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Ética empresarial na “Caritas in veritate”
ROMA, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org)
- A ética é uma ferramenta para a empresa não porque ela acaba
produzindo lucro ou vantagem competitiva - o que seria materialismo -,
mas como parte da caridade, que coloca a pessoa humana no centro, como
indicou Bento XVI em sua encíclica "Caritas in veritate".
Esta foi uma das reflexões do seminário "Management by Ethics na Itália: como e por quê. Gestão empresarial e ética clássica ao serviço da pessoa", que teve lugar na terça-feira, em Roma, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, no final de um ciclo de reuniões realizadas em 2010, com a participação de vários protagonistas do setor.
Luis Romero, reitor da universidade, esteve presente e considerou os resultados como "um ponto de partida" para aprofundar no assunto. "É preciso concretizar as linhas que, pelo menos para nós, são essenciais, conforme descrito na Caritas in Veritate."
Entre os palestrantes, estava o professor Stefano Zamagni, da Universidade de Bolonha; o presidente do Union Camere, Cremonesi Giancarlo; e outro gestores, que falaram sobre sua experiência concreta, diante de cerca de 300 pessoas, no auditório da universidade.
"A Caritas in veritate coloca no centro não a empresa, mas o homem, que deve ser um valor em si e não pelas vantagens que dará à empresa", disse o gestor italiano Francesco Sperandini.
"A ética é difícil de aplicar, mas é um percurso feito com pequenos passos na direção indicada pela Caritas in Veritate", afirmou Cremonesi, que percebeu no debate "o estupor pelo fato de que um bom gestor tenha de ser também um bom pai e um bom marido"; e porque "o lucro não é apenas econômico, mas global, pois o homem está destinado a uma realidade espiritual infinita".
O professor Zamagni, conhecido na Itália por sua eloquência, recordou que no seu país se começou a falar sobre ética social há menos de 20 anos, dadas as "vítimas da influência marxista, para a qual a empresa era um lugar de exploração que merecia ser destruído", e por uma cultura católica que "favorecia o social, abandonando a esfera econômica" e "esquecendo do empresariado", além de um pensamento liberal, no qual "o Estado era o depositário de valores e princípios".
"Diante disso, está a ética da virtude, do bem indivisível (...), do empresário que consegue gerar lucro sem estar contra ninguém nem prescindindo dos outros."
E ironizou sobre as palavras do presidente espanhol Zapatero que, ao contrário de Santo Agostinho, que dizia que "a verdade vos tornará livres", disse sobre a legislação no campo da bioética que "a liberdade vos tornará verdadeiros".
"Hoje, como ajuda, chegou a Caritas in Veritate", que trouxe luz sobre o assunto, disse Zamagni, recordando como, enquanto membro do conselho administrativo do hospital pediátrico vaticano Bambino Gesù, propôs uma série de mudanças na organização do trabalho, para premiar os funcionários motivados por razões vocacionais, obtendo, assim, indicadores positivos de produtividade.
(Sergio Mora)
Esta foi uma das reflexões do seminário "Management by Ethics na Itália: como e por quê. Gestão empresarial e ética clássica ao serviço da pessoa", que teve lugar na terça-feira, em Roma, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, no final de um ciclo de reuniões realizadas em 2010, com a participação de vários protagonistas do setor.
Luis Romero, reitor da universidade, esteve presente e considerou os resultados como "um ponto de partida" para aprofundar no assunto. "É preciso concretizar as linhas que, pelo menos para nós, são essenciais, conforme descrito na Caritas in Veritate."
Entre os palestrantes, estava o professor Stefano Zamagni, da Universidade de Bolonha; o presidente do Union Camere, Cremonesi Giancarlo; e outro gestores, que falaram sobre sua experiência concreta, diante de cerca de 300 pessoas, no auditório da universidade.
"A Caritas in veritate coloca no centro não a empresa, mas o homem, que deve ser um valor em si e não pelas vantagens que dará à empresa", disse o gestor italiano Francesco Sperandini.
"A ética é difícil de aplicar, mas é um percurso feito com pequenos passos na direção indicada pela Caritas in Veritate", afirmou Cremonesi, que percebeu no debate "o estupor pelo fato de que um bom gestor tenha de ser também um bom pai e um bom marido"; e porque "o lucro não é apenas econômico, mas global, pois o homem está destinado a uma realidade espiritual infinita".
O professor Zamagni, conhecido na Itália por sua eloquência, recordou que no seu país se começou a falar sobre ética social há menos de 20 anos, dadas as "vítimas da influência marxista, para a qual a empresa era um lugar de exploração que merecia ser destruído", e por uma cultura católica que "favorecia o social, abandonando a esfera econômica" e "esquecendo do empresariado", além de um pensamento liberal, no qual "o Estado era o depositário de valores e princípios".
"Diante disso, está a ética da virtude, do bem indivisível (...), do empresário que consegue gerar lucro sem estar contra ninguém nem prescindindo dos outros."
E ironizou sobre as palavras do presidente espanhol Zapatero que, ao contrário de Santo Agostinho, que dizia que "a verdade vos tornará livres", disse sobre a legislação no campo da bioética que "a liberdade vos tornará verdadeiros".
"Hoje, como ajuda, chegou a Caritas in Veritate", que trouxe luz sobre o assunto, disse Zamagni, recordando como, enquanto membro do conselho administrativo do hospital pediátrico vaticano Bambino Gesù, propôs uma série de mudanças na organização do trabalho, para premiar os funcionários motivados por razões vocacionais, obtendo, assim, indicadores positivos de produtividade.
(Sergio Mora)
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