Nesta
terça, dois navios de guerra do Irã passarão pelo Canal do Suez, no
Egito, o que não acontecia desde 1979, rumo à Síria, onde participarão
de exercícios… militares!!!
Veja o
mapinha aí, leitor! O canal é essa passagem que separou a Península do
Sinai do Egito. Para chegar às águas territoriais da Síria, que ainda
não desistiu de destruir Israel, os navios do Irã, que também promete
destruir Israel, terão de passar pela costa do país ameaçado — ou
quase: para todos os efeitos, serão águas internacionais.
Israel
considera a passagem aquilo que é: uma provocação. Síria e Irã
financiam o Hamas e o Hezbollah. Um movimento terrorista usa a Faixa de
Gaza como base para atacar Israel; o outro integra o governo do Líbano!
Irrelevante?
Acho que não! Parece ser esse um péssimo sinal. Em tese ao menos, o
governo do Egito continua a ser o mesmo, só que sem Hosni Mubarak. A
autorização para que os navios iranianos atravessem o Suez significa um
sinal para Israel, com quem o país mantém um acordo de paz: “Nada será
com antes!”. E não será — como aqui já se disse muitas vezes.
Se
navios iranianos não transitavam por ali desde 1979, quando houve a
revolução islâmica, menos ainda deveriam fazê-lo agora, quando o Irã
desafia o mundo com o seu programa nuclear e não nega — embora tenha
parado de afirmá-lo — que pretende destruir Israel.
A
própria imprensa israelense tem dito que o país precisa ficar atento ao
novo status que começa a surgir na região. Qualquer que seja o
desdobramento, para Israel, será pior, sem dúvida. Uma coisa é o aumento
da tensão. Outra, diferente, é uma provocação. E olhem que ela é
precoce. Insisto: o establishment egípcio ainda é o mesmo da era
Mubarak. Imaginem quando mudar, e a Irmandade Muçulmana, que será um
partido, estiver fazendo seu proselitismo livremente.
Ao permitir a passagem, a quem os militares do Egito estão acenando? Eu aposto que não é à paz e à civilização!
Arnaldo
Jabor escreveu outro dia que a “tragédia” é preferível à falsa paz de
agora. Pois é… Sábias palavras, não é mesmo? Por que não a tragédia?
Por Reinaldo Azevedo
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