ARON, Raymond. Raymond-Claude-Ferdinand
Aron(1905-1983), sociólogo francês, historiador, filósofo e jornalista político. Filho de um
jurista judeu, passou seu doutorado em 1930 na École Normale Supérieure com a tese em
filosofia da História. Foi professor de filosofia social na Universidade de Toulouse. Quando
estourou a II Guerra em 1939, entrou para a Força Aérea Francesa. Após a queda da França,
ele juntou-se às forças da França Livre do General Charles de Gaulle em Londres onde editou
o jornal La France Libre ("A França Livre"), de 1940 a 1944. De volta ao seu país
França tornou-se professor na École Nationale d'Administration, e, de 1955 a 1968 foi
professor de sociologia na Sorbonne.
Aron tomou partido contra o movimento estudantil que
incendiou Paris em maio de 1968. O movimento era a favor das drogas, da liberdade sexual e
homossexual, e desencadeou uma onda planetária de permissividade e enfurecimento dos jovens.
Segundo os estudantes, o objetivo do movimento era minar as idéias e valores da burguesia, e
contra qualquer um que quisesse sustentar a lei e a ordem, a família e a religião. Era, para
eles, a gloriosa tentativa de criar uma nova ordem, um novo mundo, um novo começo na
política, na cultura e nas relações pessoais. Nos Estados Unidos, os estudantes forçaram os
militares à retirada das forças americanas do Vietnam. No Brasil, levaram ao endurecimento
do governo militar.
Em Paris, os baderneiros fluíram para o Quartier Latin,
levantaram barricadas, viraram e incendiaram carros, e jogaram garrafas incendiárias na
polícia que tentava restabelecer a ordem. Os estudantes eram estimulados por radicais da
classe média, principalmente Jean-Paul Sartre e sua amante
Simone de Beauvoir, Michel Foucault, Jacques Derrida e Julia
Kristeva. Esses intelectuais, - e mais os políticos esquerdistas como François Mitterrand e
Pierre Mendes-France -, saudavam os estudantes como "libertadores" que estavam ensinando aos
mais velhos uma lição cultural. Um dos poucos a manter a cabeça no lugar foi Raymond Aron,
que denunciou a coisa toda como uma grande tolice, uma "insensatez perniciosa"
Confirmando a posição de Aron, nas eleições então convocadas
por De Gaulle os franceses derrotaram os rebeldes por uma diferença incomum de votos.
A partir de 1970 Aron foi professor no Collège de France.
Toda a sua vida foi um jornalista ativo e a partir de 1947, por 30 anos, um influente
colunista do Le Figaro. Deixou o jornal para ser, a partir de 1977, colunista
político do semanário L'Express.
Aron sustentava um humanismo freqüentemente confrontado com
o existencialismo
marxista de seu contemporâneo Jean-Paul Sartre. Gozou de uma posição de autoridade
intelectual entre os conservadores e moderados franceses. Entre os seus trabalhos mais
influentes estão L'Opium des intellectuels ("O ópio dos intelectuais"), de 1955, que
criticava o conformismo de esquerda e as tendências totalitárias dos regimes marxistas. Aron
ele próprio tornou-se um forte apoio para a aliança ocidental que se formou após a guerra.
Em La Tragédie algérienne ("A tragédia algeriana "), de 1957, ele proclamou seu apoio
à independência da Algéria. e na République impériale: Les États-Unis dans le monde,
1945-1972 ("A República Imperial: Os Estados Unidos e o Mundo, 1945-1973"), de 1973, ele
atacou a hostilidade obsessiva da esquerda francesa contra os Estados Unidos.
Um tema freqüente nos escritos de Raymond Aron foram as
questões da violência e da guerra, como em Paix et guerre entre les nations ("Paz e
guerra entre as nações"), de 1962. Também escreveu um importante livro de história da
sociologia intitulado Les Étapes de la pensée sociologique ("As etapas do pensamento
sociológico"), de 1967. Suas memórias foram publicadas em 1983.
R.Q.CobraDoutor em Geologia
e bacharel em Filosofia
00/00/2001
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