A
"reforma protestante" se expandiu rapidamente porque foi imposta de
cima para baixo sem exceção em todos os países em que logrou vingar. O
povo foi obrigado a "engolir" as novas doutrinas porque os reis e
príncipes cobiçavam as terras e bens materiais da Igreja Católica.
Infelizmente nesta época a Igreja era rica de bens materiais e pobre de
bens espirituais. Foi com os olhos postos nesta riqueza mundana que os
soberanos "escolheram" para si e para seu povo as doutrinas dos novos
evangelistas, esquecidos de que todo ouro, terra ou prata se enferruja e
fenece conforme ensina a escritura: "O vosso ouro e a vossa prata estão enferrujados e a sua ferrugem testemunhará contra vós e devorará as vossas carnes"
( Tg 5, 2-3 ). Prova isto o fato de que as primeiras providências eram
recolher ao fisco real tudo o que da Igreja Católica poderia se
converter em dinheiro.
INGLATERRA: foi "convertida" na marra porque o rei
Henrique VIII queria se divorciar de Ana Bolena. Como a Igreja não
consentiu, ele fundou a "sua" igreja obrigando o parlamento a aprovar o
"ato de supremacia do rei sobre os assuntos religiosos". Padres e bispos
foram presos e decapitados, igrejas e mosteiros arrasados, católicos
aos milhares foram mortos. Qualquer aproveitador era alçado ao posto de
bispo ou pastor. Tribunais religiosos (inquisições) foram montados em
todo o país. ( Macaulay. A História da Inglaterra. Leipzig, tomo I, pgna
54 ). Os camponeses da Irlanda pegaram em armas para defender o
catolicismo. Foram trucidados impiedosamente pelos exércitos de
Cromwell. Ao fim da guerra, as melhores terras irlandesas foram
entregues aos ingleses protestantes e os católicos forçados à migrar
para o sul do continente. Cerca de 1.000.000 de pessoas morreram de fome
no primeiro ano do forçado exílio. Esta guerra criou uma rivalidade
entre ingleses protestantes e irlandeses católicos que dura até hoje, e
volta e meia aparecem nos noticiários.
ESCÓCIA: O poder civil aboliu por lei o catolicismo e
obrigou todos a aderir à igreja "calvinista presbiteriana". Os padres
permaneceram, mas tinham de escolher outra profissão. Quem era
encontrado celebrando missa era condenado à morte. Católicos
recalcitrantes foram perseguidos e mortos, igrejas e mosteiros
arrasados, livros católicos queimados. Tribunais religiosos
(inquisições) foram criados para condenar os católicos clandestinos. (
Westminster Review, Tomo LIV, p. 453 )
DINAMARCA: O protestantismo foi introduzido por obra e
graça de Cristiano II, por suas crueldades apelidado de "o Nero do
Norte". Encarcerou bispos, confiscou bens, expulsou religiosos e
proclamou-se chefe absoluto da Igreja Evangélica Dinamarquesa. Em 1569
publicou os 25 artigos que todos os cidadãos e estrangeiros eram
obrigados a assinar aderindo à doutrina luterana. Ainda em 1789 se
decretava pena de morte ao sacerdote católico que ousasse por os pés em
solo dinamarquês. ( Origem e Progresso da Reforma, pgna 204, Editora
Agir, 1923, em IRC )
SUÉCIA: Gustavo Wasa suprimiu por lei o Catolicismo.
Jacopson e Knut, os dois mais heróicos bispos católicos foram
decapitados. Os outros obrigados a fugir junto com padres, diáconos e
religiosos. Os seminários foram fechados, igrejas e mosteiros reduzidos a
pó. O povo indignado com tamanha prepotência pegou em armas para
defender a religião de seus antepassados. Os Exércitos do "evangélico"
rei afogaram em sangue estas reivindicações.(A Reforma Protestante, Pgna
203, 7ª edição, em IRC. 1958)
SUIÇA: O Senado coagido pelo rei aprovou a proibição
do catolicismo e proclamou o protestantismo religião oficial. A mesma
maldade e vileza ocorreram. Os mártires foram inumeráveis. ( J. B.
Galiffe. Notices génealogiques, etc., tomo III. Pgna 403 )
HOLANDA: Aqui foram as câmaras dos Estados Gerais a
proibir o catolicismo. Com afã miserável tomaram posse dos bens da
Igreja. Martirizaram inúmeros sacerdotes, religiosos e leigos. Fecharam
igrejas e mosteiros. A fama e a marca destes fanáticos chegou até ao
Brasil. Em 1645 nos municípios de Canguaretama e São Gonçalo do Amarante
ambos no atual Rio Grande do Norte cerca de 100 católicos foram mortos
entre dois padres, mulheres, velhos e crianças simplesmente porque não
queriam se "batizar" na religião dos invasores holandeses. Foram
beatificados como mártires este ano.Em 1570 foram enviados para o Brasil
para evangelizar os índios o Pe Ináciode Azevedo e mais 40 jesuítas.
Vinham a bordo da nau "S. Tiago" quando em alto mar os interceptou o
"piedoso" calvinista Jacques Sourie. Como prova de seu "evangélico" zêlo
mandou degolar friamente todos os padres e irmãos e jogar os corpos aos
tubarões (Luigi Giovannini e M. Sgarbossa in Il santo del giorno, 4ª
ed. E.P, pg 224, 1978).
ALEMANHA: Na época era dividida em Principados. Como
havia muito conflito entre eles, chegaram no acordo que cada Príncipe
escolhesse para os seus súditos a religião que mais lhe conviesse.
Princípio administrativo do "cujus regio illius religio". Os príncipes
não se fizeram rogar. Além da administração mundana, passaram também a
formular e inventar doutrinas. A opressão sangrenta ao catolicismo pela
força armada foi a consequência de semelhante princípio. Cada vez que se
trocava um soberano o povo era avisado que também se trocavam as
"doutrinas evangélicas" (Confessio Helvetica posterior ( 1562 ) artigo
XXX ). Relata o famoso historiador Pfanneri: "uma cidade do Palatinado
desde a Reforma, já tinha mudado 10 vezes de religião, conforme seus
governantes eram calvinistas ou luteranos" ( Pfanneri. Hist. Pacis
Westph. Tomo I e seguintes, 42 apud Doellinger Kirche und Kirchen, p.
55)
ESTADOS UNIDOS: Para a jovem terra recém descoberta
fugiram os puritanos e outros protestantes que negavam a autoridade do
rei da Inglaterra ou da Igreja Episcopal Anglicana. Fugiram para não
serem mortos. Ao chegarem na América repetiram com os indígenas a
carnificina que condenavam. O "escalpe" do índio era premiado pelo poder
público com preços que variavam conforme fossem de homem maduro, velho,
mulher, criança ou recém-nascido. Os "pastores" puritanos negavam que
os peles vermelhas tivessem alma e consideravam um grande bem o
extermínio da nobre raça. EM RESUMO em nenhum país cuja maioria hoje é
protestante foi convertida com a bíblia na mão. Foram "convertidos" a
fogo e ferro, graças à ambição dos reis e príncipes. Exceção é feita no
presente século onde a tática mudou. Agora o que ocorre é uma invasão
maciça de seitas de todos os matizes, cores e sabores financiados pelos
EUA. Pregam um cristianismo fácil, recheado de promessas de sucessos
financeiros instantâneos ou quando não, promovem como saltimbancos
irresponsáveis shows de exorcismos e curas às talargadas. Antes
matava-se o corpo. Hoje estraçalha-se a razão e o bom senso.
Dificilmente se conhece um "evangélico" que não seja de todo um
ignorante nas Sagradas Escrituras ou tenha para com a Igreja de Cristo
um ódio mortal e uma ignorância lamentável. Cursinhos de "teologia" ou
"Apologética" onde pouco ou nada se estuda sobre a Bíblia, os escritos
dos primeiros cristãos ou história séria são ministrados aqui e ali para
fisgar os incautos que abandonam a Igreja duas vezes milenar fundada
por Cristo e herdeira de suas promessas para seguir opiniões de
aventureiros fundadores de igrejolas e seitas. Falsos profetas que se
enganam e enganam. Cegos condutores de cegos ( MT 15, 14 ). Que rodeiam o
mar e a terra, para fazer um discípulo, e quando o fazem o tornam duas
vezes mais digno do inferno do que eles ( MT 23, 15 ).
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