São Francisco de Assis.
Jacques Le Goff.
Editora Record.
A mensagem de São Francisco de Assis continua atual. Segundo o historiador Jacques Le Goff, os valores os quais o santo disseminou — amor à natureza, liberdade de espírito, anti-consumismo e vida comunitária — representam hoje uma busca existencial da atual sociedade. O livro "São Francisco de Assis" (ed. Record, 252 pgs.)não é, no entanto, uma obra de análise sociológica. É uma biografia de caráter histórico que abrange a vida de Francisco e o contexto político e econômico da Europa durante os séculos 12 e 13.
Quatro ensaios integram o trabalho. O primeiro se refere a figura de Francisco diante da renovação social que ocorreu na Europa feudal. O segundo ensaio, o mais importante, é uma apresentação geral, cronológica e biográfica da vida do santo católico, enfatizando aspectos geográficos, sociais, culturais e históricos.
Segundo Le Goff, Francisco difundiu um apostolado voltado à nova sociedade cristã e enriqueceu a espiritualidade com a dimensão ecológica, colocando-o assim como o criador de um sentimento medieval da natureza expresso na religião, na literatura e na arte.
A terceira parte do livro examina a influência do meio franciscano no século XIII e a sua Ordem, expondo dessa maneira, lutas e valores da Idade Média Central. Nesta parte do livro é desenvolvido um "vocabulário das categorias sociais em São Francisco de Assis e os seus biógrafos da época". Nesta parte, o historiador deseja valorizar as palavras e as idéias do santo católico.
O último ensaio do volume examina o franciscanismo primitivo diante dos modelos culturais medievais. Este capítulo é um estudo da cultura medieval e seus valores.
Para Le Goff, as maiores dificuldades de realização da pesquisa foram as fontes de consulta. As biografias do período não são dignas de total confiança por causa do clima de dissensão entre as ordens religiosas. Por outro lado, o santo, em sua humildade, não trata de si próprio nos escritos que deixou.
Em Testamento, considerado como o mais autobiográfico dos seus escritos, ele lembra aos seus irmãos que sempre trabalhou com as mãos e pede que os seguidores façam o mesmo: "Eu trabalhava com as mãos, como quero trabalhar; e quero que trabalhem todos os outros irmãos: com trabalho honesto", afirma a passagem de Testamento.
O leitor deve ter em vista, no entanto, que a obra não é uma simples biografia. É quase um tratado histórico, com citações, referências acadêmicas, apêndices e anexos que postulam ser provas das assertivas de Jacques Le Goff, historiador medievalista, discípulo de Fernand Braudel.
José Soares Jr. – Tribuna do Norte
Obs do blog: Vale a pena ler "São Luís" , do mesmo autor.
Jacques Le Goff.
Editora Record.
A mensagem de São Francisco de Assis continua atual. Segundo o historiador Jacques Le Goff, os valores os quais o santo disseminou — amor à natureza, liberdade de espírito, anti-consumismo e vida comunitária — representam hoje uma busca existencial da atual sociedade. O livro "São Francisco de Assis" (ed. Record, 252 pgs.)não é, no entanto, uma obra de análise sociológica. É uma biografia de caráter histórico que abrange a vida de Francisco e o contexto político e econômico da Europa durante os séculos 12 e 13.
Quatro ensaios integram o trabalho. O primeiro se refere a figura de Francisco diante da renovação social que ocorreu na Europa feudal. O segundo ensaio, o mais importante, é uma apresentação geral, cronológica e biográfica da vida do santo católico, enfatizando aspectos geográficos, sociais, culturais e históricos.
Segundo Le Goff, Francisco difundiu um apostolado voltado à nova sociedade cristã e enriqueceu a espiritualidade com a dimensão ecológica, colocando-o assim como o criador de um sentimento medieval da natureza expresso na religião, na literatura e na arte.
A terceira parte do livro examina a influência do meio franciscano no século XIII e a sua Ordem, expondo dessa maneira, lutas e valores da Idade Média Central. Nesta parte do livro é desenvolvido um "vocabulário das categorias sociais em São Francisco de Assis e os seus biógrafos da época". Nesta parte, o historiador deseja valorizar as palavras e as idéias do santo católico.
O último ensaio do volume examina o franciscanismo primitivo diante dos modelos culturais medievais. Este capítulo é um estudo da cultura medieval e seus valores.
Para Le Goff, as maiores dificuldades de realização da pesquisa foram as fontes de consulta. As biografias do período não são dignas de total confiança por causa do clima de dissensão entre as ordens religiosas. Por outro lado, o santo, em sua humildade, não trata de si próprio nos escritos que deixou.
Em Testamento, considerado como o mais autobiográfico dos seus escritos, ele lembra aos seus irmãos que sempre trabalhou com as mãos e pede que os seguidores façam o mesmo: "Eu trabalhava com as mãos, como quero trabalhar; e quero que trabalhem todos os outros irmãos: com trabalho honesto", afirma a passagem de Testamento.
O leitor deve ter em vista, no entanto, que a obra não é uma simples biografia. É quase um tratado histórico, com citações, referências acadêmicas, apêndices e anexos que postulam ser provas das assertivas de Jacques Le Goff, historiador medievalista, discípulo de Fernand Braudel.
José Soares Jr. – Tribuna do Norte
Obs do blog: Vale a pena ler "São Luís" , do mesmo autor.
0 comentários:
Postar um comentário