabalho.
A partir do século XVIII você já tem muito empresário que mistura a posse de capital com o trabalho de empreender, que faz atividades de maior porte. Então, é basicamente esse o escopo do livro.
Mesmo assim, o brasileiro sendo majoritariamente empreendedor, o espírito de cada tempo afeta a propensão a empreender, não? Por exemplo, hoje, tem muita gente estudando para passar em concurso público porque um cargo no Estado ainda é visto como estabilidade. Estas pessoas querem estar estáveis mesmo em uma economia que muda a cada cinco anos, com a tecnologia e tudo. O futuro pertence a esses que empreendem ou a esses que querem se juntar às tecnocracias?
Acho que hoje a gente precisa começar a discutir esses dois objetivos. A ideia desse livro – não é aplicado a ele, porque o livro só trata de economia colonial… Mas, claramente, um entendimento novo do passado permite entender de um modo novo também os problemas atuais. Eu diria que a propensão a concurso público é protegida se você concorda com a ideologia de que o Estado está acima dos outros, então, ele arregimenta em condições melhores e dando privilégios porque ele está acima dos outros. Na versão conservadora ou na versão “de esquina”, porque só o Estado produz igualdade. Se não tiver isso, ele só tem desigualdade. A condição natural do capitalismo é fazer desigualdade. Essas duas coisas precisam ser mudadas, ser discutidas. É assim mesmo? É esta a proporção das coisas?
A sociedade brasileira de hoje tem 10% das pessoas formadas na universidade. É uma sociedade que vai ser definida como uma sociedade de dependentes? A população que está, finalmente, chegando perto dos 100% na escola é uma população incapaz de tomar decisões e reconhecer seus próprios interesses ou é uma população confiável? E, finalmente, acima de tudo, uma questão política: o governo está acima da sociedade, como dizia a filosofia política do antigo regime, ou o governo é representação da sociedade? O eleito recebeu um mandato que vem da sociedade e deve satisfações à ela; ele não passa a se fingir de rei ou populista. Essa é a pergunta.
Não te parece um contra senso que, em uma economia que tem crescido muito e que tem gerado e distribuído renda, que ainda tenha tanta gente fascinada com o Estado como provedor de tudo?
Acho que é muito mais fascinante se você pensar o contrário. Quer dizer, no começo dos anos 90 se dizia o seguinte: qualquer abertura da economia brasileira – dada o nosso baixo grau de educação, baixa capacidade do povo, etc. – ia levar a um desastre porque não teríamos condição de reagir à novas tecnologias e coisas do gênero. Fez-se uma abertura imensa que foi saudada por todo mundo que comprou um celular, por todo mundo que aproveitou a condição da moeda e quem lida com informática é o pobre na lan house, não é a elite. Quem tem mais Facebook e participação nas redes sociais? Brasileiros pobres… A ideia de que a gente não aguenta a globalização …ao contrário, o Brasil é uma nação globalizada por dentro. São raras as pessoas no Brasil que têm a virtude de saber que causas como: estabilidade, abertura, competição real e exposição ao progresso, são causas que o brasileiro comum abraça com a maior tranqüilidade. E quem apostava nessas coisas nos anos 90, viu um outro mundo acontecer com abertura e estabilidade.
O que a gente não entende é: de onde vêm esses valores? De onde vem essa crença? Porque as explicações sobre o Brasil conservadoras iam nesta vertente marxista, vindas pela ideia do latifúndio e o trabalho escravo são, amplamente majoritárias, da elite. Mas não na realidade.
Muita gente vê paralelos entre a trajetória do Barão de Mauá e a do empresário Eike Batista. Você escreveu o livro. Que paralelo você acha que existe?
Olha, eu não conheço a estrutura dos negócios do Eike Batista como eu conheci e estudei – e levei anos para entender – a estrutura dos negócios do Mauá.
O Mauá é uma figura que, em vida, foi personagem do Júlio Verne como um homem de visão. Quer dizer, em “Da Terra à Lua”, está lá escrito no livro, na época que o Mauá era vivo. Um visionário que queria ir para a lua e que precisa de financiamento. E aí, uma figura vai lá e avisa: “Olha, você vai conseguir financiamento com os homens que vêm o futuro, pois lá, doze homens que vêm do futuro e um deles é o Barão de Mauá, no Rio de Janeiro”.
Então, eu não sei se hoje as coisas têm esta dimensão, o maior problema é saber se ele vai, um dia, chegar a algo como isto. O Eike está construindo. E não se sabe aonde vai chegar essa construção. O Mauá já tinha construído quando isso foi escrito. Quer dizer, o império de Mauá era uma coisa que já tinha forma e alguma substância. Não eram coisas que estavam só em projeto, ainda.

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