Catecismo da Igreja Católica
A.51.1 Arte sacra 
§2500 A prática do bem é acompanhada de um 
prazer espiritual gratuito e da beleza moral. Da mesma forma, a verdade 
implica a alegria e o esplendor da beleza espiritual. A verdade é bela 
em si mesma. A verdade da palavra, expressão racional do conhecimento da
 realidade criada e incriada, é necessária ao homem dotado de 
inteligência, mas a verdade também pode encontrar outras formas de 
expressão humana, complementares, sobretudo quando se trata de evocar o 
que ela contém de indizível, as profundezas do coração humano, as 
elevações da alma, o mistério de Deus. Antes de se revelar ao homem em 
palavras de verdade, Deus se lhe revela pela linguagem universal da 
criação, obra de sua Palavra, de sua Sabedoria: a ordem e a harmonia do 
cosmo que tanto a criança como o cientista descobrem , "a grandeza e a 
beleza das criaturas levam, por analogia, à contemplação de seu Autor" 
(Sb 13,5), "pois foi a própria fonte da beleza que as criou" (Sb 13,3).
A Sabedoria é um eflúvio do poder de Deus, emanação 
puríssima da glória do Todo-Poderoso; por isso nada de impuro pode nela 
insinuar-se. É reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de 
Deus e imagem de sua bondade (Sb 7,25-26). A sabedoria é mais bela que o
 sol, supera todas as constelações. Comparada à luz do dia, sai 
ganhando, pois a luz cede lugar à noite, ao passo que, sobre a Sabedoria
 o mal não prevalece (Sb 7,29-30). Enamorei-me de sua formosura (Sb 
8,2).
§2502 A arte sacra é verdadeira e bela quando 
corresponde, por sua forma, à sua vocação própria: evocar e glorificar, 
na fé e na adoração, o Mistério transcendente de Deus, beleza excelsa 
invisível de verdade e amor, revelada em Cristo, "resplendor de sua 
glória, expressão de seu Ser" (Hb 1,3), em quem "habita corporalmente 
toda a plenitude da divindade" (Cl 2,9), beleza espiritual refletida na 
Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, nos anjos santos. A arte sacra 
verdadeira leva o homem à adoração, à oração e ao amor de Deus Criador e
 Salvador, Santo e Santificador.
§2503 Por isso devem os bispos, por si ou por 
delegação, cuidar de promover a arte sacra, antiga e nova, sob todas as 
formas, e afastar, com o me mo zelo religioso, da liturgia e dos 
edifícios do culto, tudo o que não harmoniza com a verdade da fé e a 
autêntica beleza da arte sacra. 
§2513 As artes, mas sobretudo a arte sacra, têm em 
vista, "por natureza, exprimir de alguma forma nas obras humanas a 
beleza infinita de Deus e procuram aumentar seu louvor e sua glória na 
medida em que não tiverem outro propósito senão o de contribuir 
poderosamente para encaminhar os corações humanos a Deus." 
A.51.2  Semelhança da arte com a atividade divina na criação 
§2501 "Criado à imagem de Deus", o homem 
exprime também a verdade de sua relação com o Deus Criador pela beleza 
de suas obras artísticas. A arte de fato é uma forma de expressão 
própria mente humana; acima da procura das necessidades vitais, com a 
todas as criaturas vivas, ela é uma superabundância gratuita da riqueza 
interior do ser humano. Nascendo de um talento dado pelo Criador e do 
esforço do próprio homem, a arte é um forma de sabedoria prática, que 
une conhecimento e perícia para dar forma à verdade de uma realidade na 
linguagem acessível à vista e ao ouvido. A arte inclui certa semelhança 
cor a atividade de Deus na criação, na medida em que se inspira na 
verdade e no amor das criaturas. Como qualquer outra até atividade 
humana, a arte não tem um fim absoluto em si mesma mas é ordenada e 
enobrecida pelo fim último do homem.
A.52  ÁRVORE DO BEM E DO MAL 
§396 Deus criou o homem à sua imagem e o 
constituiu em sua amizade. Criatura espiritual, o homem só pode viver 
esta amizade como livre submissão a Deus. E o que exprime a proibição, 
feita ao homem, de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, 
"pois, no dia em que dela comeres, terás de morrer" (Gn 2,17). "A árvore
 do conhecimento do bem e do mal" (Gn 2,l7) evoca simbolicamente o 
limite intransponível que o homem, como criatura, deve livremente 
reconhecer e respeitar com confiança. O homem depende do Criador, está 
submetido às leis da criação e às normas morais que regem o uso da 
liberdade.
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