Europa: Comissão dos bispos católicos critica diplomacia da UE
A Comissão dos Episcopados Católicos
da Comunidade Europeia (COMECE) criticou os responsáveis diplomáticos
da União por não terem chegado a acordo sobre uma declaração comum em
condenação das perseguições religiosas.
Em comunicado, a COMECE, com sede em
Bruxelas (Bélgica), manifesta “profundo pesar” pela “hesitação
diplomática” manifestada na última reunião do Conselho de Negócios
Estrangeiros da União Europeia (UE), que decorreu entre 31 de Janeiro e 1
de Fevereiro.
Considerando “incompreensível” a falta
de acordo dos representantes dos 27 estados da União Europeia, a nota da
COMECE sublinha que “vidas inocentes estão a ser
ceifadas em ataques atrozes contra cristãos e outras minorias, em todo o mundo.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros
da UE acordaram voltar ao tema numa data posterior, evitando subscrever
qualquer tipo de documento sobre a matéria.
Para os episcopados católicos da União, o
acordo falhou porque vários ministros rejeitaram uma “referência
específica aos cristãos” entre as vítimas de perseguição religiosa.
“A COMECE interroga-se sobre esta
hesitação, dado que a opinião pública na Europa já tomou consciência da
situação particular dos cristãos no Médio Oriente, após os recentes
ataques contra igrejas no Iraque e no Egipto”, assinala o comunicado,
enviado à Agência ECCLESIA.
Segundo a Rádio Vaticano, Portugal
esteve entre o grupo de países que propôs uma emenda em que se
condenavam tanto os atentados contra as comunidades cristãs como os que
atingiram muçulmanos xiitas em Kerbala, no centro do Iraque.
Na última semana, a Assembleia
Parlamentar do Conselho da Europa adoptou em Estrasburgo, França, uma
resolução que condena a recente vaga de atentados contra cristãos no
Médio Oriente.
Também em Janeiro, o Parlamento Europeu
tinha pedido uma “estratégia” da UE para o respeito da liberdade
religiosa, que inclua “uma série de medidas contra os Estados que
deliberadamente não protejam as confissões religiosas”.
Os bispos da União Europeia considera
que os ataques contra cristãos “não são casos isolados” e que a
perseguição no Médio Oriente, em particular no Iraque, “pode levar ao
desaparecimento das comunidades cristãs, nos próximos meses”.
“As estatísticas sobre a liberdade
religiosa, nos anos mais recentes, mostram que a maioria dos actos de
violência religiosa são perpetrados contra cristãos”, pode ler-se na
nota oficial da COMECE.
No dia 1 de Janeiro de 2011, um atentado
com um carro armadilhado, frente a uma igreja em Alexandria, segunda
cidade mais populosa do Egipto, provocou 23 mortos e dezenas de feridos.
A 31 de Outubro de 2010, um ataque
contra a catedral siro-católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em
Bagdad, capital do Iraque, matou dois sacerdotes e mais de cinquenta
fiéis, quando estes se encontravam reunidos para a celebração da Missa.
Fonte: Agencia Ecclesia
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