O
presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que minorias cristãs no Oriente
Médio são vítimas de "limpeza religiosa", após ataques contra igrejas na região.
O
presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou nesta sexta-feira que não admite
"o que lembra cada vez mais um plano particularmente perverso de purificação
religiosa" no Oriente Médio, após a série de violentos ataques contra a
comunidade cristã da região.
"Não
podemos admitir (.) e, portanto, facilitar" esta situação, afirmou o presidente
francês, referindo-se aos cristãos do Oriente, inclusive os coptas.
Nicolas
Sarkozy falou sobre o assunto durante solenidade de cumprimentos aos líderes
religiosos do país, por ocasião do Natal ortodoxo, e que contou, este ano, com
a presença do representante da Igreja Copta na França, o padre Girguis Lucas,
pároco de Châtenay-Malabry, perto de Paris.
Os
ministros do Interior (igualmente encarregado dos Cultos), Brice Hortefeux, e a
de Relações Exteriores, Michèle Alliot-Marie, também estavam presentes.
"As
ameaças que visaram, há alguns dias, as igrejas coptas da França são
inadmissíveis e eu pedi ao governo que levasse isto a sério", continuou o
presidente, em alusão ao dispositivo de segurança implementado durante o Natal
copta.
Os
coptas ortodoxos, bem como toda a Igreja Ortodoxa, festejam o Natal nesta
sexta-feira, seguindo o calendário juliano.
O
presidente francês condenou em particular os massacres nas igrejas de Badgá (46
mortos, 31 de outubro) e de Alexandria no Egito (21 mortos, 31 de dezembro).
Ele
igualmente mencionou o caso de uma cristã paquistanesa, Asia Bibi, condenada à
morte por blasfêmia.
"A
comunidade muçulmana da França foi a primeira a demonstrar seu horror (.) pelos
crimes cometidos em nome do Islã", afirmou, prestando homenagem ao reitor da
Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, e ao presidente do Conselho francês
do culto muçulmano (CFCM) Mohamed Moussaoui, por suas condenações aos
acontecimentos.
"O
Islã nada tem a ver com a face hedionda desses loucos de Deus que matam tanto
cristãos como judeus, sunitas como xiitas. O terrorismo fundamentalista mata
também muçulmanos", afirmou.
O
presidente também lembrou os princípios da laicidade na República francesa: "o
direito de crer ou não, de praticar a religião de sua escolha, a dos seus
ancestrais ou a adquirida por conversão".
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